A primeira turma do curso deverá funcionar ainda este ano.
Estabelecer uma cultura cinematográfica no Maranhão, mas que vá além da formação de plateia para a Sétima Arte e atenda também à formação de profissionais para uma produção maranhense mais forte e que tenha qualidade. Essa é a ideia que marca a criação do polo de produção de cinema ficcional, documentarista e de animação, desenvolvido pelo Museu do Audiovisual do Maranhão, instalado na Fundação Joaquim Haickel e que está em fase de desenvolvimento.
Criado pelo cineasta e secretário de Estado de Esporte e Lazer, Joaquim Haickel, o polo de cinema tem a participação dos cineastas maranhenses Francisco Colombo, Murilo Santos, Joaquim Santos, entre outros e a consultoria dos cineastas Sérgio Martinelli e Caio Bellugo, que estão em São Luís especialmente para formatar a etapa do projeto que consiste na preparação dos cursos de capacitação profissional que deverão abranger todas as etapas de uma produção do filme. A primeira turma do curso deverá funcionar ainda este ano e as aulas teóricas serão complementadas por atividades práticas, desenvolvidas na produção de filmes.
De acordo com o cineasta Sérgio Martinelli, esta é uma das etapas mais importantes do projeto, pois só a formação de profissionais no Maranhão poderá criar no futuro uma cultura de cinema forte no estado. “A Fundação oferece uma estrutura de trabalho fantástica, com equipamentos de última geração. Agora é a hora de colocar gente para que essa atividade possa funcionar, equilibrando a teoria e a prática. Com o curso, vamos perceber as habilidades de cada um dos que já estão inseridos no projeto”, destaca.
Curta
Antes do início do curso, o Museu de Audiovisual do Maranhão já tem um projeto em andamento. Trata-se do curta de animação “Upaon- Açu, Saint Louis, São Luís…”, dirigido por Joaquim Haickel e com ilustração de Beto Nicácio. O filme, que ainda encontra-se em fase de produção, deverá ser lançado em abril do próximo ano em comemoração aos 400 anos de São Luís.
Além deste projeto, está em fase de finalização o curta de ficção “A Ponte”, construído pelos diretores maranhenses Frederico Machado, Joaquim Haickel, Arturo Saboia e Breno Ferreira, com a coordenação da Martinelli Filmes e a Montante Filmes e um documentário sobre a vida do Pe. Antonio Vieira que já teve recurso aprovado pelo Ministério da Cultura.
Para o idealizador do projeto, Joaquim Haickel, a concretização do póolo de produção de cinema ficcional, documentarista e de animação é um desejo antigo que começou a ser pensado há mais de 20 anos. “Este é um sonho antigo que está sendo realizado em capítulos. Primeiro foi conseguir recursos com a bancada Federal para a instalação do prédio e montar as instalações do Museu Audiovisual e agora, estamos formatando essa capacitação. Para mim é muito importante essa fase do trabalho, pois esse é o cerne fundamental para a criação de uma cultura cinematográfica no Maranhão. Os cursos serão voltados para quem gosta de cinema e que agora terá a oportunidade de participar de uma qualificação”, define Joaquim Haickel.
Formato
Os cursos que serão ministrados por profissionais que estão no mercado da produção audiovisual do Brasil e a ideia é mostrar todas as etapas de uma produção, passando por iluminação, roteiro, cenografia e outros elementos que estabelecem o conjunto cinematográfico. Em relação ao conteúdo a ser trabalhada, os primeiros filmes devem ser voltados para a história oral. “Estamos discutindo atualmente sobre o tema e o Maranhão tem um material riquíssimo. Nosso projeto é fazer séries, por exemplo, trabalhar artes plásticas, depois música, cultura popular”, define Caio Bellugo.
Segundo Sérgio Martinelli, a história oral vem como prioridade na produção, pois é fundamental registrar costumes e elementos culturais que não estão documentados em livros. “Por exemplo, daqui a alguns anos, teremos uma pesquisa sobre um artista plástico maranhense e ter ele falando sobre a produção, sobre as técnicas que ele utilizava, sobre o que trazia a inspiração artística. Esse é um patrimônio imaterial fantástico e todo estado precisa tê-lo para preservar sua cultura”, observa.
Fonte: Jornal O Estado do MA
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