segunda-feira, 16 de maio de 2011

Relatório da CPT aponta aumento de 65% nos casos de violência contra trabalhadores rurais do MA


A Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançou nesta sexta-feira, na OAB/MA, a publicação Conflitos no Campo Brasil 2010. Segundo o advogado Diogo Cabral (foto), da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MA, o relatório aponta, no Maranhão, quatro mortes de lavradores e o aumento de 62,5% de casos de violência contra o homem do campo.

A Comissão de Direitos Humanos da OAB/MA e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançaram nesta sexta-feira (13/05), a publicação Conflitos no Campo Brasil 2010, relatório anual da CPT, com dados nacionais sobre violência no campo, reforma agrária, direitos humanos e legislação ambiental.
O lançamento também foi acompanhado por representantes da Defensoria Pública do Estado, Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), além de trabalhadores rurais, integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST), e lideranças camponesas das áreas de conflitos rurais.
Segundo o advogado Diogo Cabral, membro da Comissão de Direitos Humanos, o relatório da CPT aponta, no Maranhão, quatro mortes de lavradores (ocorridas nos municípios de São Mateus, São Vicente Ferrer, Codó e Santa Luzia do Paruá), 170 conflitos rurais, 23 ameaças de mortes e o aumento de 62,5% de casos de violência contra o homem do campo no Estado. “O Maranhão já é o primeiro lugar no país em conflitos de terra. O Pará desceu para o segundo lugar e, em terceiro, vem o Estado do Tocantins”, informou.

Conforme o relatório, os estados do Maranhão, Pará e Tocantins concentram 46,2% de todos os conflitos no campo e em áreas com população ribeirinhas. Presente ao lançamento do documento, a lavradora Maria dos Reis Aguiar, 49 anos, relatou a ameaça de morte sofrida em Alto Alegre do Maranhão. “Moro no assentamento Faveira com mais 63 famílias e todos nós sofremos com intimidações da polícia e de quem se diz dono da terra. Vivemos na área há mais de 100 anos e agora passamos por esse conflito”, contava.
Coordenador no Maranhão da CPT, o padre Inaldo Serejo, relatou outros casos semelhantes ao da lavradora do assentamento Faveira e falou que desde 2006 há um esfriamento dos governos Federal, estadual e dos municípios nos debates sobre reforma agrária. “Com os grandes empreendimentos siderúrgicos, a produção de celulose e de soja no Maranhão, a coisa só tende a piorar, pois vão cada vez mais expulsar os lavradores da terra para dá espaço à esses grandes investimentos”, denunciou
FONTE: Vias de Fato

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