Pesquisa sobre violência doméstica divulgada ontem pelo Instituto Avon e pela Ipsos revela que 47% das mulheres admitem que já foram agredidas fisicamente dentro de casa. O levantamen- to “Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil” revelou ainda que 38% dos homens também admitem que já agrediram fisica- mente suas mulheres. As maiores causas das agressões são ciúme e alcoolismo, mas eles (12%) também confessam que já bateram nas compa- nheiras sem motivo.
Na região Centro-Oeste, o medo de ser morta éoprinci- pal motivo de as mulheres agredidas não abandonaremos seus agressores. O motivo foi apontado por 21% das pessoas entrevistadas na região.
Nos estados do Sudeste, o medo de ser assassinada por ter rompido a relação chega a 15%. No Sul, 16%. O Nordeste tem o menor índice, 13%.
— É uma vergonha a mulher não sair de casa porque pode ser morta. Ciúme não é paixão. É mais complexo. O homem acha que tem posse da mulher. E asociedade machista é um problema porque acha que a mulher não tem direito a autoestima e nem pode falar, se manifestar — comentou a socióloga Fátima Jordão, conselheira do Instituto Patrícia Galvão, ONG que defende os direitos da mulher.
Entre as mulheres agredidas no país, 15% afirmam que são forçadas afazer sexo com o companheiro. Ao todo, 25% apontam a falta de dinheiro para viver sem o companheiro como um motivo significativo para que elas não os abandonem.
A pesquisa mostra que a sociedade não confia na proteção jurídica e policial nos casos de violência doméstica. Essa é a percepção de 59% das mulheres e de 48% dos homens.
— Denunciar depende da co- ragem da mulher . O número de denúncias feitas ainda épequeno em relação à violência que existe. Isso acontece porque as políticas públicas, que incluem delegacias especializadas e centros de referência, ainda estão aquém da necessidade — afirmou Maria da Penha Fernandes, que foi baleada pelomarido e te- ve o nome empregado na Lei Maria da Penha, que pune a vio- lência contra mulheres.
A pesquisa foi feita em 70 municípios, com 1.800 ho- mens e mulheres, entre 31 de janeiroe10 de fevereiro. Para relatar a violência, os entrevis- tados responderam um ques- tionário sigiloso.
Veja matéria completa no site do Instituto Avon
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