A sessão já vai começar. No filme épico, baseado na mitologia greco-romana, Dilmedusa, a Medusa do Monte OlimPTo, enfrenta o temível Serraken, o Kraken de Tucanópolis, criado por FHades. Eles têm a fúria em comum. O monstro careca, com olheiras profundas, não gosta de ser provocado por jornalistas e perde a paciência com facilidade. Do outro lado da montanha, Dilmedusa não faz por menos e usa o seu olhar petrificante até mesmo em cima de aliados e conta com a força de Zula, o todo-poderoso do OlimPTo.
Foto: Arte O Dia
O deputado federal Luís Sérgio, presidente regional do PT do Rio, diz que o jeito de Dilma não deve ser modificado. “O estilo foi aprovado pelo presidente Lula, e Dilma está se saindo muito bem como pré-candidata”, garante. Segundo o deputado, o marketing da campanha da ex-ministra, a cargo do publicitário João Santana, vai ressaltar as qualidades de Dilma, mostrando sua capacidade de gestão administrativa.
O Kraken, polvo gigante que ameaçava embarcações na mitologia, pode ter ressuscitado no formato de um pássaro tucano. Durante a 13ª Marcha dos Municípios, em Brasília (DF), o pré-candidato José Serra (PSDB) reagiu de forma ríspida, tal qual um ser feroz diante da pergunta se ele acabaria com o Bolsa Família. “Por que a pergunta? Por que disseram para você que eu vou acabar?”, vociferou o tucano.
Para o coordenador da campanha tucana no Rio, Márcio Fortes, o caso foi um fato isolado. “O Serra está tranquilo, ele tem nervos de aço”, afirma Fortes. Segundo ele, a irritação teve justificativa. “São perguntas fora do contexto”, justifica. Fortes defende que Serra não mudará a personalidade por causa da campanha. “Ele não precisa esconder nada, diz aquilo que pensa, não tenta disfarçar”, afirma o tucano do Rio.
O professor Alberto Carlos Almeida, do Instituto Análise, autor do livro ‘Cabeça do Eleitor’, vê os dois pré-candidatos “com os nervos à flor da pele”. “Pode ser motivado por traços de personalidade de cada um”, analisa Almeida. Para ele, porém, estes destemperos de Serra e Dilma não devem ter impactos nas campanhas. “Só se os adversários os utilizarem no horário eleitoral”, ressalta o professor.
Nas profundezas do oceano, dorme Sub-Marina, réptil verde da Amazônia, que só se irrita quando a natureza é atacada. Embora distante da luta, ela tem ânsia de engolir os adversários e proclamar a revolta dos mares ao estilo Poseidon do século XXI.
Pré-candidata do PV, a senadora Marina Silva parece bem longe do duelo de titãs, assim como seu desempenho nas pesquisas eleitorais, muito distante dos índices de Serra e de Dilma. “Somos zebra”, diz o vereador Alfredo Sirkis (PV), coordenador da campanha de Marina. “Ela não tem marqueteiro. Mas é natural, espontânea, e vai crescer muito. Em junho vamos sair dos 12% e chegar aos 15%”, promete.
A esperança dos verdes é uma revolta de Gaia — na mitologia grega, deusa suprema da Terra. Só ela, julgam os verdes, teria força suficiente para acordar um gigante adormecido no fundo do mar e conquistar o trono presidencial.
Temperamento complicado
Considerada dona de um temperamento difícil, Dilma teve uma discussão com a comentarista de economia da Rádio CBN, Miriam Leitão. Ao ser perguntada sobre a dívida pública, Dilma foi interrompida pela jornalista alegando que sua pergunta não estava sendo respondida. Dilma retrucou: “Eu estou tentando, viu Miriam, estou fazendo o melhor dos meus esforços para te responder”, disse.
A petista também é acusada de ter destratado colegas de sua pasta, como o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e ter feito chorar o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, depois de uma forte reprimenda por telefone.
Pavio curto nas respostas
O pavio de José Serra anda curto com jornalistas. Quarta-feira, ele se irritou com pergunta sobre o Bolsa Família e se recusou a falar sobre royalties. Antes, já havia discutido durante entrevista a uma rádio.
DILMEDUSA: Paralisa os adversários e até os aliados com o seu olhar raivoso, petrificante. Dá bronca em altos decibéis em seus próprios comandados. Quer seguir os passos de Zula, derrotar Serraken e conquistar o Monte OlimPTo.
SUB-MARINA: Monstro verde que habita as profundezas do oceano. Acompanha à distância o duelo entre Dilmedusa e Serraken. Conta com as forças da natureza para engolir os adversários.
ZULA: Aposta todas as suas fichas em sua cria, Dilmedusa. É o pai do Bolsa Família e adversário do tucanato. Nos labirintos do Monte OlimPTo, o comentário é que Zula pretende voltar ao trono daqui a quatro anos.
FHADES: Deus do Plano Real, é o soberano de Tucanópolis e já derrotou o Monte OlimPTo por duas vezes, ambas em combate contra Zula. Acompanha o confronto das duas bestas mitológicas e aposta na volta ao poder do tucanato.
Marcos Galvão e Ricardo Villaverde ( O DiA)
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