FONTE: Correio Braziliense
O ministério ainda concordou com a possibilidade de plantações em encostas de morros com inclinação de até 45 graus, desde que de espécies lenhosas, como café, uva e maçã, e manteve áreas consolidadas fora da necessidade de preservação às margens de rios. Por fim, o acordo prevê a soma das áreas de preservação permanente no cálculo das reservas legais — porções mínimas do terreno que devem ser preservadas em cada propriedade. Em contrapartida às concessões, o MMA conseguiu manter a área mínima de proteção ao longo dos rios em 30 metros — para as consolidadas, a exigência cai para 15 metros. Outro ponto polêmico é o fim da anistia para os desmatadores. Aqueles que ficaram irregulares por conta da edição do código, em 1965, não serão incluídos na lista dos desmatadores, mas terão de recompor as áreas em um prazo de até 20 anos.
Força da caneta
Entre os pontos polêmicos que ainda restam no relatório, o governo federal tentará fazer prevalecer a força da caneta presidencial para evitar a primeira derrota mais séria no Congresso. Faz parte da lista a necessidade de manutenção de reserva legal para todos os proprietários rurais — Rebelo pretende isentar o pequeno produtor com áreas de até quatro módulos fiscais ou 150 hectares. “Talvez, não fique nada pendente da reunião, mas ainda estamos dialogando sobre a exigência de reserva legal. Quero que seja dispensada para os pequenos agricultores, mas o governo ainda está reticente. Sendo mantida a regra atual, o pequeno produtor será severamente prejudicado”, diz Rebelo.
Mesmo que saia da reunião com o governo sem arranhões e com o texto consolidado, a volta à ribalta do ex-presidente da Câmara terá o primeiro ruído hoje, com a publicação de um estudo sobre as alterações do Código Florestal, feito pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. O documento será divulgado durante a tarde, como forma de pressionar o relator a ser mais econômico nas modificações sugeridas.
Em uma prévia do documento, a proposta de Aldo Rebelo é classificada como “insustentável” e atrasada do ponto de vista tecnológico. Sinal de que, se há chance de consenso com o governo, dificilmente o quadro se repetirá com os ambientalistas.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Relator do Código Florestal, Aldo Rebelo, no olho do furacão verde
abril 25, 2011
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