Associação de Mulhere e Mães de Autistas do Maranhão se Reúne em Bacabal

Mães atípicas se sentem valorizadas pela entidade

Pedreiras, Lima Campos e Trizidela do Vale são premiados com Selo de Referência em Atendimento pelo Sebrae

A Sala de Pedreiras ganhou Selo Ouro

Programa Saúde Ocular Beneficia Cerca de 200 Crianças em Bacabal

Programa é uma parceria entre as secretarias de Educação e Saúde

Sessão Solene na Câmara Municipal de Bacabal Celebra o Dia Internacional da Mulher

Vereadoras Nathália Duda e Regilda Santos conduzem Sessão Solene

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

CRÔNICA DO DIA: Trote Solidário

Os calouros da enfermagem chegaram à UEMA - Universidade Estadual do Maranhão  Campus Bacabal -com as expectativas e ansiedades típicas do primeiro dia. Sabiam que os trotes eram tradição, mas desta vez havia algo diferente no ar. Ao invés de estarem preocupados com tintas ou piadas desconfortáveis, seus olhares se voltavam para uma causa maior: a doação de sangue. O desafio seria outro, não mais uma prova de resistência ao ridículo, mas de empatia e coragem.

Naquela manhã, o Hemonúcleo da cidade estava mais movimentado que o habitual. O frio nos corredores de azulejo era substituído por um calor de solidariedade que unia todos: alunos, professores e funcionários. Para muitos dos calouros, era a primeira vez que viam de perto a seriedade de um banco de sangue. Sentiam o peso da responsabilidade, mas também uma estranha excitação. Eles estavam ali para fazer a diferença, e isso os enchia de orgulho.

Ao se sentarem nas poltronas de doação, a ansiedade voltava. O barulho do equipamento, a pressão do garrote no braço, tudo parecia ampliar a importância daquele gesto. Mas, ao ver o sangue escorrendo lentamente para os tubos, algo mudou. Uma sensação de pertencimento crescia, como se aquele gesto simples, porém vital, fosse um rito de passagem que realmente importava. O medo dava lugar a um sentimento de propósito.

As prprofessoras ao lado, observavam com olhares de admiração. A ação não era apenas uma lição prática de cidadania, mas também um sinal de que o curso que escolheram tinha, desde o início, uma conexão com a vida real, com a saúde pública, com o cuidado ao outro.

Ao fim da doação, um sorriso tímido surgia no rosto dos estudantes. A leveza de saber que aquele sangue poderia salvar vidas transformava a experiência em algo profundo. O trote, longe de ser humilhante, se tornara um símbolo de compromisso com o próximo.


segunda-feira, 30 de setembro de 2024

CRÔNICA: Os impactos da inteligência artificial na educação

Na sala de aula da Escola  João Mohana  em Bacabal, o chiado das cadeiras, o barulho das folhas virando e o arranhar das canetas se tornaram sons cada vez mais raros. O que antes era preenchido por conversas entre alunos e as explicações do professor, hoje está sendo suavemente substituído por uma interface brilhante. Se antes a aprendizagem era uma troca visceral, quase humana, agora a educação encontra-se mediada por algoritmos complexos e sistemas de inteligência artificial (IA) que prometem transformar o processo de ensinar e aprender.

Agora a Escola era destaque nos eventos de robótica internacionais,  a mostra bacabalense de foguetes prometia novos cientistas para o País. 

_Você já viu a nova ferramenta da escola? - perguntou Mariana, aluna do terceiro ano, enquanto mostrava a tela do celular para sua colega. No dispositivo, uma IA conversava com ela de forma quase natural, respondendo às dúvidas de física com uma precisão que nem o próprio professor conseguiria. A professora Teresa, que dava aula há quase 20 anos, assistia a tudo com uma mistura de fascínio e inquietação.

No início, a ideia parecia promissora.

 _A IA vai personalizar o aprendizado, cada aluno terá um plano de estudo único - Disseram os especialistas. 

_Os professores terão mais tempo para se concentrar nas necessidades individuais dos alunos, enquanto a máquina faz o trabalho pesado. - Mas será que é assim tão simples? Será que a tecnologia pode substituir a experiência de uma aula vibrante, com discussões profundas sobre o mundo, onde os erros são aprendizados e os acertos, conquistas compartilhadas?

O impacto da IA na educação é como uma faca de dois gumes. De um lado, ela promete resolver o problema da falta de personalização do ensino, ajudando alunos com diferentes ritmos de aprendizado a se desenvolverem no seu próprio tempo. O sistema pode adaptar o conteúdo, sugerir exercícios, corrigir provas em minutos e fornecer feedback instantâneo. Isso, claro, pode ser uma mão na roda para quem está preso a currículos rígidos e sobrecarregados de tarefas. Mas, de outro, há uma pergunta que paira no ar: e o calor humano, o afeto que transforma o aprendizado em algo mais do que uma mera transferência de conhecimento?

Na sala de aula, a interação social entre os alunos também mudou. Aqueles que antes se reuniam em grupos para discutir os exercícios, agora se veem cada vez mais isolados, conectados a máquinas em vez de uns aos outros. O debate, o diálogo, o improviso — tudo isso foi se diluindo diante de uma tecnologia que, embora impressionante, ainda não entende de nuances humanas. A IA pode responder a perguntas sobre equações, mas não é capaz de perceber a ansiedade de um aluno que teme o futuro.

Enquanto a professora Teresa caminava pela sala, observava os alunos, imersos em suas telas. Não podia negar o impacto da tecnologia no aprendizado. Alguns estavam mais concentrados, outros pareciam perdidos em um mar de informações, tentando acompanhar o ritmo da máquina. E ela se questionava: o que aconteceria com as futuras gerações? Estariam mais preparados para o mundo digital ou, na verdade, mais distantes uns dos outros?

Na sua cabeça, surgia uma dúvida inevitável: no esforço por ensinar de forma mais eficiente, estaríamos realmente preparando os alunos para o mundo real? Será que a empatia, o pensamento crítico e a criatividade, habilidades humanas por excelência, não estariam sendo deixadas para trás, substituídas por números e códigos que não entendem as complexidades da vida?

Enquanto os alunos se dispersavam para o intervalo, Mariana, por curiosidade, perguntou à IA: 

_O que é mais importante para aprender? O conhecimento ou a experiência?

A resposta veio instantaneamente: "Ambos são importantes. O conhecimento amplia as possibilidades, enquanto a experiência ensina a aplicá-lo."

Mariana sorriu, mas, ao olhar para a professora, não pôde evitar o pensamento de que, por mais que a tecnologia avance, a verdadeira resposta talvez não esteja nas máquinas. Está nas histórias, nas conversas e, principalmente, nas mãos de quem, com paciência e dedicação, ensina os alunos a serem mais do que recipientes de informações — a serem seres humanos completos.

A educação, afinal, não pode ser reduzida a números e algoritmos. Ela deve ser, acima de tudo, uma experiência de transformação, de crescimento pessoal e coletivo. A IA pode ser uma ferramenta, mas o que realmente forma o aluno é o contato humano, as ideias compartilhadas e as emoções vividas em cada etapa dessa jornada.

Cara leitor(a), devo confessar um pecado intelectual. Busquei ajuda de uma inteligência artificial para escrever esta crônica; mas não deu certo,  faltou sentimento e minha impressão digital literária,  tive que reescreve-la com minhas palavras e Interpretação da realidade. 

E assim, no balanço entre máquina e ser humano, a professora Teresa continuava a ensinar, com a certeza de que, por mais avançada que fosse a inteligência artificial, o verdadeiro aprendizado ainda dependia, e sempre dependeria, da sabedoria de quem ainda acreditava no poder do toque, da voz e da presença.

JOSÉ  CASANOVA 

Membro da Academia Bacabalense de Letras e Academia Mundial de Letras da Humanidade 


sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Palestra sobre Setembro Amarelo promove conscientização em Alto Alegre do Maranhão

Nesta sexta-feira (27), os alunos da Escola Santa Mônica, no município de Alto Alegre do Maranhão, participaram de uma palestra  sobre o Setembro Amarelo, no período matutino  a palestra foi ministrada pela Psicopedagoga  da SEMED Any Silveira, já  no turno vespertino peka assistente social Emanuele Aguiar. O evento teve como foco a prevenção do suicídio e a importância do diálogo aberto sobre saúde mental.

Durante a palestra, Emanuelle e Any destacaram a necessidade de empatia, apoio emocional e o combate ao estigma que ainda envolve questões de depressão e ansiedade, temas centrais na campanha de valorização da vida. Enfatizaram a relevância de procurar ajuda profissional e manter uma rede de apoio forte, seja entre amigos, familiares ou colegas de escola.

Os alunos mostraram grande interesse pelo tema, ouvindo atentamente os conselhos e orientações da assistente social. Ao final da palestra, a mensagem de Emanuelle ecoou entre os estudantes, que se engajaram em uma apresentação teatral, abordando a importância do cuidado com a saúde mental e retratando situações cotidianas de superação e apoio mútuo. A performance sensibilizou o público presente, reforçando a mensagem central de que todos podem contribuir para um ambiente mais saudável e acolhedor.

A iniciativa faz parte de uma série de ações da escola voltadas à conscientização sobre a campanha do Setembro Amarelo, que visa reduzir os índices de suicídio, especialmente entre os jovens, e promover uma cultura de acolhimento e cuidado.

Ao final, Emanuelle Aguiar deixou um convite aberto para que todos se tornem agentes de transformação e apoio, lembrando que “falar é a melhor solução”.




























sábado, 7 de setembro de 2024

Crônica do Dia: Independência ou Morte?

José Brasil acordou naquela manhã de 7 de setembro com o som dos fogos de artifício. Não sabe porque esses fogos ainda são utilizados, já que incomodam tanto os autistas, idosos e pessoas doentes, mas na sua terra,  Juçaralandia, não existe regras de bom senso. Acordara com um aperto no peito, que já não era novidade. Aos 42 anos, as dificuldades financeiras se acumulavam como poeira num móvel esquecido. A mulher, Maria, já estava de pé, preparando o café de uma mistura rala que ele preferia não saber como conseguia. Os filhos, João e Luísa, ainda dormiam no pequeno quarto. Não passavam de um número no censo.

_Mais um Dia da Independência... - pensou José, enquanto vestia a camisa desbotada para mais um dia de luta. Iria ao centro da cidade, tentar vender suas frutas. - _ Mas que independência é essa que não chega ao povo? Ter independência é saber fazer as próprias escolhas.  - Murmurou, observando os rostos cansados na vizinhança, onde todos, como ele, lutavam por migalhas.

No caminho, encontrou-se com Francisco, um velho amigo dos tempos de juventude.

— Grande Zé, vai pro centro? — perguntou Francisco, com o sorriso meio apagado.

— Vou sim, Chico. Tentar vender uns abacaxis, sabe como é... — José suspirou, ajeitando a carroça.

— Hoje é feriado. Vai ter desfile e tudo...

— Pois é, feriado. Desfile... — José riu, um riso seco, sem vontade. — Sabe o que eu estava pensando, Chico? Comemorar o quê? Que independência é essa que não dá liberdade pro povo viver melhor? Que nos faz comemorar, mas seguir presos na mesma miséria?

Francisco concordou em silêncio. Ele próprio já tinha desistido de questionar as coisas. Mas José não. José tinha o Brasil até no próprio nome, e isso o incomodava.

— Eu olho pros meus filhos, Chico... O João vai fazer 15 anos, tá no ensino público, mas aprende o quê? O professor nem aparece. Outros aparecem até demais da conta. E a Luísa? Mal tem livros. — José respirou fundo, com o olhar perdido. — A educação é a nossa esperança, mas o governo não liga. Só pesam no Ideb.  Eles preferem o pão e circo. A diversão tá garantida, mas e a comida na mesa?

— E o que tu faz, Zé? O que a gente pode fazer? — perguntou Francisco, mais desanimado do que curioso.

— Luto, Chico. Tento. Não tem muito mais o que fazer. — José puxou a carroça e começou a caminhar, mas logo parou, olhando para trás. — É tudo um ciclo, sabes? Eles dão circo pra gente se distrair, enquanto a saúde, a cultura, a ciência... tudo vai morrendo aos poucos. Tu sabia que tem gente que nunca leu um livro na vida?

— Isso é verdade...

— E como vamos ter independência se o conhecimento não chega ao povo? Se a literatura tá sumindo das mãos das crianças? E a ciência? O que é que sobra?

Francisco abaixou a cabeça. José tinha razão. O desfile de logo mais seria bonito, patriótico, emocionante... mas o que aquilo significava para eles? Para suas famílias? Eles iriam aplaudir, gritar "Viva o Brasil!", mas no fundo, nada mudaria.

— Eu penso nos meus filhos, Chico. Quero que eles tenham um futuro melhor que o meu. Mas, com o que está aí, não sei... E não é só política, é tudo. Cultura, educação... o país tá doente. Estamos em ano eleitoral, como disse o poeta Boa  Fé: Quanta gente vai se eleger de novo, renovando a fome desse povo...

O som dos tambores do desfile ao longe ecoou pelas ruas. Francisco olhou na direção do centro da cidade, onde a multidão começava a se reunir.

— Então, Zé, vamos assistir ao desfile?

José parou, pensou por um segundo, e depois respondeu com um sorriso amargo:

— Não, Chico. Eu tenho abacaxis pra vender  e muitos outros abacaxis pra descascar na vida.

E seguiu seu caminho. 


quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Formação do Programa Pacto pela Aprendizagem Reúne Educadores em Bacabal

Na manhã desta terça-feira (27), o Centro de Convivência dos Idosos de Bacabal foi palco de mais uma etapa da Formação do Programa Pacto pela Aprendizagem, com foco no eixo de Gestão. O evento, realizado em parceria com a Unidade Regional de Educação (URE), reuniu gestores, articuladores pedagógicos e educadores do município para discutir estratégias e ações voltadas à melhoria dos indicadores educacionais na região.

O professor Lindomar, integrante de uma rede que monitora esses indicadores, destacou a importância da formação como uma ferramenta essencial para a evolução da educação em Bacabal. "Nosso trabalho é constante e voltado para assegurar que os índices educacionais se mantenham positivos. A formação de hoje reflete nosso compromisso com a qualidade da gestão escolar, que é um dos pilares para o sucesso das políticas educacionais", afirmou Lindomar.

A articuladora pedagógica regional do eixo de Gestão do Pacto pela Aprendizagem, Elineuda Silva, ressaltou o sucesso do evento e a importância de fortalecer a rede de gestores no município. "Eventos como este são fundamentais para alinharmos as diretrizes e garantirmos que todos os envolvidos na educação estejam preparados para enfrentar os desafios diários. A gestão escolar eficiente é peça-chave para a transformação que desejamos ver nas escolas", destacou Elineuda.

Também presente na formação, a gestora regional de educação, Professora Erika Lucena, reforçou o compromisso da URE em apoiar as ações do Pacto pela Aprendizagem e promover a melhoria contínua nas escolas da região. "Estamos comprometidos em dar todo o suporte necessário para que nossos gestores possam conduzir suas unidades escolares com excelência. A formação continuada é uma das principais ferramentas para isso", afirmou a gestora.

A formação foi mais um passo importante para o fortalecimento das práticas de gestão escolar em Bacabal, refletindo o compromisso coletivo com a qualidade da educação no município.




Programa Saúde na Escola Realiza Consultas Oculares para Alunos em Bacabal

Na manhã desta terça-feira (27), o Programa Saúde na Escola, uma iniciativa da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) em parceria com a Secretaria de Saúde, realizou uma ação voltada para a saúde ocular de crianças e adolescentes da rede municipal de ensino. A Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Novo Bacabal foi o local escolhido para as consultas oftalmológicas, beneficiando dezenas de estudantes.

O programa tem como objetivo identificar e tratar problemas de visão que possam impactar o desempenho escolar dos alunos, garantindo que todos tenham condições adequadas de aprendizado. Durante a ação, crianças e adolescentes passaram por exames de vista e, quando necessário, receberam a prescrição de óculos.

Uma das alunas atendidas, Maria Clara, de 10 anos, compartilhou sua experiência: "Eu sempre sentia dificuldade para enxergar o que a professora escrevia no quadro. Agora, com a consulta e a prescrição dos óculos, acredito que vou conseguir acompanhar melhor as aulas."- Afirma Maria. 

Os médicos responsáveis pelos exames, Dr. destacaram a relevância do programa para a saúde e a educação das crianças, pois problemas de visão podem comprometer o desempenho escolar e a qualidade de vida das crianças. Através dessas consultas, são detectados  precocemente questões que, se não tratadas, podem causar dificuldades maiores no futuro. A prevenção é fundamental, e essa parceria entre educação e saúde é um exemplo de como promover o bem-estar integral dos alunos.

A coordenadora do Programa Saúde na Escola, Rityelle , também comentou sobre a ação e o impacto positivo que ela traz para a comunidade escolar. "O programa é uma iniciativa que busca integrar saúde e educação, oferecendo um suporte essencial para o desenvolvimento dos nossos alunos. As consultas oculares são apenas uma das várias ações que realizamos, mas têm um papel crucial, pois uma boa visão é fundamental para o aprendizado. Continuaremos a trabalhar para levar mais saúde às nossas escolas", afirmou Rityelle.

A ação realizada na UBS do bairro Novo Bacabal foi mais uma demonstração do compromisso da SEMED e da Secretaria de Saúde em promover a saúde integral das crianças e adolescentes de Bacabal, garantindo que todos tenham as melhores condições possíveis para aprender e crescer.

domingo, 25 de agosto de 2024

CRÔNICA: A Corrida Contra o Tempo

Em Bacabal, onde o sol escaldante parece sempre estar com pressa para o fim da tarde, Vive Seu João. Um senhor dos seus sessenta anos, magro, mas forte pela lida da vida. Os olhos verdes contrastam com a pele abundante em melanina Ele era um pedreiro conhecido por sua habilidade e capricho. "Devagar e sempre", repetia ele, como um mantra, enquanto assentava cada tijolo com a precisão de um relógio.

Mas, na mesma rua 3 da Vila São João, morava Dona Lurdes, uma senhora apressada que descobriu que o tempo era feito de ouro.  Dona de uma pequena vendinha, onde tudo é feito às pressas.

 - Se o cliente está com pressa, eu também estou! - Justificava, enquanto passava o troco sem nem olhar direito as moedas.

Certo dia, Dona Lurdes decidiu construir uma varanda nova para sua casa.

 - Seu João, eu preciso que essa varanda fique pronta em três dias! O casamento da minha sobrinha é no sábado, e eu não posso receber os convidados com a casa assim. – Declarou  Lurdes apressada.

Seu João, com a calma de quem já viu muitos pedidos apressados ​​na vida, respondeu:  - Dona Lurdes, a pressa é inimiga da perfeição. Se eu fizer essa obra correndo, as paredes podem até ficar de pé, mas não vão durar o próximo inverno.  – Declarou João com sua paciência de Jó.

 - Deixe de ser exagerado, Seu João! Eu confio no seu talento. Três dias é tempo mais que suficiente! – Exclamou Lurdes já visualizando a varanda pronta.

Mesmo contrariado, Seu João aceitou o trabalho. Com a pressão imposta por Dona Lurdes, cada tijolo era colocado de forma menos cuidadosa, e o cimento mal tinha tempo de secar antes de mais uma camada ser aplicada. Dona Lurdes, que não queria saber de desculpas, passando todo o dia para fiscalizar, apressando ainda mais o pobre pedreiro.

No terceiro dia, a varanda estava lá, erguida, pintada e aparentemente perfeita. Dona Lurdes estava radiante.

 _ Eu sabia que o senhor daria conta! Agora vou poder exibir minha casa nova para todos! – Disse sacudindo as cadeiras de mulher cinquentona.

Pagou a mão de obra de seu João que ao receber o dinheiro contou cada nota cuidadosamente. Lourdes olhou a calmaria de João e falou:

_ oh homem lerdo meu Deus!...

João respondeu com um sorriso tranquilo e silencioso.

 Porém, naquela mesma noite, uma chuva forte caiu sobre  a terra da Bacaba. Enquanto os convidados se reuniam na sala, um estalo seco ecoou pela casa. Antes que alguém pudesse entender o que estava acontecendo, a varanda recém-construída começou a ceder. Os tijolos desmoronaram, e a varanda ruiu como um castelo de cartas.

Dona Lurdes, incrédula, olhou para a destruição.

_Como isso poderia acontecer? – Indagou olhando  a construção que veio a baixo.

Seu João, que estava por ali para garantir que tudo estivesse em ordem, apenas balançou a cabeça e disse com um leve sorriso no canto da boca:

_Dona Lurdes, a pressa, além de inimiga da perfeição, tem uma aliada poderosa: a realidade .Ela não perdoa quando as coisas são feitas de qualquer maneira. – Disse João .

E assim, entre os risos dos convidados, que agora viam a situação com humor, Dona Lurdes aprendeu, do jeito mais difícil, que em Bacabal, como em qualquer lugar, não adianta correr se o caminho não está bem pavimentado.

Autor: José Casanova
Professor, Jornalista e Escritor
Membro da Academia de Letras de Bacabal
e Academia Mundial de Letras da Humanidade

domingo, 23 de junho de 2024

São João na Terra da Bacaba: Uma Celebração da Cultura Bacabalense


Bacabal, cidade conhecida por sua riqueza cultural e história vibrante, mais uma vez se destacou com a realização do São João na Terra da Bacaba itinerante, evento promovido pela Secretaria de Cultura do município. Sob a gestão do maestro Victor Emanuel e da secretária Adjunta Jhennifer Reis, a festa trouxe uma explosão de cores, sons e tradições que encantaram moradores e visitantes.

Cultura Popular em Destaque

O São João na Terra da Bacaba foi marcado por apresentações em diversos bairros da cidade, tais como; Trizidela, Madre Rosa, Vila São João e Terra do Sol. O Povoado Brejinho também recebeu uma ação do projeto proporcionando acesso à cultura e entretenimento para um público diversificado na zona rural. Artistas bacabalenses tiveram a oportunidade de brilhar nos palcos montados em praças e espaços comunitários, mostrando o talento e a paixão que caracterizam a região.


Grupos culturais de cultura popular, como as tradicionais quadrilhas juninas, danças folclóricas e manifestações típicas do período junino, dividiram o espaço com atrações de cultura de massa, incluindo shows de bandas locais e apresentações musicais contemporâneas. Essa diversidade de estilos e expressões artísticas refletiu a riqueza cultural de Bacabal, garantindo que todos os públicos fossem contemplados.


Impulso para a Economia Criativa e Turismo

Além de promover a cultura local, o São João na Terra da Bacaba teve um impacto significativo na economia criativa da cidade. Comerciantes, artesãos, produtores locais e pequenos empresários, Micro empreendedores individuais; viram um aumento nas vendas e na demanda por seus produtos e serviços, impulsionados pela grande movimentação de pessoas durante o evento.
O setor de turismo também foi beneficiado, com a chegada de visitantes de cidades vizinhas e até de outras regiões, atraídos pela fama do São João bacabalense. Hotéis, pousadas e restaurantes registraram uma alta ocupação, contribuindo para o fortalecimento da economia local e colocando Bacabal em evidência no mapa turístico do Maranhão.
Expectativas para o Centro Cultural

Com o sucesso do São João nos bairros, as expectativas agora se voltam para o São João no Centro Cultural, que promete ser ainda mais grandioso. O evento contará com grandes atrações de bumba-meu-boi, um dos ícones do folclore maranhense, além de quadrilhas juninas, grupos de danças tradicionais e contemporâneas, cantores e bandas de sucesso.

O maestro Victor Emanuel e sua equipe da Secretaria de Cultura estão trabalhando arduamente para garantir que esta próxima etapa da  festa seja memorável. A programação rica e diversificada, já foi anunciada pelo Prefeito Edvan Brandão,  que continuará a celebrar a cultura de Bacabal e a fortalecer os setores de economia criativa e turismo.

O São João na Terra da Bacaba itinerante reafirmou a importância das festas juninas como uma celebração da identidade cultural nordestina e como um motor para o desenvolvimento econômico e social de Bacabal. Com a expectativa em alta para as próximas atrações no Centro Cultural, a cidade se prepara para mais uma vez mostrar o que há de melhor em sua cultura e tradição.