quinta-feira, 23 de junho de 2011

Quilombolas Maranhenses reinvindicam além de certificação de terras mais proteção por parte do Governo Federal

Foto: Imirante.com 
Mais de 800 quilombolas participam de assembleia com o Governo Federal
Por Daiane Souza
O presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Eloi Ferreira de Araujo, entregou nesta quarta-feira, 22 de junho, certificados de auto-definição a 16 comunidades dos Estados do Maranhão e de outros 10 estados do país. Os documentos foram entregues durante reunião entre representantes do Governo Federal e quilombolas que juntos somaram mais de 800 pessoas na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/MA). As comunidades certificadas foram publicadas no Diário Oficial da União na última sexta-feira, 17 de junho, junto a outras 28 comunidades.
De acordo com o presidente da Palmares, a emissão das certificações é apenas a primeira das muitas ações que serão realizadas em prol destas comunidades. “Já estamos à procura de um lugar para estabelecermos a filial da Fundação aqui no Maranhão”, afirma Ferreira, que garantiu que a representação estará funcionando até o final do mês de agosto. O processo será agilizado com apoio dos governos Federal e Estadual.
O presidente Eloi Ferreira afirmou ainda que a reunião foi uma prova da força e da vitalidade da população negra brasileira em defesa da sua cultura. A assembleia foi uma reivindicação de lideranças quilombolas ameaçadas por grupos de extermínio no interior do estado que protestavam por segurança deste o dia 1° de junho.
Além do presidente, participaram do encontro Luiza Bairros, ministra da Secretaria de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Celso Lacerda, presidente nacional do Incra, Maria do Rosário, ministra de Direitos Humanos, e Afonso Florence, ministro de Desenvolvimento Agrário.
COMPROMISSO – Com o objetivo de estabelecer ações para fortalecimento das comunidades, os setores do governo se
comprometeram a desenvolver o Plano de Ações Integradas para as Comunidades Quilombolas do Estado do Maranhão.Segundo Alexandro Reis, diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da FCP, as açõessignificam um grande passo para a cidadania. “O foco não está apenas em garantir autonomia social, ocupação e geração de renda, mas também na proteção dos sítios, patrimônios e apoio às manifestações culturais”, ressalta.
Entre as ações, a FCP anunciou que certificará cerca de 40 comunidades nos próximos dias. O Incra se comprometeu em disponibilizar dois antropólogos para concluir os laudos dos Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação (RTID’s) de dois territórios no estado. Já a Secretaria de Direitos Humanos (Sedh) criou um serviço de ouvidoria, no âmbito do Disque100, que poderá ser utilizado pelos quilombolas para denunciar casos de violência, ameaças e de omissão por parte de agentes da Segurança Pública.
A Sedh assumiu também a responsabilidade de levantar todos os inquéritos referentes a ameaças, violências e homicídios a lideranças quilombolas, além de acompanhar o processo que investiga o caso de Flaviano Pinto Neto, liderança do Quilombo do Charco assassinado em outubro de 2010.
Confira a lista das comunidades certificadas pela FCP e publicadas no Diário Oficial da União na sexta-feira, 17 de junho:
Amapá
Igarapé do Lago
Bahia
Monteiro, Bom Jardim e Pau Seco
Tamboril
Várzea da Serra
Tiririca de Cima
Riachão
Sapucaia
Riacho
Mata do Milho
Lagoa dos Couros
Pajeu
Logoa do João ( Pimenteira e Vassoura)
Curralinho
Boa Hora
Buqueirão dos Carlos
Anacleto
Laranjeiras
Ceará
Furada
São Jerônimo
Maranhão
Engole
Boa Vista
Bom de Viver
São Benedito dos Carneiros
Pau Pombo
Canta Galo I
Boa Esperança dos Campos
Brasília
Ponta
Santa Filomena
Nazaré
Cedro
Santa Rosa
Açude
Frechal dos Campos
Pindobal de Fama
Minas Gerais
Vargem do Inhaí
Mato Grosso do Sul
Ribeirinha Família Bulhões
Ribeirinhos Família Romano Martins da Conceição
Paraíba
Rufinos do Sítio São João
Daniel
Pernambuco
Fazenda Quixabeira Helena Gomes da Silva
Rio de Janeiro
Maria Joaquina
Rio Grande do Sul
São Manoel
Sergipe
Bongue
Fonte: Fundação PALMARES

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