segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

CRÔNICA DO DIA:Harmonia na Diversidade Religiosa

 

A intolerância religiosa pode ser  definida por atitudes agressivas e de ódio a culturas, opiniões e forma de crer no Maravilhoso deferente das suas. Para nãos sermos didáticos ou proselitistas, vamos entrar numa máquina do tempo literária e conhecer uma  cidade fictícia que o leitor pode dá o nome que quiser.

Nesta cidade , onde os sinos da igreja ecoam ao lado do chamado à oração nas mesquitas, vivem personagens distintos, cada um carregando suas próprias crenças, mas todos compartilhando o mesmo espaço de convivência.

Padre Antônio, com sua batina desgastada, era um homem que dedicava sua vida a conduzir sua paróquia com amor e compaixão. Ao lado dele, Pastor Samuel liderava sua congregação com palavras de fé e esperança. No mesmo bairro, vivia Isaac, um judeu respeitado por sua comunidade, e dona Clara, uma senhora que mantinha viva a tradição de sua fé afro-brasileira.

Entre eles, havia ainda Marta, uma espírita  que buscava aprofundar-se nos ensinamentos de Allan Kardec. Todos viviam pacificamente, respeitando as diferenças e aprendendo uns com os outros. Dona Marta acreditava que o espiritismo era o “Consolador” prometido por Jesus, e colocava sua mediunidade a serviço da comunidade.

No entanto, um dia, um incidente abalou a paz religiosa da comunidade. Durante uma festividade inter-religiosa, um grupo intolerante invadiu o evento, desrespeitando as crenças alheias. O ato de intolerância religiosa começou com um ataque violento à Tenda de São Raimundo Nonato de Mãe Clara de Ogum. O ataque deixou todos perplexos e incomodados.

As formas de intolerância religiosa são  variadas: no caso de Mãe Clara , fora desde insultos verbais até atos de vandalismo em locais sagrados da tenda.. A causa, muitas vezes, está enraizada na falta de compreensão e no medo do desconhecido. A ignorância alimenta preconceitos, que por sua vez  despertam a intolerância.

No Brasil, A Constituição Federal, no artigo 5º, VI   afirma ser inviolável a liberdade de crença e consciência, “assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantido, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias”, só que na prática, não é bem assim, principalmente quando se trata de religiões de matriz africana.

Diante desse triste episódio, os líderes religiosos se reuniram para discutir maneiras de combater a intolerância religiosa em sua comunidade. Conscientizaram-se de que a educação era a chave para dissipar o medo e a ignorância. Decidiram promover palestras, debates e atividades inter-religiosas nas escolas locais, incentivando o diálogo e a compreensão desde cedo. O Ministério Público, imparcial, acompanhava tudo de perto,

Padre Antônio, com seu jeito sereno, propôs a criação de um comitê inter-religioso, onde líderes de diferentes crenças se reuniriam regularmente para discutir questões de interesse comum e promover a paz. Pastor Samuel concordou, enfatizando a importância de mostrar à comunidade que, apesar das diferenças, todos compartilham valores fundamentais de amor e respeito.

Juntos, enfrentaram a intolerância religiosa com solidariedade e diálogo. Com o tempo, a comunidade começou a perceber que a diversidade de crenças enriquecia a todos, em vez de dividir. A lei da intolerância religiosa foi fortalecida, e a mensagem de respeito prevaleceu sobre o preconceito.

Assim, naquele lugar de crenças diversas, floresceu a verdadeira harmonia na convivência, mostrando que é possível construir pontes, em vez de muros, quando se trata de fé e respeito mútuo. Que bom seria amigo leitor, se cá fora, das páginas do livros as pessoas não fossem intolerantes, com certeza  viveríamos num mundo melhor

POR JOSÉ DA SILVA

Profe ssor ,Jornalista, Escritor e Membro da 

Academia Bacabalense de Letras

0 comentários:

Postar um comentário