domingo, 23 de junho de 2024
São João na Terra da Bacaba: Uma Celebração da Cultura Bacabalense
São João Sem Asa Branca: O Desvanecer da Identidade Nordestina
quinta-feira, 20 de junho de 2024
Câmara de Bacabal realiza Sessão Solene e outorga o Título de Cidadania para cinco personalidades
Na tarde de quarta-feira, 19 de junho, a Câmara de Bacabal promoveu um momento histórico com a Sessão Solene de outorga da maior honraria municipal, realizada no Plenário Vereador Jocimar Alves de Sousa. A cerimônia atraiu uma multidão, lotando tanto o Plenário quanto a Galeria, em uma demonstração de reconhecimento e respeito aos homenageados.
A Sessão foi presidida pelo vereador Melquiades Neto, acompanhado pela primeira secretária, vereadora Natália Duda, e pelo segundo secretário, vereador Reginaldo do Posto. A solenidade teve início com a execução do Hino Nacional, seguida pela leitura bíblica e oração conduzidas por Roseane Sales, coordenadora pedagógica da Escola SESI.
Na ocasião, o Título de Cidadania Bacabalense foi entregue a várias personalidades ilustres: o escritor, professor e jornalista Francisco José (Zezinho Casanova) membro da Academia Bacabalense de Letras e Academia Mundial de Letras da Humanidade; Magna Nascimento, gerente da Escola SESI;m Rosivan Dias, gerente do SENAC de Bacabal; Anderson Ferreira, presidente do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (ITERMA); e George Aragão, diretor de Assentamento e Desenvolvimento Rural do ITERMA. A ex-vereadora e professora Liduína Tavares representou a Academia Bacabalense de Letras, parabenizando Zezinho Casanova pela honraria. Todos os homenageados tiveram a oportunidade de discursar, expressando sua gratidão e compromisso com a cidade de Bacabal.
Rosivan Dias agradeceu emocionada: “Gratidão ao nosso Deus pela honra recebida. Muito obrigada à minha família, ao vereador Venâncio do Peixe, ao SENAC, aos amigos, à equipe e à minha cidade Bacabal, por me tornar bacabalense”. Anderson Ferreira, presidente do ITERMA, destacou a responsabilidade que a honraria traz: “É o reconhecimento fruto do nosso trabalho e empenho nos últimos anos, tanto em prol da regularização fundiária quanto do desenvolvimento rural dos nossos assentados e quilombolas no município. Agora a responsabilidade aumenta e tenho certeza de que faremos ainda mais pela população de Bacabal”.
Magna Nascimento, gñ reconhecimento que muito me honra e me faz feliz. É um termômetro do trabalho que a gente tem feito”. George Aragão, diretor do ITERMA, disse: “Para mim, é uma honra estar em Bacabal e receber essa honraria que representa muito na minha vida. Esse título dá muito mais força para a gente continuar trazendo mais benefícios para o município. Agradeço ao vereador Venâncio e toda a Câmara pelo reconhecimento”.
Zezinho Casanova, agente cultural, emocionou-se: “Este é um dos momentos mais importantes da minha vida, já que dediquei minha vida ao trabalho por meio da cultura, educação e dos movimentos sociais de Bacabal. Sou grato ao vereador Venâncio do Peixe, ao presidente Melquiades Neto que subscreveu o projeto, e ao povo bacabalense por esse reconhecimento”.
O presidente Melquiades Neto ressaltou o significado das honrarias: “As honrarias representam o reconhecimento do Poder Legislativo e de toda a cidade, considerando que os homenageados já construíram uma história de trabalho e amor por Bacabal. Foi uma sessão muito emocionante, com um sentimento de gratidão, considerando a importância dessas pessoas para nossa cidade. Elas agora são, de fato, cidadãos de Bacabal e mereciam essa outorga. Quero parabenizar a todos os homenageados, aos vereadores Venâncio e professor Markim pelas proposições, e aos demais colegas que estiveram conosco hoje”.
segunda-feira, 17 de junho de 2024
CRÔNICA DO DIA: Cante o Carpinteiro!
Na frenética cena musical dos anos 60, um dos maiores ícones da Jovem Guarda, Ronnie Von, enfrentava um dilema. Seu novo álbum estava quase pronto, mas faltava uma peça crucial: a décima segunda canção. Era uma regra não escrita dos discos da época terem exatamente doze músicas, um padrão que os fãs e a indústria esperavam. No entanto, após gravar onze faixas, ele se viu em um beco sem saída.
Ronnie e seu
produtor vasculharam o repertório nacional e internacional em busca da canção
perfeita que fechasse o álbum com chave de ouro. A pressão aumentava, e o prazo
para o lançamento do álbum se aproximava rapidamente. Foi então que, em uma
noite de insônia, seu produtor se lembrou de uma música de Tim Hardin de
"If I Were A Carpenter" que ressoava em sua memória, trazendo consigo
uma solução inesperada.
Convencido
de que essa era a música certa, o produtor apresentou a ideia a Ronnie. Havia,
no entanto, um desafio: adaptar a canção ao português de maneira que mantivesse
a essência poética e emotiva da versão original. A tarefa não seria fácil, mas
ambos sabiam que era a escolha certa e a versão foi feita por um amigo.
Durante dias
e noites, eles trabalharam na tradução, ajustando cada palavra e frase para que
se encaixassem perfeitamente na melodia. A versão final, intitulada "O
Carpinteiro", carregava consigo uma profundidade e um sentimento que
cativavam desde a primeira nota.
A canção falava de amor, sacrifício e dedicação – temas universais que encontraram ressonância tanto na voz única de Ronnie Von quanto nos corações dos ouvintes. Quando o álbum finalmente foi lançado, "O Carpinteiro" não foi sua música de trabalho. A música escolhida para tocar foi “ A praça” .
Apesar do
sucesso do album, "O Carpinteiro" quase não era executada nos shows de Ronnie
Von. A música ganhou vida própria no Nordeste, onde foi lançada em
compacto, um pequeno disco de vinil com duas ou no máximo quatro músicas.
Embora desconhecida no Sul, "O Carpinteiro" tornou-se extremamente
popular no Nordeste, criando um contraste interessante na trajetória da música.
Os acordes do tempo passaram, na década de 80, Ronnie Von realizou um show aberto ao público em Bacabal. O evento atraiu uma multidão entusiasmada, mas uma situação inesperada marcou a noite. Um fã alcoolizado e armado apareceu durante o show e, em um ímpeto, gritou:
- Cante O Carpinteiro! - Gritou o homem.
Ronnie, surpreso, não sabia a letra de cor, pois não era uma das músicas de trabalho do disco.
O homem puxou um revólver e exigiu que o cantor cantasse "O Carpinteiro".
- Você é uma fraude! Cante o Carpinteiro! - Disse o fã em alto e bom som.
- Ronnie até admitia não lembrar completamente, mas ser chamada de uma fraude, já era demais para o artista. No entanto, nos anos 70 e 80 eram quase comum serem realizados shows no nordeste de sócias de artistas famosos, talvez por isso o temperamental fã o tenha chamado de Fraude.
- Se você é realmente Ronnie Von, Cante o Carpinteiro! -Insistia o homem com a arma apontada para o cantor.
A situação saiu do controle, houve correria e gritos de medo na plateia, seguranças e policiais tiveram que intervir para evitar uma tragédia. Desde então, para evitar situações semelhantes e em respeito aos fãs do Nordeste, Ronnie incluiu "O Carpinteiro" no repertório de seus shows a partir do Espírito Santo para cima como música de abertura.
Atualmente, a música ganhou nova vida com gravações de artistas como Nattan e Elias Monkbel, provando que uma boa canção nunca morre, apenas se transforma e encontra novos públicos. "O Carpinteiro" permanece como um elo entre gerações e um exemplo de como a música pode transcender barreiras geográficas e culturais, tocando corações e deixando memórias inesquecíveis.José Casanova
professor, Jornalista e Escritor membro da
Academia Bacabalense de Letras e
Academia Mundial de Letras da Humanidade
quinta-feira, 13 de junho de 2024
São João itinerante chega à Vila São João e Povoado Brejinho
A Secretaria de cultura de Bacabal, realiza nesta sexta-feira(14) e Sábado(15), no Bairro Vila São João e Povoado Brejinho respectivamente, mais uma etapa do São João na Terra da Bacaba Itinerante. O evento leva pra as comunidades uma caravana de artistas e produtores culturais com apresentações temáticas alusivas ao período Junino. Além de levar cultura e entretenimento para os bairros, o projeto consegue aquecer a economia criativa permitindo que vendedores ambulantes, artesãos e trabalhadores da cultura possam aumentar a renda com suas atividades econômicas.
Na vila São João o evento está programado para começar às 18h na praça do mercado do Bairro, com atrações musicais da própria comunidade, bumba-meu-boi sotaque de zabumba, quadrilhas juninas e bandas.
A programação do Povoado Brejinho além de Juninas da região terá apresentação de vários cantores e bandas, entre eles o famoso Elias Monkebel fechando a programação da noite. A Junina Luar do Sertão também se apresentará em Brejinho. O Secretário de Cultura Maestro Victor Emanuel afirma que " estamos fazendo um São João itinerante a altura da tradição cultural de nossas comunidades valorizando e dando oportunidades a nossos artistas e produtores culturais". conclui o Secretário.
Segue abaixo a programação:
terça-feira, 11 de junho de 2024
Rogério Santos cumpre intensa agenda no fim de semana
Rogério Santos cumpriu um extensa agenda de visitas e reuniões com lideranças da zona rural de Bacabal. As ações fazem parte de uma serie de atividades que Rogério Santos articula junto as comunidades.
Foram várias comunidades rurais visitadas. o articulador também esteve no Viva cidadão onde conversou com o gestor do órgão Ramon Braga sobre os serviços oferecidos naquela casa.
segunda-feira, 10 de junho de 2024
ARTIGO: Latifúndio cultural por Joãozinho Ribeiro
Este celeiro de produção criativa tem se transformado ultimamente num grande filão econômico, e a música tem sido o seu carro-chefe. Este sentimento e o pressentimento de possibilidades de grandes negócios atraíram a atenção da poderosa indústria cultural do país; de produtoras que vendem pacotes de “atrações nacionais” o ano inteiro e todo ano para estados e municípios, modificando os lugares do acontecer solidário, tão característico dos nossos festejos populares, assim entendidos pelo professor Milton Santos, e colocando nos referidos espaços um repertório tão banalizado e descartável, alheio à história e à tradição locais de nossas genuínas manifestações, por muito tempo desprezadas e até mesmo reprimidas.
Tenho tocado nesta tecla já faz algum tempo, preocupado também em não enveredar pelo xenofobismo barato nem pelo bairrismo discriminatório. Como diria o grandioso Paulinho da Viola: “Sem preconceito, ou mania de passado”, estamos assistindo a um espetáculo dantesco, com certeza patrocinador de danos irreparáveis a curto, médio e longo prazo no meio ambiente cultural. Um desmonte contínuo das conquistas no plano das políticas de cultura, e um desfazimento da construção coletiva de mãos e mentes caprichosas de várias gerações: Valdelino Cécio, Michol Carvalho, Arlete Nogueira da Cruz Machado, Nélson Brito, Terezinha Jansen, Carlos de Lima, Domingos Vieira Filho, D. Celeste, Mestre Marcelino, Américo Azevedo, D. Zelinda Lima, Nerine Lobão, Moraes, Humberto, Mestre Felipe…
Aportam por aqui oportunismos e interesses de todos os gêneros e estilos: políticos, midiáticos, eleitorais, digitais, econômicos… Até com gente fabricando um São João inteirinho pra chamar de seu, sem o mínimo conhecimento ou respeito pelos significados simbólicos e ancestrais desta nossa rica tradição popular. Herança deixada por nossos avós, como bem lembrado pelos versos do genial Guriatã do Maracanã.
Transformar a festa popular mais legítima do Nordeste em palco para a espetacularização da cultura popular e consagração dos consagrados, que passam o ano inteiro batendo recordes e mais recordes de acessos nas plataformas digitais de música, impulsionados pela monetização da imagem e da alma e pelo direcionamento dos algoritmos, torna-se um verdadeiro sacrilégio cultural. Se bancados por dinheiro público, mais sacrilégio e sacanagem ainda!
Penso que passamos a lidar com algo que eu atreveria de chamar de uma espécie de latifúndio cultural. Uma apropriação por poucos das grandes fatias dos orçamentos públicos e privados da cultura. Um coronelismo cultural em plena era digital, onde repertório e programações oficiais espelham e repetem os gostos dos governantes estaduais e municipais, muitos deles ligados ao agronegócio; tratando de um festejo público como uma festa privada em uma de suas muitas fazendas.Um casamento (im)perfeito entre o latifúndio geográfico e o latifúndio cultural, ungidos pela desigualdade, excludência e invisibilidade artística, além da negação da diversidade.
A brincadeira e a morte do boi, para nós maranhenses, sempre teve um outro entendimento, e significados que estão diretamente ligados com nossas crenças, cultos, credos e ancestralidades. Atualmente, os coveiros da cultura colocam pás de terra nestas manifestações, sob a desculpa esfarrapada de que é isso que o povo quer – a contratação de “artistas nacionais” a peso de ouro, para encharcar as praças e arenas da massa desinformada e despossuída do acesso aos bens culturais.
Prefiro ficar com a sabedoria do irretocável Gilberto Gil: “O povo sabe o que quer, mas quer também o que não sabe.” O direito de escolha resta sacrificado, principalmente quando a democracia, no campo cultural, é atropelada pela vontade e pelo gosto particular dos governantes, geralmente ignorantes e autoritários.
Quando eu me lembro da minha bela mocidade…Quá Eulália, eu não fico pra dormir…Mãe Catirina, poupa esse boi! … Antes que aquele outro,o da Lua, resolva cercar o Planeta do Brasil…Como se não existisse o Sol…Lua, Lua cheia / Que nasce no meio das águas… No mês de maio / Tá todo mundo ensaiando / E desse jeito / Eu não vou ficar aqui…Essa matraca, já conheço, seu menino / Já esmurrou muito destino / Já fez cantador penar!… Agora que eu quero ver se couro de gente é pra queimar!
quinta-feira, 6 de junho de 2024
ARTIGO: Orgulho Autista por David Morais
terça-feira, 4 de junho de 2024
Escritores Bacabalenses Tomam Posse na Academia Mundial de Letras da Humanidade