A religiosidade dos cultos afro-brasileiros e sua relação com ações
preventivas à Aids é tema do documentário “Tem Terreiro, Tem Saúde, que
está sendo produzido, em quatro cidades do país, pelo Ministério da
Saúde”, por meio de seu Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais, em
parceria com a Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde. São
Luís é a primeira capital visitada por ter sido pioneira no
desenvolvimento de ações de saúde voltadas para as comunidades de
terreiros.
Grupo de representantes do Ministério da Saúde, Rede Nacional de
Religiões Afro-Brasileiras e Semus visitaram terreiros da capital
Nesta sexta-feira (14), um grupo, formado por representantes do
Ministério da Saúde, Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e
Secretaria Municipal de Saúde (Semus), visitou terreiros da capital para
apresentar o projeto. “Estamos orgulhosos pelo reconhecimento desse
trabalho tão importante de prevenção entre a populações afro-brasileira.
A saúde é um bem de todos e a nossa equipe de DST/Aids está de
parabéns”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Gutemberg Araújo.
A equipe esteve nos seguintes terreiros: Casa Fanti Ashanti (Cruzeiro
do Anil), Terreiro Fé em Deus (Sacavém), Terreiro São Sebastião (Vila
Palmeira), Casa de Iemanjá (Liberdade), Ilê Axé Oba Izou (Liberdade),
Ilê Axé Omo D’Ossain (Residencial Paraíso), Kué Besetó Vodun Badé (Anjo
da Guarda), Terreiro Mamãe Oxum e Pai Oxalá (Vila Nova) e Terreiro
Camafeu de Oxossi (Praia do Araçagi).
Durante as visitas,
primeira etapa da produção do vídeo, a equipe conheceu um pouco da
religiosidade e organização dos terreiros.
No final de outubro, o
grupo volta à capital para novo registro cinematográfico. O vídeo deve
ser concluído ainda neste ano e lançado em janeiro de 2012. “É
gratificante voltar à minha cidade para falar de nossa religião, algo
tão peculiar e único para mostrar isso ao mundo”, explicou o cineasta
maranhense Neto Borges, que integra o projeto.
Ações de prevenção
O trabalho de prevenção à Aids junto à população afro-brasileira vem
sendo realizado desde 2003 pelo Departamento de DST/Aids e Hepatites
Virais, órgão do Ministério da Saúde, em parceria com a Rede Nacional de
Religiões Afro-Brasileiras e as secretarias municipais.
Em São
Luís, a Semus, por meio da coordenação do Programa Municipal de
DST/Aids/HIV, desenvolve o programa. “O impacto positivo na redução da
epidemia é perceptível com o nosso trabalho de valorização da identidade
afro-religiosa por meio de ações de prevenção a várias doenças,
inclusive a Aids”, diz a coordenadora do Programa Municipal de SST/Aids e
Hepatites Virais, Anne Gabriela Veiga.
Paralelamente ao trabalho
de prevenção, a Semus realiza oficinas de educação em saúde. Oito
terreiros da capital participam do programa. “É uma troca de
experiência. Os terreiros são locais de agrupamento de pessoas e já
promovem tais ações”, ressaltou a diretora do CTA - Centro de Testagem e
Aconselhamento Lira, Ana Luísa Borges. A diretora do CTA acrescenta que
“o apoio da Semus veio somar ao projeto e levar ao conhecimento as
experiências destas comunidades”.
Documentário
O vídeo Tem Terreiro, Tem Saúde pretende divulgar as ações de DST/Aids
realizadas nos terreiros, levá-las ao conhecimento público e contribuir
na formação de agentes multiplicadores das ações de prevenção. O
documentário terá 22 minutos e será gravado, ainda, um trailer de dois
minutos a ser utilizado para divulgar o trabalho nas redes sociais. Em
São Luís será registrado o terecô. As outras religiões de matriz
afro-brasileiras catalogadas serão o batuque, em Porto Alegre; e a
umbanda e o candomblé, no Rio de Janeiro.
“O corpo é utilizado
como altar dos deuses. Este corpo precisa ser bem cuidado. Os terreiros
já promovem esse cuidado. Queremos mostrar no documentário a junção
dessas iniciativas”, ressaltou o coordenador da Rede Nacional, José
Marmo da Silva.
Para a representante do Ministério da Saúde,
Noêmia de Souza Lima, a importância do projeto se dá por reconhecer as
ações dos terreiros e trabalhar a intolerância religiosa. “Vamos usar
esse canal de comunicação para fazer conhecer o modo de organização dos
terreiros.
FONTE: JP
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