A intolerância religiosa pode ser definida por atitudes agressivas
e de ódio a culturas, opiniões e forma de crer no Maravilhoso deferente das suas.
Para nãos sermos didáticos ou proselitistas, vamos entrar numa máquina do tempo
literária e conhecer uma cidade fictícia
que o leitor pode dá o nome que quiser.
Nesta cidade , onde os sinos da igreja ecoam ao lado do
chamado à oração nas mesquitas, vivem personagens distintos, cada um carregando
suas próprias crenças, mas todos compartilhando o mesmo espaço de convivência.
Padre Antônio, com sua batina desgastada, era um homem que
dedicava sua vida a conduzir sua paróquia com amor e compaixão. Ao lado dele,
Pastor Samuel liderava sua congregação com palavras de fé e esperança. No mesmo
bairro, vivia Isaac, um judeu respeitado por sua comunidade, e dona Clara, uma
senhora que mantinha viva a tradição de sua fé afro-brasileira.
Entre eles, havia ainda Marta, uma espírita que buscava aprofundar-se nos ensinamentos de
Allan Kardec. Todos viviam pacificamente, respeitando as diferenças e
aprendendo uns com os outros. Dona Marta acreditava que o espiritismo era o “Consolador”
prometido por Jesus, e colocava sua mediunidade a serviço da comunidade.
No entanto, um dia, um incidente abalou a paz religiosa da
comunidade. Durante uma festividade inter-religiosa, um grupo intolerante
invadiu o evento, desrespeitando as crenças alheias. O ato de intolerância
religiosa começou com um ataque violento à Tenda de São Raimundo Nonato de Mãe
Clara de Ogum. O ataque deixou todos perplexos e incomodados.
As formas de intolerância religiosa são variadas: no caso de Mãe Clara , fora desde
insultos verbais até atos de vandalismo em locais sagrados da tenda.. A causa,
muitas vezes, está enraizada na falta de compreensão e no medo do desconhecido.
A ignorância alimenta preconceitos, que por sua vez despertam a intolerância.
No Brasil, A Constituição Federal, no artigo 5º, VI afirma ser inviolável a liberdade de crença e
consciência, “assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantido,
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias”, só que na
prática, não é bem assim, principalmente quando se trata de religiões de matriz
africana.
Diante desse triste episódio, os líderes religiosos se
reuniram para discutir maneiras de combater a intolerância religiosa em sua
comunidade. Conscientizaram-se de que a educação era a chave para dissipar o
medo e a ignorância. Decidiram promover palestras, debates e atividades
inter-religiosas nas escolas locais, incentivando o diálogo e a compreensão
desde cedo. O Ministério Público, imparcial, acompanhava tudo de perto,
Padre Antônio, com seu jeito sereno, propôs a criação de um
comitê inter-religioso, onde líderes de diferentes crenças se reuniriam
regularmente para discutir questões de interesse comum e promover a paz. Pastor
Samuel concordou, enfatizando a importância de mostrar à comunidade que, apesar
das diferenças, todos compartilham valores fundamentais de amor e respeito.
Juntos, enfrentaram a intolerância religiosa com
solidariedade e diálogo. Com o tempo, a comunidade começou a perceber que a
diversidade de crenças enriquecia a todos, em vez de dividir. A lei da
intolerância religiosa foi fortalecida, e a mensagem de respeito prevaleceu
sobre o preconceito.
Assim, naquele lugar de crenças diversas, floresceu a
verdadeira harmonia na convivência, mostrando que é possível construir pontes,
em vez de muros, quando se trata de fé e respeito mútuo. Que bom seria amigo
leitor, se cá fora, das páginas do livros as pessoas não fossem intolerantes,
com certeza viveríamos num mundo melhor
POR JOSÉ DA SILVA
Profe ssor ,Jornalista, Escritor e Membro da
Academia Bacabalense de Letras
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