Os professores do Estado, que estão há mais de dois meses em greve, reuniram-se na manhã de ontem, em assembleia geral, no antigo Convento das Mercês, onde avaliaram o documento encaminhado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) com uma nova redação para a proposta apresentada à categoria na semana passada.
Foto: G. Ferreira
Tropa de choque da PM tenta evitar acampamento dos grevistas em frente ao Palácio dos Leões
Durante a assembléia e após uma acalorada discussão, a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproessemma) acatou a decisão dos professores de manter a greve.
Apesar dos esforços da direção do Sinproessemma em terminar logo a greve, os professores decidiram por continuar com a greve em meio a inflamados debates. Um dos coordenadores informou que foi grande a mobilização e chegaram caravanas vindas de vários municípios “para demonstrar toda a indignação da categoria com o descaso do governo do Maranhão com a educação”.
Foto: G. Ferreira
Professores avaliam proposta do governo e mantem mobilização na Avenida Pedro II
Após abertura da assembléia realizada pelo presidente do Sindicato, professor Júlio Pinheiro, a palavra foi franqueada e o deputado estadual Bira do Pindaré (PT) fez um breve discurso, no qual afirmou: "Recebi telefonema do deputado estadual Roberto Costa que, me disse: a greve tem que acabar. A governadora não aguenta mais a greve". Tal afirmação provocou reações e imediatamente a assembléia ecoou o grito de "Greve, greve, greve!"
Ao longo da assembléia, a direção do Sinproessemma insistiu na tese de pôr fim à greve. Entretanto, após vários discursos inflamados foi decidido pela assembléia geral a manutenção da greve. “Precisamos ficar vigilantes quanto à postura do sindicato”, afirmou o professor João Leles.
Após a assembléia, os professores saíram do antigo Convento das Mercês e realizaram uma passeata por ruas do Centro Histórico em direção ao Palácio dos Leões. Ao chegarem à Avenida Pedro II, foram recebidos pela tropa de choque da Polícia Militar do Estado.
O professor Uildenir João disse que a ostensiva presença da polícia causou estranheza, desconforto e constrangimento aos professores. “O nosso movimento é pacífico, ordeiro e não busca nada que não seja apenas a conquista de direitos legítimos da categoria”, enfatizou Uildenir João.
Proposta do governo divide a categoria e não obtém consenso
Foi na manhã de sexta-feira (13) que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproessemma) recebeu ofício da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) com uma nova redação para a proposta que foi apresentada à categoria na semana passada. O documento foi submetido ontem de manhã à avaliação da assembleia geral dos educadores, no prédio do antigo Convento das Mercês, Centro Histórico de São Luís.
De acordo com informações do Sinproessemma, no novo documento, o governo define o prazo de 60 dias para o envio do Projeto de Lei do Estatuto do Educador à Assembleia Legislativa, contatos a partir da publicação do acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou constitucional a Lei do piso salarial nacional do professor.
Também define o prazo até o mês de junho deste ano para fazer o pagamento dos valores descontados nos salários dos professores, “mediante compromisso da reposição integral de todas as aulas não ministradas no período da paralisação, obedecendo ao calendário escolar de 2011, que estabelece o término das aulas em 23/12/11.” Em relação ao retorno dos trabalhadores remanejados, o governo “assegura, de imediato, o retorno dos remanejados no período da paralisação”.
Quanto ao cumprimento da Lei do Piso, o governo mantém a proposta original de somente “colocar em prática o piso salarial da categoria determinado pelo Supremo Tribunal Federal, no prazo de até 30 dias, após o STF emitir o acórdão da sua decisão e o Ministério da Educação dar cumprimento ao disposto no art. 4º da Lei 11.738, de 16/07/2008”.
CRÉDITOS: Jornal Pequeno
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