Na década de 70, os estados do Maranhão e Pará foram palcos de uma extraordinária onda ufológica. Diversos municípios destes dois estados foram invadidos por estranhos objetos voadores luminosos que projetavam focos de luz e segundo o relato de vários moradores e também pela divulgação da Imprensa local sugavam pequenas porções de sangue de suas vítimas. Este fenômeno foi imediatamente batizado de “chupa-chupa” ou “luz vampira”.
Naquela época o pânico se instaurou naquelas cidades, sendo que as autoridades locais procuraram auxílio militar. Assim, em meados de agosto de 1977, o chefe da 2ª Seção do I COMAR – Comando Aéreo Regional do Pará, o coronel Camilo Ferraz de Barros, apoiado pelos brigadeiros Protásio Lopes de Oliveira e João Camarão Teles Ribeiro, criaram a “Operação Prato” designando o capitão Uyrangê Bolívar Soares Nogueira de Hollanda Lima para a chefia daquela equipe, que objetivava esclarecer o que de real existia sobre aqueles aparecimentos.
O trabalho desta equipe de militares gerou milhares de páginas de documentos com os relatos das aparições, relatórios, croquis e também foram realizadas centenas de fotos e filmes Super-8 dos OVNIs.
MINHA VIAGEM AO MARANHÃO, PARÁ E TOCANTINS
Fotograma do Filme da FAB [Aeronáutica,1977/Pará-Brasil]
Minha curiosidade foi despertada para estes casos no início dos anos 80 pelo pesquisador Daniel Rebisso Giese. Assim, no período de 13 de fevereiro a 04 de março de 2002, realizei pesquisas ufológicas nos Estados do Maranhão, Pará e Tocantins para melhor apurar estes fatos e me aprofundar um pouco mais na temática. Na ocasião pude coletar dezenas de casos de avistamentos de OVNIS, pousos e até ataques recentes acontecidos em uma localidade chamada Itapecurú, no Maranhão.
Focarei neste artigo os casos pesquisados por mim e ocorridos no sul do estado do Maranhão, pois segundo a literatura já publicada até então sobre a “Operação Prato”, as primeiras aparições da “onda chupa-chupa” (1977) teria acontecido na região de Carolina, além de outras cidades vizinhas.
Não tenho intenção de esgotar o assunto e nem conseguiria, mas sim, agregar mais conhecimento aos leitores do site do UPUPI – União de Pesquisas Ufológicas do Piauí, com a divulgação inédita de parte dos casos pesquisados naquela oportunidade.
BOLAS DE FOGO COM CAUDA NA REGIÃO DE CAROLINA
A cidade de Carolina - MA encontra-se na região do Vale do Tocantins, no sul do estado e possui diversas belezas naturais, cachoeiras e paisagens exuberantes, como por exemplo, a Cachoeira do Itapecurú, as Cachoeiras da Pedra Caída, as Cachoeiras do Rio Farinha, a Chapada das Mesas, o Morro das Figuras e o Morro do Chapéu.
O nome Carolina se deve a primeira Imperatriz do Brasil, Maria Leopoldina Josefa, filha do Imperador da Áustria e primeira esposa de Dom Pedro. Nesta cidade, também apelidada de “Paraíso das Águas”, aconteceram muitos casos insólitos e foram contados em diversas épocas por seus moradores.
A jovem Daiana Matos, de 18 anos contou que em novembro de 2001, na cidade de Carolina, observou acompanhada de mais sete testemunhas uma estranha aparição, que durou cerca de 10 segundos.
“Por volta das 22 horas, eu estava na porta de casa acompanhada da Janaína, Valéria, Denise e outras pessoas, quando a sobrinha da Janaína viu uma estranha luz de aproximadamente 2 metros de comprimento que veio do lado do mangue e seguiu em direção ao rio Tocantins. Imediatamente ela chamou a atenção de todos para que olhassem para aquela luz amarela que possuía uma espécie de cauda. Ficamos encabulados olhando aquilo que era muito bonito e passou voando baixo. O curioso é que não tinha ruído algum. Não sei o que era, mas com certeza não era avião, estrela e nem fogos de artifício”, disse ela.
Outro caso aconteceu em 1998, também na cidade de Carolina e foi relatado por Maria Alves da Conceição. Ela disse que na ocasião, por volta das 16h30min, se encontrava em casa e viu um “foco de luz” que foi em direção à roça. “Era algo diferente e quando aquela luz chegou próxima a plantação pareceu-me um fogo pousado. Depois aquele foco vermelho sumiu e mandei meu filho ao local, mas ele não observou nenhum vestígio de queimado na roça”, disse ela.
João Odolfo Medeiros[Carolina-MA]
O ex-prefeito Sr. João Odolfo Medeiros Rego, de 60 anos, disse que na região do Rio Farinha, no ano de 2000, dois objetos semelhantes a estrelas acompanharam de perto um carro onde se encontrava um guia e outro rapaz que voltavam para cidade.“Foi entre 20 e 21 horas perto da fazenda do Sr. Pedro Espindora, que eles viram as duas estrelas sobrevoando seu veículo. Ficaram apavorados e voltaram rapidamente para a cidade. Não se sabe com certeza do que se trata aquele fenômeno”, disse João Odolfo.
As Cachoeiras da Pedra Caída distam 35 quilômetros de Carolina, e foram palco de aparição de OVNI. O Sr. Bernardo Alves Figueiredo contou que em 1987, observou na cabeceira da cachoeira uma luz muito forte. “Era uma luz diferente muito forte que ofuscava a vista. Fiquei com muito medo e fui embora para minha residência no Riachão”, afirmou ele.
Outros moradores de Carolina informaram que é comum o aparecimento de luzes estranhas sobrevoando também no Morro do Chapéu e no Morro das Figuras, onde os arqueólogos descobriram uma quantidade considerável de inscrições rupestres o que indica que os primitivos índios “craôs” habitaram a região a milhares de anos.
MARCAS E TRIPULANTES...
Edison na fazenda Santa Clara aponta o sentido do ovni.
Na fazenda Santa Clara, em Carolina, em uma madrugada de janeiro de 2002, o jovem Reginaldo Calazans Barbosa, de 21 anos, saiu para ir ao banheiro e se deparou com um objeto redondo luminoso estacionado na frente do quintal de sua casa. Ao lado do insólito aparato voador estava um ser pequeno vestindo roupas verdes.
O rapaz ficou com medo e entrou em casa, voltando a dormir depois de algum tempo. Pela manhã, abriu a porta e verificou que o objeto não estava mais. Entretanto, no local do avistamento havia capim amassado. Sua parenta, Shirleyne Calazans Barbosa, confirmou o caso, por meio de depoimento coletado na ocasião.
Em Outubro de 1977, o Sr. José Benedito Santos, de 78 anos, teve um contato com o tripulante de um “chupa-chupa”, na Chapada das Mesas.
“Era noite e eu estava caçando com amigos na região das Mesas quando vi uma luz alaranjada. Rapidamente ela jogou um foco clarinho e aquela luz iluminou todo o lugar e eu pude ver que ela desceu ao lado de uma árvore a alguns metros de distância. Aquele aparelho era de 6 metros de comprimento e oval, sendo que o centro era mais vermelho e brilhante. De repente, apareceu um ser pequeno, de 1 metro e meio mais ou menos vestindo uma roupa prateada com um capacete transparente e com antenas com luzes vermelhas nas pontas. Quando ele se aproximou, senti medo mais fui me acalmando e desmaiei. Acordei mais tarde com meus colegas em volta perguntando o que aconteceu”, disse Benedito.
Croqui do Caso José Benedito [Chapada das Mesas-MA,1977]
Eu questionei o Sr. Benedito sobre como era o tripulante observado e ele me trouxe um papel amarelecido, envelhecido pelo tempo, com o desenho da criatura que ele fez na época. Ele me presenteou com o desenho.
Ao ver a figura, notei uma nave estilizada no canto direito do papel e um ser com os olhos grandes e pretos do lado e perguntei se eram assim mesmo e ele me respondeu que eram olhos grandes e com um olhar muito penetrante. Também se lembrou que nos braços da vestimenta do tripulante havia três listras como se fosse um emblema ou símbolo.
Ele afirmou ainda que não existiu conversa verbal, mas que sentiu paz durante a aproximação do ser, apesar do mesmo ser de aparência estranha.
No dia seguinte, teve fraqueza no seu corpo e notou uma pequena queimadura com orifícios em seu pescoço, que ficou roxo e descamou nos dias subseqüentes. Como todas as pessoas estavam amedrontadas e falavam do “chupa-chupa” naqueles dias, ele acredita verdadeiramente que teve um contato direto com aquele fenômeno que assombrou o sul do Maranhão na década de 70.
UM CASO NA DÉCADA DE 30
No povoado de Itapecurú conheci a Sra. Maria Pires, mais conhecida como “Dona Miúda”, de 74 anos na época que relatou um caso ocorrido em uma noite de 1931.
“Quando eu era criança, em 1931, vi uma bola de fogo vermelhinha. Não era muito grande não! Eu estava com minha irmã e a filha da vizinha conversando na porta de casa e de repente vimos que a bola de fogo voadora começou a nos perseguir. Nós saímos correndo de medo e a bola de fogo ficou parada em cima de um pé de pequi. Os moradores mais antigos falavam que era o ‘encanto da cachoeira’. Porém, até hoje não sabemos o que era aquilo”, disse ela.
Dona Miúda[1931] e Sra. Maria Nunes Bezerra.
SONDAS NO POVOADO DE ITAPECURÚ
Na década de 90, a Sra. Maria Nunes Bezerra, de 37 anos, avistou uma pequena sonda ufológica em frente ao povoado de Itapecurú.“Lembro que foi durante uma noite que outras pessoas me chamaram para ver. Ao sair na porta de casa, vi uma pequena bola amarelada que estava perto da cancela. Ela voava em torno da cancela e não fazia barulho. Depois de um tempo eu entrei em casa e quando saí de novo, a estranha bola de luz não estava mais lá”, disse Maria.
Senhor Joaquim Santana [1982]
No verão de 1982, o morador antigo Sr. Joaquim Santana, de 88 anos, também presenciou o avistamento de um pequeno objeto que chamou de “estrela amarelinha”, por diversas vezes na região, fazendo vôos irregulares, sempre entre as 19 e 20 horas.
O rapaz Jesse da Silva Santos, de 19 anos, contou que em novembro de 2001, ele estava trabalhando no Bar do Nonato, em Itapecurú, quando observou um objeto voador de 1 metro de diâmetro e um pouco alongado que sobrevoou o local numa altura estimada de 200 metros. “Era um aparelho vermelho amarelado e umas quinze pessoas que estavam na igreja viram o fenômeno. De repente o aparelho voador fez um chiado e todos ficaram assustados e voltaram para suas casas. O aparelho seguiu em direção à Carolina”, disse Jesse.
Outra testemunha, o Sr. Aroldo Neves dos Santos, de 51 anos, disse que viu uma “tocha” em 1978.
“Era 20 horas quando vi a tocha amarelada. À medida que a tocha descia, crescia o tamanho do objeto voador. Quando ficou a 50 metros de distância, percebi que era redondo e deveria ter uns 2 metros de diâmetro. Quando a tocha silenciosa veio na minha direção, sai correndo de medo e não vi mais”, contou ele.
O Sr. Luiz Pereira de Souza, de 73 anos, morador há mais de 50 anos no povoado de Itapecurú, afirmou que já viu por três vezes “uma tochona azul” na década de 70.
“ACORDEI NO HOSPITAL DE ARAGUAÍNA...”
Sr. Antônio Pereira dos Santos [caso acontecido em 1982]
Um caso que deixou seqüelas irreparáveis na testemunha foi o caso do Sr. Antônio Pereira dos Santos, mais conhecido como “Antônio Paraibano”. O episódio se passou em Itapecurú no dia 14 de novembro de 1998.
Contou ele: “Eu vi a luz! Eu fui ao Bingo do Jucelino, mas voltei de bicicleta até em casa para buscar o fumo de rolo. Retornando para o Bingo, vi uma bola branca de um metro de diâmetro que passou em frente da bicicleta, iluminando tudo em volta. Fiquei assustado, mas não dei muita importância. Na volta para casa, por volta das 2 horas da madrugada, a bola luminosa voltou a aparecer. Quando ela ficou perto, senti uma dormência no corpo, cai da bicicleta e perdi a consciência. Acordei no Hospital de Araguaína com a cabeça quebrada e até hoje não escuto direito pois fiquei surdo dos dois ouvidos. Com a bicicleta não aconteceu nada”.
ATAQUE EM ITAPECURÚ – MA
Senhora Januária Pereira Porto [caso acontecido em 2001]
Investiguei na ocasião um interessante ataque que aconteceu com a senhora Januária Pereira Porto (de 37 anos em 2002) e sua filha Jaiara (de 10 anos em 2002).Contou ela: “Em dezembro de 2001, eu estava armando a rede para a minha prima dormir. Enquanto eu arrumava as coisas, a minha prima que estava na porta, chamou-me para ver uma bola luminosa pequena que estava estacionada próxima a cerca de arame farpado. Eu fui à porta e vi que ela (a bola luminosa) não produzia ruído e resolvemos tocá-la com a mão. Aproximamos-nos e encostei a minha mão e o meu braço adormeceu na mesma hora. Achei estranho e voltamos para dentro de casa, pois eu tinha que terminar de arrumar a rede. Nesse momento, o meu corpo ficou dormente, começando pela língua, que me dificultava a fala. Senti a carne toda enchida. Depois de uma hora eu voltei ao normal”.
A cor da “bola luminosa” avistada era como uma lanterna amarela e tinha 20 centímetros de diâmetro e chegou a iluminar tudo a sua volta segundo afirmou a testemunha. O pequeno OVNI desapareceu, apagando sua luz, logo depois de ser tocada por Januária. Ela e a prima chegaram juntas na intenção de tocar o estranho fenômeno, mas só Januária encostou a sua mão.
Em Janeiro de 2002 aconteceu outro episódio. Januária estava sentada com a sua irmã na porta da casa tomando café, por volta das 19 horas, quando de repente, sua irmã perguntou: “O que é isso? É uma bola de fogo? Você viu quando ela passou pelos nossos pés e seguiu em direção àquele monte de barro, ali?”.
A resposta foi negativa por parte de Januária que acredita na história da sua irmã, embora não tenha notado a presença muito rápida da bola de fogo.No mês seguinte, em Fevereiro de 2002, em uma quinta-feira, contou Januária que durante a noite foi apalpada por uma criatura de mãos geladas. O exame foi dos pés a cabeça e ela ficou paralisada e com medo. Depois de muito custo, conseguiu virar-se e pegar um isqueiro (pois em sua casa não há luz elétrica). Ao acendê-lo percebeu que o ser havia desaparecido. Este fato aconteceu entre as 22 e 23 horas, e ela já estava deitada em sua cama.Ela me afirmou também que desde o início do ano (2002) já viu seres pequenos dentro de casa. O pavor vivido por ela e sua família é notório, ela confessou-me sua intenção de mudar dessa casa, pois depois que estes fenômenos aconteceram, apareceram estranhas feridas no seu seio e braços.
Caso da Januária[2001]-Marca do chupa chupa.
Eu fotografei as estranhas marcas e percebi que eram semelhantes aos produzidos pelo “chupa-chupa”. Pareciam agulhadas e em volta das picadas fica arroxeado e logo começa a coçar e a descamar a pele, segundo ela mesma afirmou. Januária queixou-se de fraqueza, cansaço, dor de cabeça e mal estar, depois do aparecimento dessas marcas.Sua filha de 10 anos, Jaiara Pereira Porto, também tinha marcas idênticas. Os outros filhos de Januária não possuíam hematomas e nem marcas similares. Na ocasião também fotografei as marcas da sua filha.Verifiquei o quarto de Januária e constatei que as paredes são feitas de palha e com muitas frestas, por onde a luz do “chupa-chupa” passaria facilmente atingindo a vítima.
Outra constatação foi que no local onde foi avistada a bola de fogo também havia uma pequena marca onde se notava o capim amarelecido e seco, como se tivesse sido queimado por calor, fogo ou algo similar. É surpreendente que no caso da senhora Januária existem elementos e características que se assemelham aos vividos pelas vítimas dos “chupa-chupa” em 1977. Isso, aliado a grande incidência de fenômenos ufológicos no sul do Maranhão, me leva a supor que o fenômeno não se encerrou em 1977, pois esporadicamente ocorre em regiões mais afastadas, como é o caso da cidade de Itapecurú.
A coleta de sangue é um dos pontos mais intrigantes e obscuros. Qual seria a intenção desta prática? Talvez jamais saibamos! Mas, desconfio que se algum dia descobrirmos a real intenção deste fenômeno, certamente estaremos diante de uma compreensão maior deste grandioso enigma que aconteceu em território nacional...
Infelizmente, os relatórios oficiais da Aeronáutica concluíram que era difícil precisar, com objetividade, a finalidade do fenômeno. Trinta e um anos depois do acontecido, o fenômeno ainda é reputado como inexplicável por cientistas, militares e ufólogos de várias partes do mundo... Os documentos oficiais pelo menos registraram: “o fenômeno chupa-chupa é real e de natureza ufológica e as naves são operadas estrategicamente por inteligências desconhecidas”. Assim, a única certeza que temos é que estamos diante de um insólito acontecimento, um imenso desafio para a Ciência e especialistas no assunto e que ainda está acontecendo lá fora!
* Pesquisador há 27 anos, fundador e atual presidente do GUG – Grupo Ufológico de Guarujá. Possui diversos trabalhos publicados em revistas, jornais e periódicos de vários países. Realizou e participou de vários congressos nacionais e internacionais. Participou de vários programas de televisão e rádio. Como pesquisador adota a linha científica de investigação, tendo investigado centenas de casos de abdução, pousos e contatos com OVNIS, principalmente no Litoral Paulista. Participou intensamente da investigação do “Caso Varginha”, em Minas Gerais. Viajou para vários países para investigar o fenômeno, como por exemplo, Egito, Grécia, Turquia, Inglaterra, França, Peru, Chile e Argentina. Atualmente vem desenvolvendo levantamentos sobre a atuação de militares brasileiros em pesquisas relacionadas com o Fenômeno Disco Voador. É o pesquisador brasileiro que possui a maior quantidade de documentos oficiais sobre o assunto. Endereço para contato:boaventura_gug@hotmail.com ou pelo telefone 11-8424-6925.
Créditos do texto e imagens:GUG – Grupo Ufológico de Guarujá
presenciei uma dessas cenas ontem,uma luz veio na minha direção,no meio da mata fiquei desesperado
ResponderExcluir