O percentual de famílias que não conseguem quitar suas dívidas chegou a 41,3% em maio, o maior já apurado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O número faz parte do Índice de Expectativas das Famílias (IEF), divulgado quinta-feira (9), no Rio de Janeiro.
Os dados mostram que os brasileiros continuam otimistas em relação à situação socioeconômica, com índice de 62,9 pontos, valor ligeiramente inferior ao do mês anterior. Segundo o estudo, 56,2% das famílias acreditam que o Brasil passará por melhores momentos nos próximos 12 meses no que diz respeito à situação econômica. O resultado é 2,9 pontos percentuais menor que o registrado no mês anterior (59,1%).
A pesquisa realizada em um universo de 3.810 domicílios em mais de 200 municípios em todos os estados reflete dados positivos em relação ao emprego. Para 76% dos entrevistados não há receio de demissão. Por outro lado, 56,2% não vislumbram qualquer possibilidade de ascensão profissional nos próximos meses.
Os dados refletem ainda um comportamento mais comedido e cauteloso. Na aquisição de bens duráveis, apenas 50,3% consideraram um bom momento para compras deste tipo, contra 58,2% registrados em janeiro. Isto pode sinalizar, segundo a avaliação do presidente do Ipea, Márcio Pochmann, que as medidas anticonsumo adotadas pelo governo, como o aumento da taxa básica de juros, estão surtindo efeito.
“Há espaço para políticas públicas de maior acesso ao crédito. Mas com a elevação do número dos que tem dificuldades para pagar as dívidas, as instituições financeiras deverão reavaliar a concessão de crédito. Não se imagina um período de recessão, mas uma acomodação do consumo. Há um otimismo comedido”, afirma o presidente do Ipea, Márcio Porchmann.
por:Regina Mamede
fonte: Agência SEBRAE de notícia
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