quarta-feira, 31 de janeiro de 2024
CRÔNICA DO DIA: Versos de Redenção
terça-feira, 30 de janeiro de 2024
CRÔNICA DO DIA: À Flor da Pele
Além dessa rotina profissional, assume seu papel de mãe,
mulher e líder religiosa. Seu nome é sinônimo de comprometimento, conhecimento
e paixão pelo ensino. No entanto, nos bastidores dessa mulher multifacetada, há
um episódio peculiar que desnuda sua fortaleza: o gás de cozinha.
A aparente trivialidade de um botijão de gás de cozinha torna-se
um gatilho para um conflito interno profundo. Quando o indicador de gás vazio
se manifesta, a serenidade de Rosangela se desfaz. Uma crise psicológica, um
choro inesperado, nervosismo à flor da pele, quase uma ansiedade palpável. O
gás, além de aquecer sua cozinha, alimenta também uma inquietação oculta.
Era como se, ao se deparar com a finitude do gás, ela
confrontasse a sua própria exaustão. De onde surge esse conflito? Nem Freud explica.
A chama que arde incessantemente na professora, iluminando mentes e inspirando
outros, sente -se ameaçada pela escuridão iminente do botijão vazio. Não é
apenas uma questão de cozinhar; é um confronto com a vulnerabilidade que ela
resistia em mostrar.
É como se Rosangela tivesse em sua tela mental, lembranças de
um passado remoto quando nem o gás existia. Como se ela tivesse abusado do uso
do gás e agora mesmo sem lembrar do que fizera, numa mostra sutil da lei de causa
e efeito, cada vez que acabasse seu gás de cozinha, seu subconsciente despertava
gatilhos mentais de culpa que se perderam no labirinto do tempo.
Seus alunos, acostumados com a imagem inabalável da
professora, ficaram surpresos ao descobrir esse lado sensível, essa fragilidade
disfarçada. Afinal, Balzac não apenas descreveu a força das mulheres nesse
estágio da vida, mas também delineou a complexidade de suas emoções, oscilando
entre a maturidade e a nostalgia.
O dilema do gás revela-se como um capítulo oculto na vida
movimentada de Rosangela, um reflexo de como a pressão da vida cotidiana afeta
até mesmo as mulheres mais fortes e resilientes. Enquanto ela preenchia as
mentes dos outros com conhecimento, estava ela mesma em constante aprendizado
sobre suas próprias fragilidades.
Professora Rosangela, a Balzaquiana, enfrenta seus desafios
cotidianos, lutando contra as tempestades da vida com a mesma coragem que nutre
em seus discursos acadêmicos. A lição silenciosa do gás vazio é que, por trás
de cada mulher forte, há uma alma que busca equilíbrio, uma busca constante por
renovar as chamas que, por vezes, ameaçam se extinguir.
Professor, Jornalista e Escritor da
Academia Bacabalense de Letras
CRÔNICA DO DIA: O exterminador das palavras
Nas ruas quentes de Alto Alegre, onde as tradições se entrelaçam com os tempos modernos, um adolescente cigano chamado Foguinho traça seu caminho no labirinto dos sonhos e desafios. O sol inclemente refletia nos fios de ouro de sua juba rebelde, enquanto ele navegava por entre as vielas rumo à Escola Santa Mônica.
A Escola Santa Mônica, com seus corredores silenciosos e salas cheias de promessas educacionais, tornou-se um palco inesperado e propício para as peripécias de Foguinho, Seu nome, que evocava a chama de uma fogueira, contrastava com as sombras que pairavam sobre suas dificuldades de aprendizagem.
Foguinho, com sua alma cigana, trazia consigo um mundo de tradições e uma identidade que pulsava em seu coração. A escola, porém, era um desafio de proporções desconhecidas. As letras e palavras dançavam diante de seus olhos, criando um emaranhado de símbolos que escapavam de sua compreensão. No entanto, algo mágico acontecia ao final de cada aula.
Embora Foguinho evitasse as tarefas escolares, ao soar do sirene ele entregava as lições meticulosamente concluídas, um enigma que intrigava seus professores e colegas. Era um segredo bem guardado, compartilhado apenas com algumas colegas que, generosamente, ofereciam sua ajuda.
A liderança de Foguinho, especialmente entre as meninas da turma, era inquestionável. Ele se tornou uma figura carismática, um elo entre o mundo cigano e a escola. Suas habilidades transcendiam os limites acadêmicos, manifestando-se na leitura de mãos que ele oferecia, principalmente ao professor de português com o qual mantinha certa intimidade pedagógica:
_ Professor, posso ler sua mão: - Perguntou Foguinho ao professor de português.
_ E Você já sabe ler mão, foguinho? - Quis saber o professor.
_Claro! - Respondeu Foguinho. _Minha mãe me ensinou a ciência. - Concluiu.
O professor se deu por vencido.
_ Tá bom. -Disse o professor oferendo a palma da mão.
Foguinho pegou a mão do professor a percorrendo com seus olhos escuros e penetrantes que carregavam a vivacidade de quem traz consigo séculos de cultura. Na sala de aula fez-se um silêncio total. Foguinho não apenas carregava o peso das tradições ciganas em seus ombros, mas também a esperteza de um adolescente apressado em querer ser homem.
- Mas tem que dá um agrado pro santo. - Disse Foguinho em alto e bom tom.
A turma quebrou o silêncio com uma sonora gargalhada.
A presença da mãe de Foguinho na escola era rara, mas quando ela aparecia, trazia consigo a força de uma linhagem antiga. Ela queria entender o universo educacional que envolvia seu filho e, ao mesmo tempo, garantir que as tradições que ele carregava não fossem esquecidas.
Foi em um dia comum, enquanto percorria os corredores da escola, que Foguinho se deparou com um quadro de isopor no mural. Seus olhos se fixaram nas letras que formavam a palavra "M U R A L". Soletrou a palavra; M,U, R A L.
Sabia o nome das letras, um sorriso malandro iluminou seu rosto quando decifrou a sua maneira , a mensagem, e uma faísca de inspiração acendeu-se em seu íntimo e espontaneamente gritou:
_ Aviso!!!!
Foguinho sabia que o Mural servia apenas para expor Avisos, era sua fora de ler o mundo, decidiu então, canalizar suas habilidades para melhorar a vida de seu povo cigano, podia não saber ler, mas sabia interpretar as coisas, dizer para que serviam, mesmo que para isso tivesse que exterminar as palavras para compreender a vida nômade no mundo.
Professor, Jornalista e Escritor da
Academia Bacabalense de letras
segunda-feira, 29 de janeiro de 2024
CRÔNICA DO DIA: Conexão humana
No cenário atual, onde a tecnologia avança em um ritmo cada vez mais acelerado, podemos nos questionar sobre qual o impacto dessas mudanças em nós mesmos. Será que nos adaptaremos rapidamente ou o suficiente? Ou será que nos deixamos ser levados pela vantagens das tecnologias?
Imagine-se sentado em um café, barzinho ou restaurante movimentado, olhando ao redor e percebendo como as pessoas estão imersas em seus próprios dispositivos tecnológicos. Enquanto muitos veem isso como uma desconexão da realidade, podemos encontrar uma oportunidade de reflexão sobre nossa relação com esses aparelhos eletrônicos.
Observando com atenção, você pode começar a notar que, mesmo imersos em seus aparelhos eletrônicos, as pessoas ainda estão em busca de conexões humanas. Afinal, os laços que nos unem são intrínsecos à nossa natureza como seres sociais. Portanto, podemos refletir sobre como encontrar o equilíbrio entre a tecnologia e o contato humano, o fato é que as novas tecnologias fascina as pessoas , mas as afastas uma das outras, a conexão virtual, provoca a desconexão dos sentimentos.
Através das conversas com amigos, familiares e até mesmo estranhos em bate-papos informais, nos conectamos de maneira genuína, compartilhando experiências e aprendendo uns com os outros. Entretanto o virtual provoca o fake , as pessoas esconde-se por trás de avatares que não representam suas verdadeiras personalidades.
Será que estamos realmente ouvindo o que o outro tem a dizer? Estamos abertos a perspectivas diferentes de nossas? Ou nós usamos as redes sociais para impor nossas supostas verdades?
Essas perguntas podem nos desafiar a parar e refletir sobre como estamos nos relacionando com as pessoas ao nosso redor. Afinal, a verdadeira arte de se comunicar envolve ouvir com empatia e buscar compreender o ponto de vista do outro, mesmo quando isso difere do nosso.
Ao final da crônica, concluímos que, em meio às mudanças às aceleradas do mundo moderno, é fundamental mergulharmos em nossas reflexões. Encontrar tempo para observar nosso cotidiano, questionar os resultados dessa forma de se relacionar com outros.
Nessa busca de autoconhecimento e conexão, poderemos resgatar o que é essencial e encontrar um equilíbrio entre a tecnologia e a humanidade. Afinal, só assim poderemos viver uma vida mais plena e verdadeiramente em conexão uns com os outros.
JOSÉ CASANOVA
domingo, 28 de janeiro de 2024
CRÔNICA DO DIA: Café Literário
O aroma robusto do café paira no ar, penetrando as ruelas de paralelepípedos e os boulevares movimentados. De Paris aos recantos mais modestos do Brasil, os cafés se tornam guardiões de histórias arquitetadas pelos fios invisíveis do destino. São palcos onde as vidas se desenrolam, onde as palavras fluem tão livremente quanto o vapor que sobe das xícaras.
Em Paris, a cidade do amor e da boemia, os cafés são mais do que meros estabelecimentos; são lendas vivas. Sob as sombras das icônicas mesas externas, poetas como Hemingway e escritores como Simone de Beauvoir deixaram suas pegadas literárias. Os cafés parisienses, com suas cadeiras de vime gastas pelo tempo, testemunharam a dança do amor em muitas línguas, nas palavras sussurradas e nos olhares que se encontram como páginas de um romance.
Mas não é apenas nas avenidas iluminadas por luzes de rua que encontramos essa mágica. Nas calçadas desgastadas de cafés anônimos em pequenas cidades brasileiras, a magia está presente de maneira mais sutil, mas igualmente envolvente. É assim o café da Raquel, mulher, forte e lutadora, que vender seu café com bolo de Tapioca de Caroço, Beiju e o Cuscuz de Arroz, guloseima matinal da culinária maranhanse, mas no final de semana o reggae é a Lei.
As histórias que se desenrolam entre essas paredes muitas vezes escapam dos registros históricos, mas são igualmente dignas de nota.
No café de Raquel, situado em uma esquina esquecida, entre as ruas Clores Miranda e 28 de Julho, na terra da Bacaba, presenciei o delicado encontro de dois amantes que, nas palavras trocadas ao sabor do café, tornaram-se cúmplices de um capítulo romântico que escaparia dos livros. Era como se o bule borbulhasse com o doce perfume do destino. Vi Dr Bento Vieira fazer uma análise da conjuntura politica local e ouvir a Resenha sobre a ultima noite de Reggai de Raquel.
Os cafés, em sua natureza acolhedora, tornam-se refúgios para a introspecção. Sob a luz suave de lâmpadas penduradas, os clientes se perdem em pensamentos, enquanto as páginas de um livro viram a cadência da vida que passa. A solidão, longe de ser uma mera ausência, transforma-se em companhia silenciosa entre as paredes enfeitadas de fotos antigas e quadros desbotados.
E que dizer da relação intrínseca entre cafés e a arte da escrita? Poetas traçam versos nas páginas dos guardanapos enquanto a tinta da caneta flui mais intensamente do que a cafeína nas veias. Escritores, curvados sobre seus cadernos, desvendam enredos em meio ao burburinho e ao tilintar das xícaras. Quantas músicas e percussões Papete, Joãozinho Ribeiro, Zé Lopes e João do Vale devem terem criados embriagados pelo cheiro dos cafés.
As conversas nos cafés são um espetáculo próprio, uma sinfonia de vozes que narram o cotidiano. Na mesa ao lado, um grupo de amigos risca o papel com canetas coloridas, criando mapas imaginários para aventuras futuras. No balcão, dois estranhos compartilham risos e histórias como se fossem velhos conhecidos.
Cada café, do mais grandioso ao mais humilde, se torna um capítulo nas narrativas pessoais daqueles que o visitam. São espaços que transcenderam sua função original de simples locais para tomar café, transformando-se em testemunhas silenciosas de vidas que se entrelaçam e se desenlaçam como os grãos moídos que dão vida à bebida escura.
Assim, entre cafés de Paris e os cantos escondidos do Brasil, somos todos personagens dessa crônica interminável, onde o aroma do café se mistura com as histórias que contamos e as que ainda estão por vir. E, enquanto a última gota é sorvida, o próximo capítulo se desenha, pronto para ser escrito nas páginas amareladas da vida
Professor, Jornalista e Escritor membro da
Academia Bacabalense de Letras
sábado, 27 de janeiro de 2024
A Pintora de Barrigas
No centro das atenções, uma artista plástica destemida, munida de pincéis e tintas, dedicava-se a um ofício singular: pintar barrigas de mulheres grávidas. Não sei o nome da artista, mas momento como tornara-se uma verdadeira maga das cores e formas. Era como se cada traço carregasse consigo uma história, um sonho, uma esperança.
O processo era mais do que uma simples aplicação de tinta; era uma celebração da maternidade. As mulheres, ansiosas e curiosas, entregavam seus ventres ao talento dessa pintora destemida. No exato instante em que o pincel tocava a pele, uma metamorfose se iniciava. O ventre, outrora uma tela em branco, ganhava vida, cores e texturas que contavam a história daquele ser que se formava dentro.
As mães, muitas vezes, eram surpreendidas por lágrimas involuntárias, uma emoção que emergia do mais profundo de seus seres. Os olhares delas fixavam-se na pintura em andamento, uma criação que transcendia a estética para tocar a essência do que é ser mãe. Cada pincelada parecia ecoar uma sinfonia de amor e esperança, fazendo brotar sorrisos e suspiros entre as futuras mamães.
A extraordinária habilidade da pintora de barrigas conquista a atenção até dos mais ignorantes com relação as artes. a pintura parecia uma fotografia interna da barriga da mãe.
Os observadores, por sua vez, viam-se imersos em uma simbiose entre a arte e a maternidade. Os corações, antes estáticos, pulsavam em uníssono com a cadência dos traços da pintora. As expressões de quem assistia variavam entre o encantamento e a comoção, uma resposta visceral à magia que acontecia ali.
Era mais do que uma exposição de arte; era uma experiência compartilhada, uma celebração da vida que se desdobrava diante dos olhos de todos. A pintora das barrigas, com sua destreza e sensibilidade, conseguia capturar não apenas a forma física, mas também a essência da maternidade, eternizando aquele momento efêmero em cores vibrantes.
Pensei nas mães atípicas, mães em situação de ruas, mães do submundo das drogas e pensei sobretudo naquelas mulheres que querem ser mãe, mas não conseguem, enquanto outras desperdiçam oportunidades de serem boas mães. Neste caso a pintura seria abstrata com traços grosseiros e expressões berrantes.
No palco do "Fome e Sede de Justiça", as barrigas pintadas tornaram-se verdadeiras obras de arte, por que a vida assim o é, manifestações visuais de um amor que ultrapassava as barreiras da tela. E assim, em meio à efervescência do evento, a maternidade se revelou como uma das formas mais puras de justiça, onde o amor e a esperança são as tintas que transformam o mundo em uma galeria de emoções.
Professor, Jornalista e escritor da
Academia Bacabalense de Letras
ABL participa da Caravana fome e sede de justiça
A ABL - Academia Bacabalense de Letras, participou a convite, nesta sexta-feira (26) no Centro Cultural de Bacabal da Caravana Fome e Sede de Justiça. Idealizada pela Senadora Eliziane Gama, a ação oferecia uma série de serviços à comunidade tais como . consulta médicas, jurídicas, educacionais e atividades culturais.
O Stand da ABL foi visitado por jornalistas, professores, estudantes e o povo em geral, que aproveitaram a oportunidade para apreciar um pouco da literatura Bacabalense. Um dos grandes destaques do stand foi o livro "A Música" de autoria da escritora Aline Freitas Piaulino, o Romance ambientado "no Rio de Janeiro do Século XIX, nasce um individuo estranho com rara sensibilidade auditiva, peculiaridade que lhe possibilitava perceber, compreender, memorizar e manipular os sons de formas extraordinárias.( tinha ouvido absoluto!)Mas não se iluda com a beleza que essa habilidade podia criar. Ele vislumbrou o caminho para uma obra grandiosa e, para executá-la precisou de pessoas, mas não necessariamente vivas". O Livro físico pode ser adquirido pelas redes sócias da autora, mas suas obras também estão disponíveis nas principais plataforma de livros do país.
Outro livro que chamou atenção foi a Coletânea "Poemas do Poeta Triste" de autoria de Raimundo Laércio de Oliveira, membro da ABL, escrito numa linguagem simples, o livro é realmente uma coletânea da obra do autor.
O romancista Douglas Batista e a Poetisa Maria Raimundo também circularam no evento. A Caravana Fome e Sede de Justiça, entra para história do município como a maior ação social realizada na cidade de Bacabal.
OBRAS DA ESCRITORA ALINE FREITAS PIAUILINO
quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
CRÔNICA DO DIA: As transformações das cidades
Ao longo das décadas, a cidade transformou-se em um organismo vivo, pulsante e em constante metamorfose. Como um cronista urbano, percorro as ruas intensamente fixas pelos fios do tempo, observando as mudanças que esculpiram os contornos urbanos e redefiniram a essência de seu ser.
Em meus devaneios pelas vielas do passado, é possível vislumbrar o embrião da cidade, com suas construções modestas e o eco das primeiras vozes que deram vida a essas ruas. A arquitetura, inicialmente humilde, erguia-se como uma expressão da simplicidade, uma narrativa de necessidades básicas e comunidade.
No entanto, o tempo traz consigo a ânsia de evoluir. As décadas seguintes viram as construções ganharem altura, desafiando o céu e refletindo o amadurecimento da cidade. Os arranha-céus, como sentinelas de concreto e vidro, surgiram, marcando a ascensão econômica e a busca pelo progresso. O skyline, antes delineado por telhados modestos, agora é dominado por estruturas imponentes, testemunhas silenciosas de uma cidade em transformação.
Contudo, o progresso arquitetônico não é a única face dessa transformação. As ruas respiram novas culturas, absorvendo influências que fluem como rios de tradições diversas. Antigos mercados dão lugar a shoppings modernos, e as lojas tradicionais cedem espaço para cafés cosmopolitas. Os murais que contam histórias de um passado agora dividem suas paredes com grafites que proclamam a pluralidade contemporânea.
O tecido social da cidade também foi costurado por eventos que marcaram a sua história. Protestos que ecoaram pelas avenidas, revoluções que transformaram ideias em movimentos, tudo isso esculpiu a identidade de uma comunidade em constante diálogo consigo mesma. As praças, antes palcos de eventos isolados, tornaram-se epicentros de manifestações culturais e políticas, celebrando a diversidade e reivindicando direitos.
No entanto, como toda evolução, essas transformações não são isentas de paradoxos. Enquanto a cidade se expandia em altura e largura, a proximidade entre seus habitantes, paradoxalmente, encolhia. O calor humano, outrora palpável em cada esquina, muitas vezes se perdeu na intimidade dos arranha-céus. A comunidade que antes se conhecia pelos nomes, agora se reconhece por rostos anônimos que se cruzam apressados.
A economia floresce, mas a desigualdade social também encontra solo fértil. Os contrastes entre bairros opulentos e favelas erguem-se como testemunhas silenciosas da disparidade que se entranhou nas fundações da cidade. A mesma modernidade que ergueu estruturas magníficas pareceu, em alguns casos, erguer barreiras invisíveis entre seus próprios cidadãos.
É neste ponto que surge a reflexão crucial: a cidade perdeu sua identidade ou a preservou? A resposta, como as ruas, é multifacetada. A cidade perdeu algumas de suas características originais, mas também ganhou uma complexidade que a torna única em sua diversidade. A identidade da cidade é agora uma colagem de eras, um mosaico que conta uma história de mudanças constantes e adaptação.
Numa cidade em constante evolução, é vital preservar as raízes que a sustentam. A capacidade de evoluir sem esquecer o passado é a verdadeira essência da identidade urbana. Cada transformação, positiva ou negativa, deixa sua marca, moldando não apenas o concreto das construções, mas também a alma da comunidade que habita suas ruas.
Assim, caminho pela cidade, cronista urbano de uma metrópole em constante mutação, apreciando as cicatrizes e as belezas que o tempo deixou para trás. A cidade, como um ser vivo, respira as mudanças, absorve as experiências e, no fim, persiste, reinventando-se em cada página virada de sua história. Afinal, de que cidade estou falando?
CRÔNICA DO DIA: Enigmas dos discos voadores
Era uma noite serena, o céu salpicado de estrelas, um palco cósmico para as histórias que os humanos contam sobre seres além da nossa compreensão. Num canto escuro do universo, a Terra era palco de uma dança cósmica, onde os protagonistas eram seres extraterrestres, mistérios ufólogos e a intriga do desconhecido. O ano era 1976, eu passava férias na casa de minha irmã Marion, no município de Santa Inês, tinha apenas 6 anos de idade, na época, acontecia no Brasil a Operação Prato, o maranhão e principalmente o Pará era palco de uma grande onda ufológica.
A casa de minha irmã era
frequentada por muitas pessoas que vinham do interior e comentavam seus avistamentos
ou perseguição por luzes misteriosas. Certa tarde presenciei no céu, um desses “Aparelhos”
como eram chamados pelo povo. Os adultos não acreditaram em mim.
No outro dia, dona Olindina, uma
senhora negra de sorriso fácil e fala alta, casada com um relojoeiro, varria o
terreiro de frente da casa, quando teve um avistamento, de um aparelho a aproximadamente
uns 400 metros do chão. Dona Olindina ficou apavorada e gritou bem alto chamando
a atenção de todos, nisso o aparelho rapidamente sumiu num facho de luz no espaça.
Essas experiências ficaram gravadas para sempre no meu subconsciente.
Cresci e me tornei uma
pesquisador fascinado pelo assunto. Hoje eu sei que o épico moderno começou com
um estrondo em 1947, no deserto de Roswell, no Novo México. O incidente deixou
uma marca indelével na imaginação humana, desencadeando teorias, especulações e
a busca incessante pela verdade. As memórias daquela noite ainda repercutem nos
corredores da ufologia. Recentemente o governo Norte americano, confirmou a
veracidade do fato.
Em terras brasileiras, o Caso
Varginha permanece como uma peça do quebra-cabeça intergaláctico. Testemunhas
relataram criaturas humanoides, uma narrativa que se entrelaça com a tapete dos
eventos cósmicos. A Operação Prato, na minha opinião foi uma tentativa
governamental de esquadrinhar os céus, e adicionou outra camada de complexidade à
trama.
Ufólogos, como vigias do desconhecido,
dedicaram suas vidas para decifrar os enigmas celestiais. No Brasil, nomes como
Ademar José Gevaerd, com sua revista UFO, e Claudeir Covo, desbravam os céus em
busca de respostas. No mundo, Stanton Friedman, Jacques Vallée, e outros, têm
suas próprias trilhas na constelação ufóloga.
O Ceará, com sua misteriosa
"Área Q", tornou-se palco de especulações e teorias. Uma terra onde o
véu entre o nosso mundo e o além parece mais tênue. Enigmas que desafiam a
razão e instigam a imaginação.
Abduções, um fenômeno que
transcende fronteiras culturais, são as narrativas mais íntimas da interação
humano-extraterrestre. Histórias de encontros noturnos, experimentações médicas
e memórias nebulosas, pintam um quadro complexo da relação entre duas espécies
distintas.
Canalizações, mensagens cósmicas
sussurradas através de intermediários terrestres, lançam luz sobre profecias e
orientações para a humanidade. Um eco distante de uma sabedoria cósmica,
moldando o destino daqueles que buscam compreender.
E então, os grays, criaturas
pálidas e esguias, tornaram-se ícones dos encontros extraterrestres. Uma
representação visual do desconhecido, eles pairam entre o medo e a curiosidade,
símbolos de uma fronteira inexplorada.
A guerra, mesmo nos confins do
espaço, não é imune à presença ufóloga. Relatos de objetos luminosos desafiando
a gravidade, interferindo em sistemas de defesa de exércitos terrestres e desafiando as leis
da física, objetos voadores acompanham de perto a guerra entre países da terras
gerando uma narrativa de uma guerra
intergaláctica que transcende nossa compreensão.
Dizem que em sigilo, alguns segredos humanos são compartilhados com
aqueles que não são da Terra. Um pacto interplanetário, onde informações e
tecnologia trocam de mãos, forjando um destino compartilhado entre civilizações
de outras galáxias.
Assim, a crônica estelar continua
a ser escrita, uma história interminável que se desdobra nos céus noturnos e
nos corações inquietos dos que olham para as estrelas. O desconhecido, sempre à
espreita, convida-nos a explorar os limites da compreensão, dançando entre as
fronteiras do que é conhecido e o que ainda está por descobrir. Prezados
leitores, diante do comportamento insano da raça humana, casa dia que passa,
tenho mais certeza que não sou desse plana.
Saudações Terráqueos!!!
quarta-feira, 24 de janeiro de 2024
Crônica NONATO CHAVES: O ENGENHEIRO DE SONHOS
Em meio ao calor vibrante do Maranhão, em Bacabal, uma figura se destaca no horizonte da construção, moldando não apenas estruturas de concreto, mas também tecendo laços entre comunidades. Nonato Chaves, o mestre construtor, é o engenheiro de sonhos que emoldura a história de sua cidade com pilares de trabalho incansável, devoção e serviço à comunidade.
A terra da Bacaba, hoje acorda mais triste, é que Nonato Chaves, após cumprir mais uma etapa no planeta terra, é chamado pelo Grande Arquiteto do Universo, a construir outras moradas, em outras dimensões de vida.
A história de Nonato Chaves é uma saga de comprometimento e paixão pela construção, onde cada tijolo colocado não apenas ergue paredes, mas também constrói pontes entre as pessoas. Seu legado é esculpido em cada igreja que se eleva ao céu, em cada casa que abriga sonhos e em cada rua que testemunha o progresso de Bacabal.
Em seus dias como secretário de obras, Nonato foi o maestro de uma sinfonia de desenvolvimento. Sua batuta conduziu equipes de operários, engenheiros e arquitetos na dança sincronizada da construção civil. As estradas e ruas que ele ajudou a pavimentar não apenas conectaram bairros, mas também abriram caminhos para oportunidades e crescimento.
Além dos canteiros de obras, Nonato deixou sua marca na esfera política, dedicando-se como vereador e tornando-se um defensor da democracia. Sua visão transcendeu o concreto e alcançou as necessidades mais profundas da comunidade que ele jurou servir.
No seio de sua família, Nonato é mais do que um construtor de edifícios; ele é o alicerce afetivo que sustenta cada membro. Seus valores de integridade, resiliência e amor incondicional permeiam a casa que ele ajudou a construir não apenas fisicamente, mas também nos corações daquelas que o chamam de pai.
Nonato Chaves é um exemplo da capacidade humana de transformar pedras em monumentos, desafios em oportunidades e sonhos em realidade. Sua vida é um testemunho da verdadeira grandiosidade que reside na construção não apenas de estruturas tangíveis, mas também na construção de vidas, comunidades e esperanças.
Hoje, erguemos nossas mentes e corações em homenagem a Nonato Chaves, o construtor de templos religiosos, casas e sonhos. Que sua história inspire as gerações vindouras a construírem não apenas com tijolos e argamassa, mas também com compaixão, dedicação e um espírito incansável de servir. Nonato, o engenheiro de Bacabal, deixa para trás não apenas edifícios imponentes, mas um legado que transcende as páginas do tempo.
Professor ,Jornalista e Escritor membro da
Academia Bacabalense de Letras