segunda-feira, 25 de julho de 2011

Data homenageia mulher afro-latina-americana e caribenha em dia internacional

Criado em 25 de julho de 1992 na República Dominicana, o Dia Internacional da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha marca, internacionalmente, a luta e a resistência da mulher negra em toda a América do Sul e Caribe. Em 2011, esta comemoração tem seus objetivos reforçados com as celebrações do Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Há 19 anos, a história comprova que a homenagem concedida às mulheres negras é uma forma grandiosa de retribuir sua importância para o desenvolvimento sócio-cultural dos países latinos.
As celebrações desta data buscam denunciar o racismo, a discriminação e as desigualdades sociais, proporcionando a este gênero melhor qualidade de vida. Além disso, as organizações de mulheres negras se fortalecem com esta prova de respeito e admiração.
A trajetória da mulher negra é marcada por inúmeros desafios, que englobam a discriminação por gênero e por raça. Tendo de superar desafios cotidianos devido à esse duplo preconceito, as mulheres negras, sejam elas famosas ou anônimas, são exemplos para todos os afro-brasileiros.
Conheça abaixo algumas dessas mulheres que se destacaram na luta pela garantia e ampliação dos direitos das afro-latinas:
TIA CIATA
Nascida na Bahia em 1854, Hilária Batista de Almeida (mais conhecida como Tia Ciata) foi levada para o Rio de Janeiro aos 22 anos. Iniciada nas tradições do candomblé ainda na capital baiana, Ciata foi uma das tias baianas no início do século 20, mãe de santo, doceira e esposa dedicada de João Batista, com quem teve seus 14 filhos.
Por causa das perseguições sofridas pela sociedade e pela polícia, Tia Ciata abrigou em sua casa várias manifestações culturais e religiosas oriundas da África, na Praça Onze – popularmente chamada de Pequena África, recanto do negro baiano no Rio de Janeiro.
Rodas de capoeira, batuques do candomblé, malandros do chorinho reunidos na casa da doceira. Ao que tudo indica, o primeiro samba brasileiro foi gravado por Donga neste pedacinho africano no Brasil.
CAROLINA DE JESUS
Nasceu em Sacramento, Minas Gerais, mas foi em São Paulo que suas palavras de protesto e denúncia alcançaram a sociedade dominante. Carolina Maria de Jesus coletava papelão pelas ruas da capital paulista e, ao chegar em casa, transcrevia as aflições vivenciadas durante o dia em forma de diário pessoal.
Mãe de três filhos, Carolina foi descoberta como escritora por um jornalista que a auxiliou a publicar seu primeiro livro, “Quarto de despejo”, que descreve as aflições de pessoas que, como ela, viviam à margem da sociedade, submetidos à crueldade da elite.
Depois de ter seu trabalho reconhecido pelo público, Carolina de Jesus agia com a mesma simplicidade de antes, o que não foi bem visto pela sociedade. Em alguns anos, a jovem escritora negra retornou à antiga condição social, desta vez, como representante da luta pela emancipação feminina.
Quando morreu aos 62 anos, Carolina estava em situação de miséria, a mesma que a marcou desde o início de sua trajetória. Por isso, é considerada ícone da ascensão social das classes menos favorecidas.
ANTONIETA DE BARROS
Jornalista, escritora, educadora e parlamentar, a jovem catarinense foi a primeira mulher negra a assumir uma vaga na Assembleia Legislativa de Santa Catarina em um período que o gênero não tinha espaço político e social com representação.
Anualmente, a Assembleia Legislativa do estado premia mulheres que defendem os direitos da mulher catarinense, com a Medalha Antonieta de Barros. Além desta homenagem, Antonieta também teve seu nome dado a um túnel da Via Expressa Sul, em Florianópolis.
Aos 51 anos, Antonieta deixou um legado de conquistas histórias para a sociedade negra brasileira.
Por Joanna Alves
fonte: Fundação Palmares

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