Em duro discurso, ontem, na Assembleia Legislativa, o deputado Raimundo Cutrim acusou o secretário de estado da Segurança Pública, Aluísio Mendes, de, sob o manto da Delação Premiada, liderar uma quadrilha que se dedica a inculpar inocentes e inocentar pessoas envolvidas em crimes. A acusação foi feita depois que o parlamentar afirmou que ainda não engoliu a tentativa de o envolverem no assassinato do jornalista Décio Sá. E garante que Aluísio Mendes tentou comprometer inocentes também em Barra do Corda, no crime em que foram assassinados um vereador e um dono de borracharia.
Cutrim ingressou, desde outubro, com uma Representação na Procuradoria Geral da Justiça solicitando que sejam apurados todos os fatos. O deputado se diz vítima de uma armação arquitetada pelo secretário Aluísio Mendes e mais três delegados. 'Temos hoje, no Maranhão, um secretário de Segurança que está liderando uma quadrilha', disparou. O deputado se referiu também a Gleison, o homem que teria transportado o pistoleiro Jonathan, responsável pelos disparos que ceifaram a vida do jornalista. Segundo ele, houve um acordo para retirar o nome de Gleison do inquérito desde que este o acusasse. Quanto a Fábio Capita, o capitão que seria o intermediário no assassinato de Décio, Cutrim afirmou que nunca conversou, ligou ou cumprimentou o militar.
O deputado garante, também, estar de posse de um áudio em que o delegado Damasceno tenta fazer acordo de Delação Premiada com Júnior Mojó para que este o implique com grilagem de terras no município de Paço do Lumiar. 'Comprei o terreno, tenho os recibos e passei de vítima a autor', declarou o parlamentar.
Para Raimundo Cutrim, o crime de Décio Sá ainda não está resolvido, pois excluíram do inquérito o nome da pessoa que informou ao pistoleiro o lugar onde ele estava quando foi assassinado. Ele indaga também porque a polícia nunca deu satisfações sobre os 40, 50 assassinatos que teriam sido cometidos pelo pistoleiro Jonathan, onde ocorreram, quando e em que estados.
Raimundo Cutrim disse em seu discurso que o secretário Aloísio Mendes acabou com o Sistema de Segurança Pública do Maranhão. 'São 640 homicídios este ano, milhares de assaltos, 100 caixas eletrônicos foram explodidos', argumentou. Ele entende que é preciso modernizar o CIOPS, os CIDs, a Corregedoria, delegacias especializadas como as da Mulher, do Consumidor e do Adolescente Infrator. Para Cutrim, a Assembleia vai dar uma 'Medalha de Incompetência' para o secretário Aluísio, pois até greve da PM houve em sua gestão depois de 175 anos de existência.
FONTE:Jornal Pequeno
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