A presidente Dilma Rousseff lançou nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, o Plano Brasil sem Miséria – principal bandeira do governo e que está estampada no slogan da Presidência “País rico é país sem pobreza”. O programa atuará em vários eixos: na ampliação de programas já existentes, como o Bolsa Família, e implantação de outros programas, como Bolsa Verde e Água para Todos. O objetivo é retirar 16,2 milhões de brasileiros da extrema pobreza. O programa será direcionado a famílias que recebem até 70 reais por pessoa.
Do total de beneficiados, 59% estão no Nordeste, 40% têm até 14 anos e 47% vivem na área rural. O governo pretende incluir 800.000 famílias no Bolsa Família que já atendem às exigências do programa, mas ainda não estão cadastradas. O limite do número de crianças e adolescentes de até 15 anos beneficiadas pelo programa por família vai subir de três para cinco. Com a mudança, 1,3 milhão de pessoas deve passar a receber o dinheiro.
A presidente Dilma afirmou, em discurso, que a pobreza crônica instalada no país é angustiante e não deve ser tratada de forma retrógrada. “Foram precisos mais de quatro séculos para que seu combate se tornasse de fato politica prioritária para o governo. Os pobres já foram acusados de tudo, inclusive de serem responsáveis por sua própria pobreza. Disseram que, se tivessem Bolsa Família, se conformariam com a pobreza. Já disseram de forma absurda que a pobreza era causada por clima e miscigenação”.
Ela lembrou ainda as ações do governo anterior no combate à pobreza e teceu elogios ao ex-presidente Lula. Dilma fez um apelo aos governadores e prefeitos presentes na reunião: “Por favor, ação, ação e ação!”.
O plano foi lançado em meio à crise no governo tendo em vista a falta de explicações sobre a evolução do patrimônio do principal ministro do governo, Antonio Palocci. Assim como no lançamento de outros programas, o ministro da Casa Civil sentou-se em local privilegiado: à frente de todos e ao lado da presidente Dilma, do vice-presidente, Michel Temer, e dos presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, Marco Maia. Como o programa é da pasta do Desenvolvimento Social, a ministra Tereza Campello também ganhou a posição de destaque.
Bolsa Verde – O governo também vai conceder um benefício extra às famílias que vivem em áreas de reserva ambiental e que promovam a conservação. O Bolsa Verde vai distribuir 300 reais por família a cada três meses, por meio do cartão do Bolsa Família.
Na área rural, o governo deve distribuir sementes, fertilizantes e mudas a agricultores, já que um em cada quatro brasileiros que moram no campo é extremamente pobre. “A estratégia central para agricultura familiar será garantir assistência técnica”, disse a ministra Tereza Campello.
A Presidência quer aumentar em quatro vezes o número de agricultores familiares em situação de extrema pobreza atendidos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), passando de 66.000 para 255.000 até 2014. Cada família receberá ainda 2.400 reais ao longo de dois anos para investirem na produção de alimentos.Nas cidades, o governo promete qualificar quase 2 milhões de pessoas de 18 a 65 anos para inclusão social. As Medidas Provisórias dos programas foi assinada por Dilma nesta quinta e encaminhada ao Congresso Nacional. A cerimônia também contou com a presença de ministros, governadores e parlamentares.
por: Luciana Marques
Fonte: VEJA
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