Associação de Mulhere e Mães de Autistas do Maranhão se Reúne em Bacabal

Mães atípicas se sentem valorizadas pela entidade

Pedreiras, Lima Campos e Trizidela do Vale são premiados com Selo de Referência em Atendimento pelo Sebrae

A Sala de Pedreiras ganhou Selo Ouro

Programa Saúde Ocular Beneficia Cerca de 200 Crianças em Bacabal

Programa é uma parceria entre as secretarias de Educação e Saúde

Sessão Solene na Câmara Municipal de Bacabal Celebra o Dia Internacional da Mulher

Vereadoras Nathália Duda e Regilda Santos conduzem Sessão Solene

domingo, 23 de junho de 2024

São João na Terra da Bacaba: Uma Celebração da Cultura Bacabalense


Bacabal, cidade conhecida por sua riqueza cultural e história vibrante, mais uma vez se destacou com a realização do São João na Terra da Bacaba itinerante, evento promovido pela Secretaria de Cultura do município. Sob a gestão do maestro Victor Emanuel e da secretária Adjunta Jhennifer Reis, a festa trouxe uma explosão de cores, sons e tradições que encantaram moradores e visitantes.

Cultura Popular em Destaque

O São João na Terra da Bacaba foi marcado por apresentações em diversos bairros da cidade, tais como; Trizidela, Madre Rosa, Vila São João e Terra do Sol. O Povoado Brejinho também recebeu uma ação do projeto proporcionando acesso à cultura e entretenimento para um público diversificado na zona rural. Artistas bacabalenses tiveram a oportunidade de brilhar nos palcos montados em praças e espaços comunitários, mostrando o talento e a paixão que caracterizam a região.


Grupos culturais de cultura popular, como as tradicionais quadrilhas juninas, danças folclóricas e manifestações típicas do período junino, dividiram o espaço com atrações de cultura de massa, incluindo shows de bandas locais e apresentações musicais contemporâneas. Essa diversidade de estilos e expressões artísticas refletiu a riqueza cultural de Bacabal, garantindo que todos os públicos fossem contemplados.


Impulso para a Economia Criativa e Turismo

Além de promover a cultura local, o São João na Terra da Bacaba teve um impacto significativo na economia criativa da cidade. Comerciantes, artesãos, produtores locais e pequenos empresários, Micro empreendedores individuais; viram um aumento nas vendas e na demanda por seus produtos e serviços, impulsionados pela grande movimentação de pessoas durante o evento.
O setor de turismo também foi beneficiado, com a chegada de visitantes de cidades vizinhas e até de outras regiões, atraídos pela fama do São João bacabalense. Hotéis, pousadas e restaurantes registraram uma alta ocupação, contribuindo para o fortalecimento da economia local e colocando Bacabal em evidência no mapa turístico do Maranhão.
Expectativas para o Centro Cultural

Com o sucesso do São João nos bairros, as expectativas agora se voltam para o São João no Centro Cultural, que promete ser ainda mais grandioso. O evento contará com grandes atrações de bumba-meu-boi, um dos ícones do folclore maranhense, além de quadrilhas juninas, grupos de danças tradicionais e contemporâneas, cantores e bandas de sucesso.

O maestro Victor Emanuel e sua equipe da Secretaria de Cultura estão trabalhando arduamente para garantir que esta próxima etapa da  festa seja memorável. A programação rica e diversificada, já foi anunciada pelo Prefeito Edvan Brandão,  que continuará a celebrar a cultura de Bacabal e a fortalecer os setores de economia criativa e turismo.

O São João na Terra da Bacaba itinerante reafirmou a importância das festas juninas como uma celebração da identidade cultural nordestina e como um motor para o desenvolvimento econômico e social de Bacabal. Com a expectativa em alta para as próximas atrações no Centro Cultural, a cidade se prepara para mais uma vez mostrar o que há de melhor em sua cultura e tradição.




São João Sem Asa Branca: O Desvanecer da Identidade Nordestina


A festa de São João no Nordeste sempre foi um espetáculo à parte. O cheiro de milho cozido e pamonha se misturava ao aroma das fogueiras que ardiam nas noites frias de junho. O som do triângulo, da sanfona e da zabumba embalava os passos cadenciados das quadrilhas juninas, que dançavam ao redor do mastro enfeitado. Cada movimento contava uma história, cada verso cantado era um pedaço da alma nordestina. Era a época do ano em que a tradição se renovava e o orgulho de ser nordestino florescia com mais força.

Nos últimos anos, algo mudou. As fogueiras ainda queimam e os mastros ainda estão de pé, mas o som que preenche as noites de São João já não é o mesmo. O sotaque das brincadeiras parecem perder o ritmo. O verdadeiro forró, com suas letras poéticas e melodias que falam de amor, saudade e resistência, foi relegado a um canto obscuro das festividades. No palco principal, o que se ouve agora são bandas de "piseiro" e outros ritmos que nada têm a ver com a essência nordestina.

As quadrilhas juninas, antes uma representação vibrante da cultura local, foram estilizadas e perderam parte de sua autenticidade. O que era uma dança de celebração e comunhão agora parece uma competição de quem tem o figurino mais extravagante e a coreografia mais complexa. A simplicidade que encantava foi trocada por um espetáculo pirotécnico que, embora impressione, não emociona.

Artistas populares, que mantêm viva a chama do forró autêntico, lutam por um espaço que, cada vez mais, lhes é negado. Quando conseguem se apresentar, o cachê simbólico mal cobre os custos da viagem e dos ensaios e na maioria das vezes são pagos com meses de atraso. É um golpe duro para aqueles que dedicaram suas vidas a manter viva a tradição de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Gonzaga, que cantou o sertão com tanto amor e verdade, deve tremer em seu túmulo sagrado ao ouvir o som do "forró de plástico" que se espalhou pela festa de São João. Como disse o poeta Roberto Carlos; "não sou contra o progresso, mas apelo pro bom Senso". 

A identidade do São João nordestino está em risco. A modernidade trouxe novidades, mas também diluiu o que era genuíno. Cabe a nós, nordestinos de coração, lutar para que a essência de nossa festa não se perca. Precisamos resgatar o verdadeiro forró, valorizar nossos artistas e celebrar nossas quadrilhas juninas com a simplicidade e a alegria de sempre. Só assim, poderemos garantir que as futuras gerações conheçam e amem a verdadeira festa de São João, como Luiz Gonzaga e tantos outros mestres nos ensinaram.

Por José Casanova
Professor, Jornalista e Escritor
membro da Academia Bacabalense de Letras e
Academia Mundial de Letras da Humanidade

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Câmara de Bacabal realiza Sessão Solene e outorga o Título de Cidadania para cinco personalidades

Na tarde de quarta-feira, 19 de junho, a Câmara de Bacabal promoveu um momento histórico com a Sessão Solene de outorga da maior honraria municipal, realizada no Plenário Vereador Jocimar Alves de Sousa. A cerimônia atraiu uma multidão, lotando tanto o Plenário quanto a Galeria, em uma demonstração de reconhecimento e respeito aos homenageados.

A Sessão foi presidida pelo vereador Melquiades Neto, acompanhado pela primeira secretária, vereadora Natália Duda, e pelo segundo secretário, vereador Reginaldo do Posto. A solenidade teve início com a execução do Hino Nacional, seguida pela leitura bíblica e oração conduzidas por Roseane Sales, coordenadora pedagógica da Escola SESI.

Na ocasião, o Título de Cidadania Bacabalense foi entregue a várias personalidades ilustres: o escritor, professor e jornalista Francisco José (Zezinho Casanova) membro da Academia  Bacabalense  de Letras e Academia Mundial de Letras da Humanidade; Magna Nascimento, gerente da Escola SESI;m Rosivan Dias, gerente do SENAC de Bacabal; Anderson Ferreira, presidente do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (ITERMA); e George Aragão, diretor de Assentamento e Desenvolvimento Rural do ITERMA. A ex-vereadora e professora Liduína Tavares representou a Academia Bacabalense de Letras, parabenizando Zezinho Casanova pela honraria. Todos os homenageados tiveram a oportunidade de discursar, expressando sua gratidão e compromisso com a cidade de Bacabal.

Rosivan Dias agradeceu emocionada: “Gratidão ao nosso Deus pela honra recebida. Muito obrigada à minha família, ao vereador Venâncio do Peixe, ao SENAC, aos amigos, à equipe e à minha cidade Bacabal, por me tornar bacabalense”. Anderson Ferreira, presidente do ITERMA, destacou a responsabilidade que a honraria traz: “É o reconhecimento fruto do nosso trabalho e empenho nos últimos anos, tanto em prol da regularização fundiária quanto do desenvolvimento rural dos nossos assentados e quilombolas no município. Agora a responsabilidade aumenta e tenho certeza de que faremos ainda mais pela população de Bacabal”.

Magna Nascimento, gñ reconhecimento que muito me honra e me faz feliz. É um termômetro do trabalho que a gente tem feito”. George Aragão, diretor do ITERMA, disse: “Para mim, é uma honra estar em Bacabal e receber essa honraria que representa muito na minha vida. Esse título dá muito mais força para a gente continuar trazendo mais benefícios para o município. Agradeço ao vereador Venâncio e toda a Câmara pelo reconhecimento”.

Zezinho Casanova, agente cultural, emocionou-se: “Este é um dos momentos mais importantes da minha vida, já que dediquei minha vida ao trabalho por meio da cultura, educação e dos movimentos sociais de Bacabal. Sou grato ao vereador Venâncio do Peixe, ao presidente Melquiades Neto que subscreveu o projeto, e ao povo bacabalense por esse reconhecimento”.

O presidente Melquiades Neto ressaltou o significado das honrarias: “As honrarias representam o reconhecimento do Poder Legislativo e de toda a cidade, considerando que os homenageados já construíram uma história de trabalho e amor por Bacabal. Foi uma sessão muito emocionante, com um sentimento de gratidão, considerando a importância dessas pessoas para nossa cidade. Elas agora são, de fato, cidadãos de Bacabal e mereciam essa outorga. Quero parabenizar a todos os homenageados, aos vereadores Venâncio e professor Markim pelas proposições, e aos demais colegas que estiveram conosco hoje”.










segunda-feira, 17 de junho de 2024

CRÔNICA DO DIA: Cante o Carpinteiro!

Na frenética cena musical dos anos 60, um dos maiores ícones da Jovem Guarda, Ronnie Von, enfrentava um dilema. Seu novo álbum estava quase pronto, mas faltava uma peça crucial: a décima segunda canção. Era uma regra não escrita dos discos da época terem exatamente doze músicas, um padrão que os fãs e a indústria esperavam. No entanto, após gravar onze faixas, ele se viu em um beco sem saída.

Ronnie e seu produtor vasculharam o repertório nacional e internacional em busca da canção perfeita que fechasse o álbum com chave de ouro. A pressão aumentava, e o prazo para o lançamento do álbum se aproximava rapidamente. Foi então que, em uma noite de insônia, seu produtor se lembrou de uma música de Tim Hardin de "If I Were A Carpenter" que ressoava em sua memória, trazendo consigo uma solução inesperada.

Convencido de que essa era a música certa, o produtor apresentou a ideia a Ronnie. Havia, no entanto, um desafio: adaptar a canção ao português de maneira que mantivesse a essência poética e emotiva da versão original. A tarefa não seria fácil, mas ambos sabiam que era a escolha certa e a versão foi feita por um amigo.

Durante dias e noites, eles trabalharam na tradução, ajustando cada palavra e frase para que se encaixassem perfeitamente na melodia. A versão final, intitulada "O Carpinteiro", carregava consigo uma profundidade e um sentimento que cativavam desde a primeira nota.

A canção falava de amor, sacrifício e dedicação – temas universais que encontraram ressonância tanto na voz única de Ronnie Von quanto nos corações dos ouvintes. Quando o álbum finalmente foi lançado, "O Carpinteiro"  não foi  sua música de trabalho. A música escolhida para tocar foi “ A praça” .    

Apesar do sucesso do album, "O Carpinteiro" quase não era executada nos shows de Ronnie Von. A música ganhou  vida própria no Nordeste, onde foi lançada em compacto, um pequeno disco de vinil com duas ou no máximo quatro músicas. Embora desconhecida no Sul, "O Carpinteiro" tornou-se extremamente popular no Nordeste, criando um contraste interessante na trajetória da música.

 Os acordes do tempo passaram, na década de 80, Ronnie Von realizou um show aberto ao público em Bacabal. O evento atraiu uma multidão entusiasmada, mas uma situação inesperada marcou a noite. Um fã alcoolizado e armado apareceu durante o show e, em um ímpeto, gritou: 

- Cante O Carpinteiro! - Gritou o homem.

Ronnie, surpreso, não sabia a letra de cor, pois não era uma das músicas de trabalho do disco.

 O homem puxou um revólver e exigiu que o cantor cantasse "O Carpinteiro". 

- Você é uma fraude! Cante o Carpinteiro! - Disse o fã em alto e bom som.

- Ronnie até admitia não lembrar completamente, mas ser chamada de uma fraude, já era demais para o artista. No entanto, nos anos 70 e 80 eram quase comum serem realizados shows no nordeste de sócias de artistas famosos, talvez por isso o temperamental fã o tenha chamado de Fraude.

- Se você é realmente Ronnie Von, Cante o Carpinteiro! -Insistia o homem com a arma apontada para o cantor.

A situação saiu do controle, houve correria e gritos de medo na plateia, seguranças e policiais tiveram que intervir para evitar uma tragédia. Desde então, para evitar situações semelhantes e em respeito aos fãs do Nordeste, Ronnie incluiu "O Carpinteiro" no repertório de seus shows a partir do Espírito Santo para cima como música de abertura.

Atualmente, a música ganhou nova vida com gravações de artistas como Nattan e Elias Monkbel, provando que uma boa canção nunca morre, apenas se transforma e encontra novos públicos. "O Carpinteiro" permanece como um elo entre gerações e um exemplo de como a música pode transcender barreiras geográficas e culturais, tocando corações e deixando memórias inesquecíveis.

José Casanova

professor, Jornalista e Escritor membro da

Academia Bacabalense de Letras  e 

Academia Mundial de Letras da Humanidade


quinta-feira, 13 de junho de 2024

São João itinerante chega à Vila São João e Povoado Brejinho

 


A Secretaria de cultura de Bacabal, realiza  nesta sexta-feira(14) e Sábado(15), no Bairro Vila São João e Povoado Brejinho respectivamente, mais uma etapa do São João na Terra da Bacaba Itinerante. O evento leva pra as comunidades uma caravana de artistas e produtores culturais com apresentações temáticas alusivas ao período Junino. Além de levar cultura e entretenimento para os bairros, o projeto consegue aquecer a economia criativa permitindo que vendedores ambulantes, artesãos e trabalhadores da cultura possam aumentar a renda com suas atividades econômicas.

Na vila São João o evento está programado para começar às 18h na praça do mercado do Bairro, com atrações musicais da própria comunidade, bumba-meu-boi sotaque de zabumba, quadrilhas juninas  e bandas.

A programação do Povoado Brejinho além de Juninas da região terá apresentação de vários cantores e bandas, entre eles o famoso Elias Monkebel fechando a programação da noite. A Junina Luar do Sertão também se apresentará em Brejinho. O Secretário de Cultura Maestro  Victor Emanuel afirma que " estamos fazendo um São João itinerante a altura da tradição cultural de nossas comunidades valorizando e dando  oportunidades a nossos artistas e produtores culturais". conclui o Secretário.

Segue abaixo a programação:

 

                

terça-feira, 11 de junho de 2024

Rogério Santos cumpre intensa agenda no fim de semana

 


Rogério Santos cumpriu um extensa agenda de visitas e reuniões com lideranças da zona rural de Bacabal. As ações fazem parte de uma serie de atividades que Rogério Santos articula junto as comunidades.


Foram várias comunidades rurais  visitadas. o articulador também  esteve no Viva cidadão onde conversou com o gestor do órgão Ramon Braga sobre os serviços oferecidos naquela casa.






Os jogos escolares promovidos pela Secretaria de Desporto e lazer em parceria com a Secretaria de educação, foi acompanhados  de  perto por Rogério que incentivou atletas parabenizando pela participação nos jogos.



segunda-feira, 10 de junho de 2024

ARTIGO: Latifúndio cultural por Joãozinho Ribeiro

As festas nordestinas sempre foram entendidas por mim como um dos maiores ativos da região. Não somente pelo aspecto cultural simplesmente, porém pelos econômicos, sociais, comunitários…Seja pelo ponto de vista simbólico, seja pela afirmação da cidadania e da autoestima da população. Sendo o São João um momento ímpar desta valorização e de reconhecimento dos criadores e produtores culturais em todos os sentidos e gêneros: cantores, compositores, músicos, cantadores, mestres, brincantes, bumba-bois, cordelistas, quadrilhas, cacuriás, grupos de danças variados etc.

Este celeiro de produção criativa tem se transformado ultimamente num grande filão econômico, e a música tem sido o seu carro-chefe. Este sentimento e o pressentimento de possibilidades de grandes negócios atraíram a atenção da poderosa indústria cultural do país; de produtoras que vendem pacotes de “atrações nacionais” o ano inteiro e todo ano para estados e municípios, modificando os lugares do acontecer solidário, tão característico dos nossos festejos populares, assim entendidos pelo professor Milton Santos, e colocando nos referidos espaços um repertório tão banalizado e descartável, alheio à história e à tradição locais de nossas genuínas manifestações, por muito tempo desprezadas e até mesmo reprimidas.

Tenho tocado nesta tecla já faz algum tempo, preocupado também em não enveredar pelo xenofobismo barato nem pelo bairrismo discriminatório. Como diria o grandioso Paulinho da Viola: “Sem preconceito, ou mania de passado”, estamos assistindo a um espetáculo dantesco, com certeza patrocinador de danos irreparáveis a curto, médio e longo prazo no meio ambiente cultural. Um desmonte contínuo das conquistas no plano das políticas de cultura, e um desfazimento da construção coletiva de mãos e mentes caprichosas de várias gerações: Valdelino Cécio, Michol Carvalho, Arlete Nogueira da Cruz Machado, Nélson Brito, Terezinha Jansen, Carlos de Lima, Domingos Vieira Filho, D. Celeste, Mestre Marcelino, Américo Azevedo, D. Zelinda Lima, Nerine Lobão, Moraes, Humberto, Mestre Felipe…

Aportam por aqui oportunismos e interesses de todos os gêneros e estilos: políticos, midiáticos, eleitorais, digitais, econômicos… Até com gente fabricando um São João inteirinho pra chamar de seu, sem o mínimo conhecimento ou respeito pelos significados simbólicos e ancestrais desta nossa rica tradição popular. Herança deixada por nossos avós, como bem lembrado pelos versos do genial Guriatã do Maracanã.

Transformar a festa popular mais legítima do Nordeste em palco para a espetacularização da cultura popular e consagração dos consagrados, que passam o ano inteiro batendo recordes e mais recordes de acessos nas plataformas digitais de música, impulsionados pela monetização da imagem e da alma e pelo direcionamento dos algoritmos, torna-se um verdadeiro sacrilégio cultural. Se bancados por dinheiro público, mais sacrilégio e sacanagem ainda!

Penso que passamos a lidar com algo que eu atreveria de chamar de uma espécie de latifúndio cultural. Uma apropriação por poucos das grandes fatias dos orçamentos públicos e privados da cultura. Um coronelismo cultural em plena era digital, onde repertório e programações oficiais espelham e repetem os gostos dos governantes estaduais e municipais, muitos deles ligados ao agronegócio; tratando de um festejo público como uma festa privada em uma de suas muitas fazendas.Um casamento (im)perfeito entre o latifúndio geográfico e o latifúndio cultural, ungidos pela desigualdade, excludência e invisibilidade artística, além da negação da diversidade.

A brincadeira e a morte do boi, para nós maranhenses, sempre teve um outro entendimento, e significados que estão diretamente ligados com nossas crenças, cultos, credos e ancestralidades. Atualmente, os coveiros da cultura colocam pás de terra nestas manifestações, sob a desculpa esfarrapada de que é isso que o povo quer – a contratação de “artistas nacionais” a peso de ouro, para encharcar as praças e arenas da massa desinformada e despossuída do acesso aos bens culturais.

Prefiro ficar com a sabedoria do irretocável Gilberto Gil: “O povo sabe o que quer, mas quer também o que não sabe.” O direito de escolha resta sacrificado, principalmente quando a democracia, no campo cultural, é atropelada pela vontade e pelo gosto particular dos governantes, geralmente ignorantes e autoritários.

Quando eu me lembro da minha bela mocidade…Quá Eulália, eu não fico pra dormir…Mãe Catirina, poupa esse boi! … Antes que aquele outro,o da Lua, resolva cercar o Planeta do Brasil…Como se não existisse o Sol…Lua, Lua cheia / Que nasce no meio das águas… No mês de maio / Tá todo mundo ensaiando / E desse jeito / Eu não vou ficar aqui…Essa matraca, já conheço, seu menino / Já esmurrou muito destino / Já fez cantador penar!… Agora que eu quero ver se couro de gente é pra queimar! 
(*) Poeta e compositor

quinta-feira, 6 de junho de 2024

ARTIGO: Orgulho Autista por David Morais

O Dia do Orgulho Autista, 18 de junho, foi criado pelos(as) próprios(as) autistas devido a falta de representatividade e protagonismo nas ações promovidas no dia 02 de abril que é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

Sobretudo, um dia voltado para as pessoas autistas que buscam validação e reforço: "Nada sobre nós, sem nós". Como também, para dizer que existem autistas indígenas, negros, ciganos e LGBT+, visibilizando e promovendo a igualdade de direitos.

Mas também, pode ser visto como um dia de conscientização por parte dos familiares, bem como de luta para acabar com a violação de direitos e como forma de evidenciar direitos.

Tenho orgulho de ser autista. Apesar do diagnóstico tardio; foi libertador. Não me tornei mais autista depois do diagnóstico. Aconteceu que não precisei mais mascarar, esconder-me para tentar ser aceito. Passei a entender melhor as minhas limitações e comorbidades associadas, aceitando e buscando o tratamento, intervenções e suporte.

Procurei entender melhor a minha condição neurológica e não doença. Sem me culpar mais pelas frases diretas que pareciam agressividade; da falta de contato visual; da desregulação emocional; da falta de interação e déficit de comunicação ; da falta de coordenação motora; da hipersensibilidade auditiva; da rigidez cognitiva; das estereotipias e por muitas vezes não conseguir demonstrar afetos e sentimentos.

Tenho orgulho de ser autista e de me afirmar uma pessoa com deficiência, combatendo todos os dias o capacitismo e o preconceito. Além de formas correlatas de opressão. Fazendo sempre a luta na defesa dos direitos humanos. Uma legítima luta revolucionária anticapacitista e antirracista. Como diz o poeta Sérgio Vaz: " Revolucionário é todo aquele que quer mudar o mundo e tem a coragem de começar a mudar por si mesmo”

David Morais
Ativista anticapacitista e antirracista
@davidmorais217
Membro da Academia Mundial de Letras da Humanidade

Segue abaixo um poema de David Morais sobre a mesma temática.



terça-feira, 4 de junho de 2024

Escritores Bacabalenses Tomam Posse na Academia Mundial de Letras da Humanidade







Uma caravana de Bacabal de artistas e produtores culturais se dirigiu a Pindaré para prestigiar um evento histórico: a posse de escritores na Academia Mundial de Letras da Humanidade. A sessão solene ocorreu no dia 28 de maio, às 19h, no icônico Engenho Central de Pindaré, e reuniu uma diversidade de grupos e instituições, incluindo o grupo Identidade LGBT, o Conselho Municipal de Educação do município de Bacabal, a UNEGRO - União de Negras e Negros pela Igualdade, o Centro de Artesanato de Bacabal e a Academia Bacabalense de Letras entre outras instituições governamentais e não governamentais de Santa Inês e Pindaré. O Secretário de cultura de Bacabal, Maestro Victor Emanuel também participou do evento.

O evento contou com a presença do presidente mundial da instituição, o escritor Camilo Martins, que deu posse a novos membros de Santa Inês, Pindaré e Bacabal. Entre os homenageados, destacaram-se os escritores bacabalenses José Casanova e Carlos Ofélio.

José Casanova foi empossado como Presidente da Academia Seccional Vale do Mearim, um reconhecimento de sua contribuição para a cultura e literatura da região do Mearim. Carlos Ofélio também recebeu sua honraria, consolidando a importância dos escritores de Bacabal no cenário literário maranhense. Ambos receberam do Presidente da Academia  as insígnias da instituição, o Diploma de imortais, a Toga e a medalha com o Brasão da Academia.

A noite foi marcada por discursos emocionantes, recitais de poesia, celebração das artes  e da ciência com a  reafirmação do compromisso de todos os imortais  empossados na Academia  Mundial de Letras da Humanidade signatária do Pacto global da ONU, por uma literatura e cultura de paz.