Numa certa manhã, pagava a conta no supermercado quando percebi olhares de reprovação. Algumas pessoas me dirigiam muxoxos e sobrancelhas retorcidas. Procurei nas minhas roupas, no jeito de andar e nos arredores o motivo da recriminação. Conferi se o desodorante estava vencido ou se tinha sujado as calças. Então, notei: todas estavam levando as compras em caixotes de papelão e eu faço parte da parcela criminosa da sociedade que não abre mão das sacolas plásticas.
O cerco contra nós está cada vez mais apertado. Em Belo Horizonte, já existe uma lei coibindo o uso. Em São Paulo, um "acordo" vai banir o utensílio. Não demora e o país inteiro será tomado pela nova onda. Quem insistir na prática acabará apontado nas ruas, multado, preso ou proscrito. Cogitam do ressurgimento de suplícios medievais para os malfeitores em flagrante delito ou reincidentes.
Entendo as boas intenções. Afinal, o pérfido saquinho demora sei lá quantos séculos para se desfazer ao ar livre. Em fornos industriais, deve se consumir em microssegundos, mas emite gases poluentes. Bem, nada que filtros nas chaminés ou outras tecnologias não possam resolver. Tudo isso, porém, é complicado. Que tal o Poder Público mandar as concessionárias de lixo separarem os resíduos e darem uma destinação adequada a eles?
Claro que não. Sabemos todos que governos não foram feitos para resolver problemas sociais.
A burocracia dificilmente dá um passo que não seja em nome da própria sobrevivência. Só resta transferir a responsabilidade para o consumidor. Devemos nos virar para acomodar potes de vidro e cachos de banana onde for possível. Os supermercados adoraram a saída. Economizarão alguns trocados, que não serão repassados aos preços dos produtos. De quebra, ganharão uma imagem politicamente correta.
Muita gente comprou a solução. Os velhos marxistas poriam essa assunção de culpa na conta do que se chamava de ideologia: trabalhadores pensando segundo os interesses de quem manda. Ninguém mais pode tomar um banho quente ou ligar o carro sem se sentir um pária. Os confortos da modernidade fazem mal ao meio ambiente e condenam as gerações vindouras à catástrofe. Voltemos às cavernas.
O cerco contra nós está cada vez mais apertado. Em Belo Horizonte, já existe uma lei coibindo o uso. Em São Paulo, um "acordo" vai banir o utensílio. Não demora e o país inteiro será tomado pela nova onda. Quem insistir na prática acabará apontado nas ruas, multado, preso ou proscrito. Cogitam do ressurgimento de suplícios medievais para os malfeitores em flagrante delito ou reincidentes.
Entendo as boas intenções. Afinal, o pérfido saquinho demora sei lá quantos séculos para se desfazer ao ar livre. Em fornos industriais, deve se consumir em microssegundos, mas emite gases poluentes. Bem, nada que filtros nas chaminés ou outras tecnologias não possam resolver. Tudo isso, porém, é complicado. Que tal o Poder Público mandar as concessionárias de lixo separarem os resíduos e darem uma destinação adequada a eles?
Claro que não. Sabemos todos que governos não foram feitos para resolver problemas sociais.
A burocracia dificilmente dá um passo que não seja em nome da própria sobrevivência. Só resta transferir a responsabilidade para o consumidor. Devemos nos virar para acomodar potes de vidro e cachos de banana onde for possível. Os supermercados adoraram a saída. Economizarão alguns trocados, que não serão repassados aos preços dos produtos. De quebra, ganharão uma imagem politicamente correta.
Muita gente comprou a solução. Os velhos marxistas poriam essa assunção de culpa na conta do que se chamava de ideologia: trabalhadores pensando segundo os interesses de quem manda. Ninguém mais pode tomar um banho quente ou ligar o carro sem se sentir um pária. Os confortos da modernidade fazem mal ao meio ambiente e condenam as gerações vindouras à catástrofe. Voltemos às cavernas.
fonte: O Imparcial
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