Nasa/JPL-Caltech
Astrônomos anunciaram nesta quarta-feira (18) a descoberta de planetas que não são atraídos por uma estrela. Ao contrário dos planetas do Sistema Solar, que são guiados pelo Sol, esses novos corpos celestes viajam solitários pelo universo. A descoberta foi publicada hoje na revista Nature.
Em uma varredura do cosmo realizada por dois anos, foram encontrados dez planetas com aproximadamente a massa de Júpiter, o maior planeta do nosso sistema. Eles estão a uma distância tão grande da estrela mais próxima que, segundo os astrônomos, pode-se dizer que alguns deles flutuam livres pela Via Láctea.
Mais de 500 desses tipos de planetas foram identificados desde 1995. Mas esses são os primeiros do tamanho de Júpiter que parecem desconectados das estrelas.
A descoberta indica que existem mais planetas solitários com a massa de Júpiter que ainda não podem ser vistos. A estimativa dos astrônomos é que haja duas vezes mais desse tipo de planeta do que de estrelas.
Para David Bennet, cientista da Nasa, a pesquisa é como um censo populacional.
- Nós analisamos uma parte da galáxia e, a partir desses dados, podemos estimar o total da galáxia.
Os novos planetas foram descobertos a uma distância entre 10 e 500 unidades astronômicas (UA) de uma estrela. A UA é uma medida-padrão, que compreende a distância entre a Terra e o Sol, de cerca de 150 milhões de quilômetros. Por comparação, Júpiter está a apenas 5 UA do Sol, enquanto Netuno, o planeta mais longínquo do nosso Sistema Solar, a 30.
O estudo foi coordenado por Takahiro Sumi, da Universidade de Osaka, no Japão, e contou com cientistas da Nasa e da Universidade de Notre Dame em South Bend, nos Estados Unidos.
Teoria dos planetas
A teoria da fundação planetária diz que os planetas são aglomerados de poeira e gás atraídos por suas estrelas – eles são condenados a orbitar em volta delas até que a estrela queime todo o seu combustível.
O artigo sugere que esses planetas distantes se libertaram da atração gravitacional em uma fase muito precoce.
- Eles podem ter se formado em discos protoplanetários e, após isso, se dispersado no vazio ou em órbitas muito distantes.
O estudo foi escrito por duas equipes que usaram microlentes gravitacionais para analisar dezenas de milhões de estrelas da Via Láctea em um período de dois anos. Segundo essa técnica, uma estrela mais próxima passa em frente à outra, distante. O brilho da estrela longínqua é amplificado.
Segundo disse o astrônomo alemão Joachim Wambsganss, em comentário publicado na Nature, as implicações da descoberta são profundas.
- Temos um primeiro olhar de uma nova população de objetos de massa planetária em nossa galáxia. Agora precisamos explorar suas propriedades, distribuições, estados dinâmicos e história.
0 comentários:
Postar um comentário