sábado, 30 de abril de 2011

Piritoró inaugura plataforma de leite em assentamento

Do O Imparcial


Plataforma de Captação e Resfriamento de Leite
 

A secretária de Estado do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Conceição Andrade, esteve na quinta-feira (28), no município de Peritoró, para inaugurar a Plataforma de Captação e Resfriamento de Leite, construída pela Sedagro no povoado Santa Rita, que integra assentamento de reforma agrária São João das Neves, do Incra. A área reúne 10 povoados e 350 famílias assentadas. Desde 2004, São João é um dos quatro assentamentos em todo o país que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
“Estamos trabalhando com programas de agroindustrialização, criação de animais, produção e beneficiamento do leite e roça sustentável para aumentar a renda dos agricultores e melhorar a qualidade de vida nos povoados. A Secretaria da Agricultura Familiar, criada pela governadora Roseana Sarney, é para os quilombolas, pescadores artesanais, indígenas, criadores, ribeirinhos, quebradeiras de coco e agricultores familiares. Nossa principal parceira são as comunidades rurais”, destacou Conceição Andrade.
A Plataforma de Leite do povoado Santa Rita em São João das Neves vai atender 90 criadores nesta primeira fase, e mais 45 produtores que estão aguardando apenas a liberação pelo Banco do Nordeste, de créditos do Pronaf A (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar para assentados da reforma agrária). Cada produtor deve captar em torno de 16 litros de leite/dia, com a produção diária alcançando, em média, 1.200 litros/dia.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Peritoró, Severino Moura, só com a comercialização do leite, a renda mensal dos produtores participantes deve subir para R$ 400,00. Ele informou que atualmente a renda destas famílias é de cerca de R$ 80,00.
Moura informou que os assentados estão sendo capacitados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) em aquisição de gado de leite, manejo do rebanho, ordenha, bem como o treinamento das mulheres na produção dos derivados do leite: queijos, doces secos e pastosos, requeijão cremoso, ricota, leite condensado e aproveitamento do soro do leite para uso em doces em conserva de frutas e legumes (picles). O Sebrae também participa das capacitações.
Parceria
A construção da Plataforma de Captação e Resfriamento de Leite em Santa Rita é uma parceria da Sedagro com o Instituto de Agronegócios do Maranhão (Inagro), Sindicato dos Produtores Rurais de Peritoró e Associação dos Produtores de Leite de Codó (Aplec), empresa conveniada com a Sedagro. O objetivo é a prestação de assistência técnica desde o manejo dos rebanhos até a produção do leite, vai comprar todo o leite captado na plataforma.
“O estado do Maranhão começa a firmar uma cadeia produtiva do leite, as plataformas estão dando a oportunidade de produção de leite e de geração de renda para os produtores”, declarou o presidente da Aplec, Clério Guerra.
A produção leiteira no Maranhão aumentou graças à instalação, pela Sedagro, de 10 Plataformas de Captação e Resfriamento de Leite, sendo duas unidades em Peritoró e em Poção de Pedras e uma nos municípios de Lima Campos, Bernardo do Mearim, Igarapé Grande, Presidente Dutra, Barra do Corda e Vitorino Freire. Mais três plataformas estão em fase de conclusão nos municípios de Pio XII, São Mateus e Bom Lugar.
O investimento aplicado com recursos do Fundo de Combate à Pobreza (Fumacop), do Governo do Estado, na construção das plataformas, aquisição e instalação dos tanques foi da ordem de R$ 450 mil.
Com as 10 Plataformas já em funcionamento no Maranhão, 400 pequenos produtores estão sendo beneficiados, com 40 produtores atendidos por unidade, em média. Cada tanque tem capacidade de armazenagem para 3 mil litros. Com a implantação dos tanques de resfriamento são captados mais de 30 mil litros de leite de 4 em 4 dias, em média.
Inaugurações
Além da Plataforma de Captação e Resfriamento de Leite, uma série de outras inaugurações foram realizadas em São João das Neves, pelo Incra e pela Bio Terra, uma ONG de estudos e projetos sócio ambientais e agroecológicos que presta assistência técnica às famílias assentadas. O assentamento possui um comitê gestor, formado pelas associações de moradores.
O Incra e a Bio Terra inauguraram uma fábrica de processamento do coco babaçu, duas mini usinas de arroz, quatro casas de farinha e cinco fábricas de ração em diversos povoados do assentamento. Na ocasião também foram entregues três postos de saúde, quatro centros de vivência e três escolas.
“Hoje nós estamos em festa no assentamento. A roça de toco nos amarrou muito tempo, mas nós temos de mudar a nossa cultura. Antes, a gente queimava muita terra e produzia pouco. Agora a gente faz uma roça pequena com o espaçamento certo ensinado pelos técnicos e estamos produzindo muito. Vamos ter uma grande produção de arroz”, falou o presidente da Associação de Moradores de Santa Rita, Antônio Viana.
“Estas pequenas unidades de fabricação vão imprimir os conceitos de cooperativismo, comercialização e venda dos produtos e agregação de valor com os subprodutos derivados”, ressaltou a presidenta da Bio Terra, Maria José Franco.

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