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domingo, 27 de outubro de 2024

Bacabal Celebra Identidade e Resistência com Jogos Quilombolas

No último sábado (26), Bacabal sediou um dos eventos mais significativos para as comunidades afro-brasileiras da região: os Jogos Quilombolas Bacabalense. Realizado no estádio comunitário Berredão, no bairro São José Operário, o evento reuniu times quilombolas, como Seco das Mulatas e Catucá, num torneio que transcende a prática esportiva e se torna uma celebração de identidade e resistência.

A organização dos Jogos foi coordenada por uma comissão formada por representantes do movimento negro, como o Grupo Negro Palmares Renascendo (GNPR) e a União de Negras e Negros pela Igualdade (UNEGRO) - núcleo Bacabal  e outras instituições. A realização do evento contou também com o importante apoio da Secretária Municipal de Educação, Rosilda Alves, e da Secretaria de Esportes do município, que colaboraram para estruturar e promover o campeonato.

Manuel Filho, representante do GNPR, destacou a relevância dos Jogos como um espaço para discutir o papel do negro no futebol e no mundo. Segundo ele, além de promover a união e fortalecer as tradições afro-brasileiras, o evento traz à tona questões urgentes, como as atitudes racistas que ainda persistem no meio esportivo, especialmente entre torcidas organizadas. “Esses jogos são uma oportunidade para refletirmos sobre a forma como o negro é visto e tratado dentro e fora do futebol, reforçando a importância da luta contra o racismo em todos os espaços,” afirmou Manuel Filho.

A série de jogos, que seguirá com partidas programadas para a zona rural, visa envolver mais comunidades quilombolas e prepará um time para participar da etapa estadual da Copa quilombola, prevista a ser realizada em Bacabal e da etapa nacional que acontecerá no Rio de Janeiro, reforçando a importância da luta pela igualdade e pelo reconhecimento histórico das comunidades afro-brasileiras de Bacabal atraves do esporte.



quinta-feira, 10 de outubro de 2024

CRÔNICA DO DIA: Trote Solidário

Os calouros da enfermagem chegaram à UEMA - Universidade Estadual do Maranhão  Campus Bacabal -com as expectativas e ansiedades típicas do primeiro dia. Sabiam que os trotes eram tradição, mas desta vez havia algo diferente no ar. Ao invés de estarem preocupados com tintas ou piadas desconfortáveis, seus olhares se voltavam para uma causa maior: a doação de sangue. O desafio seria outro, não mais uma prova de resistência ao ridículo, mas de empatia e coragem.

Naquela manhã, o Hemonúcleo da cidade estava mais movimentado que o habitual. O frio nos corredores de azulejo era substituído por um calor de solidariedade que unia todos: alunos, professores e funcionários. Para muitos dos calouros, era a primeira vez que viam de perto a seriedade de um banco de sangue. Sentiam o peso da responsabilidade, mas também uma estranha excitação. Eles estavam ali para fazer a diferença, e isso os enchia de orgulho.

Ao se sentarem nas poltronas de doação, a ansiedade voltava. O barulho do equipamento, a pressão do garrote no braço, tudo parecia ampliar a importância daquele gesto. Mas, ao ver o sangue escorrendo lentamente para os tubos, algo mudou. Uma sensação de pertencimento crescia, como se aquele gesto simples, porém vital, fosse um rito de passagem que realmente importava. O medo dava lugar a um sentimento de propósito.

As prprofessoras ao lado, observavam com olhares de admiração. A ação não era apenas uma lição prática de cidadania, mas também um sinal de que o curso que escolheram tinha, desde o início, uma conexão com a vida real, com a saúde pública, com o cuidado ao outro.

Ao fim da doação, um sorriso tímido surgia no rosto dos estudantes. A leveza de saber que aquele sangue poderia salvar vidas transformava a experiência em algo profundo. O trote, longe de ser humilhante, se tornara um símbolo de compromisso com o próximo.