Expulso do Brasil em 1980 - em um polêmico processo que contribuiu
para agravar ainda mais o conflito entre Igreja e Estado -, o padre
italiano Vito Miracapillo tenta inutilmente, há quase uma década, reaver
o visto de permanência no país, onde pretende retomar o trabalho
pastoral interrompido durante o regime militar.
O padre quer voltar ao município de Ribeirão, a 87 quilômetros de
Recife, do qual foi pároco. E residir na Zona da Mata de Pernambuco,
onde se concentra a agroindústria açucareira do estado, considerada
área de tensão social pelos órgãos oficiais.
Em plena ditadura no Brasil, o padre foi incluído na Lei de Segurança
Nacional e atingido pelo então recém-promulgado Estatuto do
Estrangeiro, por ter se recusado a atender pedido da prefeitura para que
celebrasse missa comemorativa da Independência do Brasil, em 7 de
setembro de 1980 - alegando que o Brasil, sob ditadura, não era
independente. Num ofício ao prefeito de Ribeirão, Salomão Correia
Brasil (PDS), o padre justificou a recusa, entre outros motivos, devido
"à não efetivação da independência do povo", reduzido "à condição de
pedinte e desamparado dos seus direitos".
FONTE; Agencia O Globo
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