sábado, 15 de maio de 2010

Conferência dos Bispos reforça veto à ordenação de padres homossexuais

Quase dez dias após discutir as denúncias de pedofilia envolvendo padres, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou na quinta-feira (13) um documento de orientação em que reforça a recomendação para que seja evitada a ordenação de homossexuais.
O texto foi dividido em três partes - a primeira trata da formação de novos padres. Diz que a Igreja deve "ater-se" ao documento de 2005, aprovado pela Santa Sé, chamado "Instrução sobre os critérios de discernimento vocacional acerca de pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao seminário e às ordens sacras".
O documento define que, "embora respeitando profundamente as pessoas em questão, [a Igreja] não pode admitir ao seminário e às ordens sacras aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente radicadas ou apoiam a chamada cultura gay".
O objetivo do texto é explicar como agir em casos de denúncias de abusos sexuais que envolvam membros da Igreja.
O assunto foi discutido na Assembleia Geral da CNBB. Padres foram acusados de abuso em São Paulo e Alagoas.
Na quinta, o presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, defendeu a recomendação. "A posição da Igreja não pode ser interpretada como se fosse discriminatória, como se fosse de condenação ou de repúdio às pessoas que trazem a característica da homossexualidade."
"A questão se coloca em outro nível. A Igreja tem direito de estabelecer critérios para conceder o sacramento da ordem, constituir alguém como sacerdote", completou.
Ainda em relação à formação dos novos padres, a CNBB indicou que deverá ser feita uma "acurada seleção dos candidatos" ao seminário, com testes que permitam a admissão de pessoas "com indispensável saúde física e mental, somada aos atributos de equilíbrio moral, psicológico e espiritual".
Outra orientação foi a suspensão do padre de suas funções na paróquia quando surgirem denúncias.
No documento fechado na quinta, a CNBB pediu perdão às vítimas de abuso sexual, reconhecendo "o mal irreparável a que foram acometidas".
Repercussão - Para o padre e teólogo inglês James Alison, o texto é "para inglês ver": "Estão fazendo declarações públicas grandiosas para dar a impressão de que estão limpando o curral, mas não estão atacando o problema. É um sério erro de categoria vincular pedófilos e gays."
Para Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), a posição da Igreja é uma "atitude da idade das trevas".
FONTE: (Folha Online)

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