Marta Salomon/BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Documentos obtidos pelo Estado mostram que Anna Cristina Lemos Petta,
mulher do ministro do Esporte, Orlando Silva, recebeu dinheiro da União
por meio de uma ONG comandada por filiados ao PC do B, partido do marido
e ministro. A informação sobre negócios da União com a empresa de
familiar de Orlando Silva teria preocupado a presidente Dilma Rousseff,
que está reunido com o ministro. Ele poderá deixar o Palácio do Planalto
na condição de ex-ministro do Esporte.
É a própria Anna Petta quem assina o contrato entre a Hermana e a ONG
Via BR, que recebeu R$ 278,9 mil em novembro do ano passado. A Hermana é
uma empresa de produção cultural criada pela mulher do ministro e sua
irmã, Helena. Prestou serviços de assistente de pesquisa para
documentário sobre a Comissão da Anistia.
A empresa foi criada menos de 7 meses antes da assinatura do contrato
com a entidade. Pelo trabalho, recebeu R$ 43,5 mil.
A ONG Via Brasil tem em seus quadros Adecir Mendes Fonseca e Delman
Barreto da Silva, ambos filiados ao PC do B. A entidade também foi
contratada em maio do ano passado pelo Ministério do Esporte, para
promover a participação social na 3ª Conferência Nacional do Esporte. No
negócio, recebeu mais R$ 272 mil.
Documentos obtidos pelo Estado mostram o curto espaço de tempo
transcorrido entre a criação da empresa de Anna Peta e a celebração de
convênio da ONG Via BR com o Ministério da Justiça. A Hermana foi criada
apenas três meses antes da assinatura do convênio para a produção de
documentário sobre a Comissão da Anistia e no mesmo mês em que a Via BR
foi contratada pelo Ministério do Esporte.
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