por Ana Luiza Kielblock Ferreira
É comum ver nos jornais e na televisão jovens que cometem erros terríveis de Gramática ao falarem ou produzirem textos, isso se deve à falta do hábito de leitura e a falta de exercício da escrita. A maioria dos adolescentes diz que não sente interesse em ler e muito menos em escrever, prefere assistir a filmes sobre clássicos da Literatura do que ler o livro. Quanto mais o tempo passa, as livrarias que costumavam ficar cheia de pessoas vão esvaziando por falta de leitores, mas o pior de tudo é que o nível das redações e produções textuais continua piorando e o que se percebe é Gramática péssima e estrutura textual primária.
No decorrer do tempo, o hábito de ler para se expressar ou apenas por diversão foi sendo perdido, substituído por atividades que envolvem tecnologias como jogos de videogame, redes sociais, WhatsApp, e com isso criou-se uma dificuldade tanto de interpretação quanto de produção de textos. Os jovens já não dialogam consigo mesmos por meio de diários, não exercitam a imaginação vivenciando aventuras nas páginas impressas - não que a tecnologia seja ruim, não é isso, mas o individualismo e a falta de interação fizeram com que as coisas simples que a vida proporciona fossem ficando cada vez mais distantes, e isso sim, é lamentável.
A juventude tem adoecido nos últimos tempos, seja por uma irremediável sensação de tédio ou pelo uso de substâncias proibidas ou ainda por rebeldia infundada. Ser rebelde na verdade é escrever poesia, colocar no papel sentimentos que façam outra pessoa pensar e sentir também, é se aprimorar culturalmente em um momento em que é normal sentir tédio e não querer fazer nada, sem contar que exercitar a escrita e a leitura proporciona grande vantagem na hora de escrever uma redação de vestibular. Escrever ainda é uma ótima maneira de se reciclar psicologicamente, de guardar experiências, desabafar frustrações. O fascínio que uma história bem contada exerce é pura magia, um bom livro faz com que o leitor se prenda a ele, faz sorrir, chorar e transporta para uma realidade repleta de possibilidades. O mundo da Literatura é mágico, e quem não o visita sempre perde muito, perde a capacidade de sonhar, de se expressar e de viver outras realidades. Experiências devem ser guardadas, não apenas em imagens, mas também em textos escritos. Um texto tem a capacidade de demonstrar as mudanças pelas quais o autor passou, é um documento que atesta o amadurecimento da pessoa e por isso tem uma importância inestimável. É capaz de trazer ao presente o contexto no qual foi desenvolvido, as nuances da época e dos costumes, traços culturais e as marcas de um povo. O Brasil possui jovens autores, mas a falta do hábito da leitura faz com que o mercado de livros seja restrito; para ter um livro publicado, o escritor quase sempre precisa fazer a publicação de forma independente, isso contribui para que bons textos sejam mantidos no fundo das gavetas e se percam no tempo sem ter a oportunidade de passar pelo julgamento do público leitor. Essa é uma triste constatação.
*Ana Luiza Kielblock Ferreira tem 13 anos de idade é aluna do 9° ano do Ensino Fundamental, reside em Santo André, cidade do ABC Paulista. Escreve contos e espera publicá-los. Contos de Ana Luíza: As Memórias de Gabriel, Guerra no País das Maravilhas.
Postado por José Henrique Silva às 05
0 comentários:
Postar um comentário