terça-feira, 26 de abril de 2011

Quanta subserviência: deputados vão aprovar desconvocação da secretária de Educação



Marcelo Tavares
Marcelo Tavares
Por maioria, a Assembléia Legislativa aprovou ontem a convocação da secretária de Educação, Olga Simão, para falar sobre as relações da pasta com os professores e as razões que emperram um diálogo que possa por fim a greve dos professores. O requerimento, de autoria do deputado Marcelo Tavares, foi aprovado, inclusive, com o aval de boa parte da base governista.
Foi uma reação dos deputados da base ao tratamento que vem sendo dado a eles pelo conjunto do governo e, principalmente, pelo Palácio dos Leões. A própria Olga Simão não atende aos deputados, nem por telefone.
A pancada bateu forte. Foi no estômago do governo, que reagiu com o fígado. Mandou um duro recado aos parlamentares. Governo é governo e só será governo quem defener o governo. Não precisou dizer mais nada.
Desde ontem, já no período da noite, os deputados governistas espalharam que houve um cochilo no plenário ou a falta de comando dos líderes na hora da votação da matéria. uma tremenda miguelagem.
Hoje, ainda pela manhã, os líderes da base governista trataram de corrigr o “erro” para voltar às graças do Palácio dos Leões.
De autoria do líder do governo, deputado Manoel Ribeiro, foi dado entrada junto a Comissão de Constitutição e Justiça a um pedido para que o pedido de convocação, já aprovado em plenário, seja desconsiderado. Ou seja: desconvocar aquilo que já havia sido convocado. Um recuo feio.
Olga Simão
Olga Simão
A CCJ reúne amanhã para analisar o pedido de Manoel Ribeiro, que se baseia no argumento de que o pedido de convocação não trata de tema específica para o qual fora convocada a secretária e por não estabelecer a data da convocação. Um drible na sensatez. Como o governo tem maioria na CCJ, o pedido de Manoel Ribeiro será aprovado e levado a plenário na sessão de quinta-feira. Aí Olga Simão estará desconvocada. Uma piada.
Com a eleição e posse da bancada dos novatos, sendo boa parte governista, surgiu a esperança de renovação nas práticas do Poder Legislativo, que sempre esteve acocorado ao Executivo.
Com a atitude de repúdio à candidatura de Ricardo Murad, os novatos deram uma demonstração de independência ao poder. Agora vai, dizia boa parte dos jornalistas mais tarimbados na cobertura política. Uma ilusão.
Convocar ou convidar secretários é uma prerrogativa do Legislativo, mas raramente exercida aos longo de todos os governos. Agachar-se ao Executivo macula a imagem da Assembléia. Mas, lamentavelmente, é o que tem ocorrido.
Mas existem secretários que não recusam a convites ou convocações dos deputados. Aluízio Mendes é uma deles. E foi todas as vezes necessárias.
Com Olga Simão tem sido diferente. Ela aceita receber os deputados em seu gabinete, nunca na sede da Assembléia Legislativa. Sozinha Simão consegue desmoralizar 42 deputados. uma lástima!

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