Uma pesquisa divulgada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação
(CETIC.br) nesta terça-feira mostrou que, embora 81% das escolas
públicas do Brasil possuam laboratórios de informática,apenas 4% delas
disponibilizam acesso à ferramenta em sala de aula.
"Os resultados apontam a necessidade de ampliar esse modelo, por meio do incentivo da utilização pedagógica da tecnologia,
já que o cotidiano do ensino-aprendizagem atualmente se desenvolve
principalmente dentro da sala de aula e não no laboratório de
informática", afirma Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br.
Para a realização do estudo, foram entrevistados 1.541
professores, 4.987 alunos, 497 diretores e 428 coordenadores pedagógicos
em 497 escolas brasileiras. O objetivo da pesquisa foi identificar o
uso e a apropriação da internet banda larga nas escolas públicas urbanas do País e, com isso, fomentar políticas públicas voltadas para a educação.
De acordo com o levantamento, as atividades mais comuns com os
alunos, como aula expositiva, interpretação de texto e exercícios
práticos e de fixação do conteúdo apresentam baixa incidência no uso da
internet. Apenas 20% dos professores entrevistados utilizam a ferramenta
como instrumento para organizar e mediar a comunicação com os alunos.
Em geral, o perfil dos professores que usam computador e internet nas
atividades realizadas com os alunos são mais jovens. Instituições
públicas localizadas na região Sul apresentam o maior índice de
utilização das tecnologias pelo professor em atividades com os alunos.
Um exemplo é a atividade de pesquisa de informações utilizando o
computador e a Internet, praticada por 56% dos educadores da região,
enquanto o percentual para o total do Brasil é de 44%.
A pesquisa aponta que a rotina diária das salas de aula fundamenta-se principalmente em práticas
que mantêm o professor como figura central: atividades que insiram o
aluno como agente na dinâmica de aprendizagem em sala de aula, como
debates, jogos educativos e produção de materiais pelos alunos,
apresentam uma frequência significativamente menor do que aquelas
focadas no professor.
Ensinar os alunos a usar o computador e internet é a atividade menos
frequente. Apesar disso, 40% dos professores se dispõem a contribuir
para desenvolver o conhecimento dos alunos em relação às tecnologias,
mesmo que em uma frequência baixa.
A principal limitação para o maior uso das tecnologias na escola está
relacionada ao nível de conhecimento sobre essas ferramentas pelos
educadores. A maioria (64%) concorda que os alunos da escola sabem mais
sobre computador e internet do que o docente. Para 75% dos professores, a
principal fonte de apoio para o desenvolvimento de suas habilidades
tecnológicas são os contatos informais com outros educadores.
A pesquisa completa está disponível para consulta em www.cetic.br/educacao/2010.
FONTE: O Dia
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