segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Cantor maranhense Vicente Telles reúne cantores de Santa Inês em seu novo CD






Radicado na 'Cidade Maravilhosa' desde janeiro de 1975, aos 16 anos, com uma mala na mão e a cabeça cheia de sonhos, o cantor, compositor e ator, Vicente Telles embarcou em uma longa jornada  em busca do sucesso. Agora, ele está de volta ao Maranhão para divulgar o seu mais recente trabalho: o CD Vicente por todos - Recordações e nada mais.

Natural de Santa Inês, Vicente Telles, de 57 anos, explicou que o disco é a realização de um sonho, pois conseguiu reunir neste projeto só música de compositores de sua terra natal como: Dokiñ Baldoino Jr, Ribinha de Nazaré, Gilberto Brito, Carlos Botelho, Nonato Canapum, Batista Mendes, Jorge Hadad, Tinoca Locutor, Ermano Timóteo, Pastor Zezinho, Lourival Tavares, Clésio Silveira e Raimundo Soldado.

Vicente Telles contou que o sonho de ser reconhecido como artista o levou morar fora do Maranhão. "A força da minha poesia bradava dentro do meu peito como um leão dentro de uma jaula louco para sair. A jaula não suportou a fúria do leão que se libertou por meio da arte de cantar e interpretar", filosofou o artista. Ele explicou que foi motivado a seguir seu sonho quando conheceu, em um show em Santa Inês, o músico Marcos Piter que tocava com vários artistas do movimento da Jovem Guarda.

Curioso, Telles perguntou a Piter o que era necessário para ter sua arte reconhecida. Como resposta, ouviu: "Aprenda a tocar violão. E se você for para o Rio de Janeiro pode me procurar", disse o músico.

Mesmo sem saber tocar um acorde, Vicente Telles seguiu para o Rio apenas com um endereço nas mãos. Ao desembarcar do ônibus, após três dias de viagem, Telles foi pedir uma informação e foi confundido com um garoto de programa.

"Eu fui perguntar qual o coletivo que deveria pegar para encontrar meu amigo. E durante a conversa o homem me perguntou se eu não queria fazer um programa que ele pagaria pelos meus 'serviços'. Tomei um susto. Expliquei que o único programa que queria fazer era no rádio e na televisão porque esse era o meu sonho. Agradeci o convite e fui embora. Ali, percebi que tinha que ficar esperto. Vi logo que nada seria tão fácil quanto imaginei", contou Telles sorrido da situação.

Depois de perambular pelas ruas cariocas e ter aprendido a tocar violão, Vicente Telles foi trabalhar em um cinema. O músico era responsável por fechar o estabelecimento. Com o passar do tempo começou a fazer amizades e entre tantas pessoas, conheceu o cantor Fagner, o qual produziu um compacto de Vicente Telles, em 1977 que tinha apenas duas músicas: Canção para um perdido e Vidas paralelas pelo selo Epic. O registro possibilitou a entrada de Vicente Telles no concorrido mundo da música.

"Comecei a brigar por espaço, a buscar novos caminhos. Depois disso gravei um outro compacto e um LP pela gravadora Poligram. Nesse vinil tinha uma música chamada Olhar Vagabundo que fez muito sucesso na região nordeste", contou Vicente Telles.

Em 1983, o músico conheceu, o cantor Guilherme Arantes que produziu um outro LP. Vicente Telles considera o disco um marco de sua carreira como músico, além da produção e de uma dedicatória na capa, o disco trás a música "Por isso estou aqui" de Roberto Carlos. O 'rei' já havia proibido a gravação de suas músicas sem sua autorização.

"Fui pedir autorização na casa da mãe do Roberto, Dona Laura. Contei a ela toda a minha história. Foi a própria Dona Laura que me autorizou a gravar a música, mesmo sem consultar o Roberto Carlos. Todos os arranjos trabalho foram feitos pelo Guilherme Arantes que compôs a música Orquídea, exclusiva para mim. Na capa ele indicava para que as pessoas comprassem o trabalho com o seguinte dizer: 'Esse trabalho de Vicente Telles é marcado por sua sinceridade. O carinho com que foi feito transparece', Guilherme Arantes"

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