sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

TJDF tranca ação contra médica que atendeu filho de Flávio Dino


Do G1 DF
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) decidiu nesta quinta-feira (13) trancar a queixa-crime da família de Marcelo Dino, filho do presidente da Embratur, Flávio Dino, contra a médica que atendeu o garoto no Hospital Santa Lúcia em fevereiro deste ano. O menino, de 13 anos, morreu após o agravamento de uma crise de asma um dia depois de ser internado. Cabe recurso à decisão em tribunais superiores.
A família informou, por meio de nota, que vai recorrer da decisão. A 1ª Turma Criminal do TJ votou favoravelmente ao habeas corpus da médica Izaura Costa Rodrigues, que pediu o trancamento da queixa da família, aprovada em agosto pela 2ª Vara Criminal do Tribunal. De acordo com a assessoria do TJ, a defesa de Izaura alega que o Ministério Público já está atuando na investigação.
A família denuncia a médica por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Pela denúncia, houve inobservância de regra técnica da profissão médica ou falta de imediato socorro à vítima. Segundo o TJ, a queixa-crime tem como objetivo subsidiar a ação criminal que poderá ser aberta pelo Ministério Público do DF. O TJ informou que a família entrou com a queixa por considerar negligente a atuação do MPDF, que ainda não entregou a denúncia à Corte.
O G1 entrou em contato com o MPDF e não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Em abril, a Polícia Civil do DF indiciou a médica Izaura Costa Rodrigues por homicídio culposo. O laudo cadavérico de Marcelo Dino apontou que o adolescente morreu por asfixia e possuía “secreções gástricas no pulmão”.
O delegado responsável pelo caso, Anderson Espíndola, afirmou que não houve demora no atendimento, nem falta de medicamentos ou equipamento, mas, segundo ele, a médica adotou dois procedimentos possivelmente equivocados, que resultaram em imperícia médica.
Na época, o hospital informou, por meio de nota, que iria fazer uma análise detalhada sobre as investigações. Em depoimento à polícia, a médica responsável pelo atendimento disse que se ausentou por 40 minutos da UTI onde o menino estava internado e veio a morrer, no dia 14 de fevereiro.
No depoimento, obtido com exclusividade pela TV Globo, Izaura contou que saiu da UTI às 5h30 para atender ao chamado de um colega que estava realizando um parto na sala ao lado da UTI. Segundo o depoimento, o bebê nasceu às 5h50. Depois, por mais 10 minutos, ela ficou na sala de reanimação do centro obstétrico para fazer exames clínicos no bebê.

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