Professora Rosangela é uma mulher incansável. Balzaquiana por excelência, encontra-se no auge de sua vida, mas com uma agenda que parece prestes a explodir. A rotina frenética entre aulas na universidade, palestras inspiradoras, a redação incessante de artigos científicos, participação em lives e a dedicação à formação de novos professores definem seus dias.
Além dessa rotina profissional, assume seu papel de mãe,
mulher e líder religiosa. Seu nome é sinônimo de comprometimento, conhecimento
e paixão pelo ensino. No entanto, nos bastidores dessa mulher multifacetada, há
um episódio peculiar que desnuda sua fortaleza: o gás de cozinha.
A aparente trivialidade de um botijão de gás de cozinha torna-se
um gatilho para um conflito interno profundo. Quando o indicador de gás vazio
se manifesta, a serenidade de Rosangela se desfaz. Uma crise psicológica, um
choro inesperado, nervosismo à flor da pele, quase uma ansiedade palpável. O
gás, além de aquecer sua cozinha, alimenta também uma inquietação oculta.
Era como se, ao se deparar com a finitude do gás, ela
confrontasse a sua própria exaustão. De onde surge esse conflito? Nem Freud explica.
A chama que arde incessantemente na professora, iluminando mentes e inspirando
outros, sente -se ameaçada pela escuridão iminente do botijão vazio. Não é
apenas uma questão de cozinhar; é um confronto com a vulnerabilidade que ela
resistia em mostrar.
É como se Rosangela tivesse em sua tela mental, lembranças de
um passado remoto quando nem o gás existia. Como se ela tivesse abusado do uso
do gás e agora mesmo sem lembrar do que fizera, numa mostra sutil da lei de causa
e efeito, cada vez que acabasse seu gás de cozinha, seu subconsciente despertava
gatilhos mentais de culpa que se perderam no labirinto do tempo.
Seus alunos, acostumados com a imagem inabalável da
professora, ficaram surpresos ao descobrir esse lado sensível, essa fragilidade
disfarçada. Afinal, Balzac não apenas descreveu a força das mulheres nesse
estágio da vida, mas também delineou a complexidade de suas emoções, oscilando
entre a maturidade e a nostalgia.
O dilema do gás revela-se como um capítulo oculto na vida
movimentada de Rosangela, um reflexo de como a pressão da vida cotidiana afeta
até mesmo as mulheres mais fortes e resilientes. Enquanto ela preenchia as
mentes dos outros com conhecimento, estava ela mesma em constante aprendizado
sobre suas próprias fragilidades.
Professora Rosangela, a Balzaquiana, enfrenta seus desafios
cotidianos, lutando contra as tempestades da vida com a mesma coragem que nutre
em seus discursos acadêmicos. A lição silenciosa do gás vazio é que, por trás
de cada mulher forte, há uma alma que busca equilíbrio, uma busca constante por
renovar as chamas que, por vezes, ameaçam se extinguir.
Professor, Jornalista e Escritor da
Academia Bacabalense de Letras
Como diria o poeta, um mulherão, uma mulher e tanto. A professora Rosangela é inspiradora nela os escritos de Paulo Freire se materializam, a Educação muda pessoas, seus alunos professora são dia após dia transformados. Bem colocado Casanova
ResponderExcluirCasanova, parabéns! Suas palavras refletem o pensamento expostos nas palavras ditas na formação de professores na segunda-feira.
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