POR GABRIELA SARAIVA JP
Durante uma audiência pública,
que marcou o encerramento da 'III Marcha do Povo Contra a Corrupção e
Pela Vida', realizada no Ifma, no Bairro do Monte Castelo,
representantes dos Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão realizaram a
entrega de dez dossiês que reúnem provas de vários casos de corrupção
ocorridos em 16 municípios maranhenses. Durante o período matutino,
cerca de 3.500 pessoas caminharam do Tirirical até o centro de São Luís.
De acordo com Iriomar Teixeira, assessor jurídico dos Fóruns e Redes,
os casos de corrupção aconteceram nos municípios de Anajatuba, Belágua,
Jatobá, Lago dos Rodrigues, Monção, Presidente Vargas, Santa Luzia, São
Benedito do Rio Preto, São João do Caru e Vargem Grande. Na maioria
desses locais, foram realizadas auditorias populares, ou seja, uma
análise das prestações de contas pela população, onde foi constatado o
desvio de recursos públicos, a negação de políticas públicas, e a
violações de direitos humanos.
Conforme explicou Iriomar, os
casos estão relacionados a recursos federais, especificadamente, sobre a
alimentação escolar, abastecimento de água, os programas 'Luz para
todos', 'Esporte escolar' e o de construção de habitações, tanto nos
assentamentos como no do 'Minha casa minha vida'. 'Fizemos a entrega
simbólica desses dossiês na audiência, mas todas as provas serão
tornadas públicas, depois que protocolarmos esses documentos no
Ministério Público Federal (MPF), na Polícia Federal (PF), na
Controladoria- Geral da União (CGU)', explicou o assessor jurídico.
Entre as provas estão fotos e documentações que revelam as fraudes,
desvios e violações. Entre os casos de maior destaque que foi apurado
pelo Fórum e Rede de Cidadania do Maranhão está o do falso médico do
município de Belágua, preso na semana passada, depois das denúncias do
movimento. José Jaderson de Sá Matias, de 40 Anos, exercia a profissão
ilegalmente, usando a documentação de um médico pernambucano e foi preso
quando estava atuando em um hospital público daquele município. 'Com
vasta quantidade de prova que reunimos, em todos os casos, o Ministério
Público não precisaria nem fazer investigações', disse Iriomar.
A
Marcha – Cerca de 3500 pessoas, divididas em 80 caravanas de todas as
regiões do Maranhão, participaram da caminhada contra a corrupção. Com a
saída da rotatória do Tirirical, a marcha seguiu pela Avenida dos
Franceses, Avenida Getúlio Vargas, Centro, Praça da Bíblia e novamente
Getúlio Vargas, até o Ifma, local onde foi realizada a audiência pública
na qual os dossiês foram entregues.
A marcha foi puxada pelos
Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão e teve o apoio da Cáritas
Brasileira Regional Maranhão, que é ligada à Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), e da Associação da Saúde na Periferia (ASP). De
acordo com Iriomar Teixeira, o movimento foi motivado pelos inúmeros
casos de corrupção e violação dos direitos humanos no estado e tem como
objetivo sensibilizar a sociedade civil para que entenda que é preciso
fazer o combate desse mal, a partir da organização social e do exercício
da cidadania. 'Pequenas quantidades de pessoas enriquecem em nosso
estado à custa dos desvios, roubos e violação dos direitos humanos e é
preciso dar um basta nisso', declarou.
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