quarta-feira, 24 de agosto de 2016

ONG exige investigação na morte de jornalista


JORNALISMO-SID2

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) emitiu um comunicado nesta terça-feira (23) condenando o assassinato do jornalista Maurício Campos Rosa. Ele foi morto a tiros no dia 17 de agosto, na cidade de Santa Luzia (MG), aumentando para quatro o número de jornalistas assassinados no Brasil em 2016.

Maurício Campos Rosa, de 64 anos, era repórter e diretor do jornal O Grito, gratuito e distribuído há mais de 20 anos em Santa Luzia , a 18 km de Belo Horizonte. Segundo a RSF, a publicação denunciava atividades irregulares de vereadores da cidade em uma cooperativa de coleta de lixo.

A ONG acrescenta que o jornalista foi morto por cinco disparos de pistola, quando saía da casa de um amigo, na noite de 17 de agosto. Ele foi levado com vida ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

A RSF faz um apelo para que as autoridades ajam “com rapidez” e ” identifiquem os autores do que classifica como “ato covarde”.

“Quantos jornalistas assassinados são necessários para que se comece a combater de forma mais sistemática o problema da violência contra os comunicadores no país?”, questiona, no documento, o diretor do escritório para a América Latina da ONG, Emmanuel Colombié.

“Com o assassinato de Maurício, é mais uma voz de um meio de comunicação independente que se apaga. Sua morte não deve cair no esquecimento, nem permanecer impune, como é infelizmente a regra para grande parte de casos semelhantes na América Latina”, reitera Colombié.

Segundo a ONG, nenhuma informação foi divulgada até o momento pelas autoridades de Santa Luzia. “Uma investigação foi aberta pela Polícia Civil, que por ora afirma não afastar nenhuma pista sobre o que teria motivado o crime”, ressalta o comunicado.

Liberdade de Imprensa

O Brasil ocupa a 104ª posição entre 180 países no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa de 2016, elaborado anualmente pela RSF. Além de Maurício Campos Rosa, apenas neste ano, três outros jornalistas foram assassinados: João Miranda do Carmo, Manoel Messias Pereira e João Valdecir de Borba.

0 comentários:

Postar um comentário