quinta-feira, 13 de maio de 2010

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Enxadrista maranhense participa de Olimpíadas

Ao completar 30 anos, em dezembro de 2009, o enxadrista maranhense Rafael Leitão afirmou que estava chegando ao ápice da carreira. A declaração surpreendeu a muitos aficionados, mas os últimos acontecimentos vêm reforça o que Leitão disse. Na mais recente lista de rating da Federação Internacional (Fide), o maranhense alcançou 2628 pontos, o máximo já alcançado na carreira. Além disso, foi convocado para mais uma Olimpíada e irá disputar a Final do Mundial Postal, modalidade em que ainda é um iniciante.

O xadrez foi oficialmente reconhecido como esporte pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) apenas em 1999, e possui remotas chances de um dia integrar o programa das modalidades disputadas nos Jogos Olímpicos organizados pela entidade. No entanto, desde 1927, a Fide realiza as Olimpíadas específicas do xadrez, sempre de dois em dois anos. Em 2010, o evento terá como sede o país de maior tradição na modalidade: a Rússia.

Os brasileiros que irão integrar a seleção, de 19 de setembro a quatro de outubro, já estão convocados. A equipe, inteiramente composta por Grandes Mestres Internacionais (GMs), terá os seguintes nomes: Giovanni Vescovi, Rafael Leitão, Gilberto Milos, André Diamant e Darcy Lima. Esta será a quinta participação de Rafael em Olimpíadas. Antes, o maranhense havia jogado em Yerevan-Armênia (1996), Istambul-Turquia (2000), Bled-Eslovênia (2002) e Turim-Itália (2006).

Leitão tem um bom retrospecto na competição. Em 1996, aos 16 anos, liderou a equipe brasileira e conquistou a primeira vitória sobre um Grande Mestre, o iugoslavo Ivanovic. Em 2006, o enxadrista maranhense teve uma performance impressionante, com 80% de aproveitamento, somando oito dos dez pontos possíveis, e conquistou a medalha de prata no segundo tabuleiro.

Vale lembrar que em 2008, Leitão não viajou a Dresden, na Alemanha, pela coincidência de datas com os Jogos Abertos do Interior de São Paulo, evento em que tem obrigação contratual de representar a cidade de Americana.

Final do Mundial Postal

O termo “postal” remete a tempos em que os enxadristas adeptos da modalidade travavam longas batalhas mediadas por cartas. Cada partida durava cerca de quatro anos para chegar a um desfecho. Atualmente, os torneios da Federação Internacional de Xadrez por Correspondência (ICCF) são quase que inteiramente disputados por meio de web-servers, tem um ritmo de jogo de 50 lances a cada dez dias e costumam demorar cerca de um ano e meio para declarar seus vencedores.

A partir de 10 de junho será jogada a XXVI Final do Mundial Postal, com 17 participantes. Entre eles, dois brasileiros: o Sênior Master (SM) Luis Almiron e Rafael Leitão, que disputa torneios da ICCF apenas desde o ano passado. Rafael surpreendeu a comunidade enxadrística brasileira ao anunciar que havia se classificado para a Final do Mundial, além de ter feito norma de GM Postal na etapa classificatória.

Ele teve como principais resultados vitórias sobre GM eslovaco Lanc Alois, o MI polonês Nowak Ireneusz, O SM austríaco Stephen Kerr, o MI ucraniano Igor Khokhlov e o SM alemão Dr. Stefen Heise. Questionado sobre uma possível comparação do postal com o xadrez in loco, Rafael respondeu: “são coisas muito diferentes. O primordial, no xadrez ‘ao vivo’, é ter gosto pela competição. Já no xadrez por correspondência é preciso ter gosto pela busca científica da melhor jogada.”.

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