Do blog du bóis
O secretário de estado da Cultura, Luiz Henrique Bulcão, foi vaiado pela plateia na abertura da VI Semana de Teatro do Maranhão na noite desta segunda-feira,16, no Teatro Arthur Azevedo. Antes, o diretor do TAA e cantor do Boi Barrica, Roberto Brandão, havia sido interrompido em seu discurso pelos protestos de um ator instalado na galeria do teatro.
Na noite em que a principal atração seria o espetáculo "Quando ando em pedaços ou notas sobre minha mãe", da coreógrafa Paula Pi", Brandão e Bulcão se transformaram nos personagens principais de um cena grotesca.
O script sofrível começou com a apresentação de um casal que no extremo do formalismo, lembrava as formaturas de colégios americanos em filmes B de hollywood, ou os antigos festivais da Record,lá atrás no anos de chumbo no Brasil.
Com direito a vestido preto sobressaindo detalhes cintilantes, a apresentadora esfaqueou a gramática na primeira frase: "Há três meses atrás", redundou, trilhando depois em boa dicção o texto pedrogoso conjugado na terceira pessoa do plural. Não na visão dos atores do teatro, mas dos gestores da cultura no estado.
Premeditadamente lançando faspas às edições anteriores da semana, o texto se aluvava mais a uma cerimônia de assinatura de convênio do naipe do Minhas Casa, Minha Vida que a arte de Baco, segundo passagem constante no mesmo. À propósito, no palco estavam perfilados o ex e o atual superintendentes da Caixa, patrocinadora do evento.
Zé Carlos da Caixa, hoje deputado estadual pelo PT se esquivou das vaias, lançando uma campanha de recolhimento de abaixo-assinado para transformar o prédio de azulejo da esquina da rua de Nazaré, onde funciona a agência da Caixa, em um espaço cultural. Correligionário dos Sarney, sabe Zé Carlos da Caixa que a assinatura visível é aquela que tem voto de apoio no Congresso. De certa forma, não deixa de ser uma proposta alvissareira.
Nan Souza, o criador e eterno presidente do São Luís Convention Bureau, caixa forte dos projetos da SECMA, foi hábil em apaziguar os ânimos.
Sobrou mesmo foi para o crooner e o compositor do Barrica.
Brandão superdimensionou o apoio da "sua" governadora Roseana Sarney (PMDB), realçando sua sensibilidade ao investir mais de R$ 500 mil na semana do teatro. Disparou o start do protesto e das vaias.Daí para frente a cena ganhou tonalidade felliniana. Contrangido o secretário de cultura de Açailândia buscava a invisibilidade no palco. Conseguiu diante de tamanha exposição de antipatia de Bulcão e Brandão. Podemos dizer que o bicho caiu por terra na solenidade.
Depois de todo bafafá o espetáculo assistido pelo público presente perdeu o impacto. Seguindo a receita, o espetáculo não pode parar. E até domingo tem mais. Assista a vai a Bulcão:
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