FABÍOLA ORTIZ
Colaboração para o UOL, do Rio
Em clima de festa e comemoração de 40 anos de carreira, Alcione gravou, na madrugada desta sexta-feira (29), o DVD “Duas Faces” na quadra da escola de samba da Mangueira, no Rio de Janeiro. A cantora retornou ao seu berço, o Palácio do Samba, em grande estilo com o show de gravação do seu mais novo DVD com convidados e cantou em duetos especiais com Leci Brandão, Jorge Aragão, Diogo Nogueira e MV Bill. “A emoção é uma coisa que acontece, deixa rolar”, disse Alcione ao UOL pouco antes de subir ao palco.
Ao todo, Alcione apresentou 24 músicas. A gravação começou por volta de 23h30 e só terminou próximo das 2h, quando a cantora teve que regravar três canções. A plateia reuniu fãs da "Marrom" de muitas partes do Brasil em caravanas que vieram de Pernambuco, Rio Grande do Sul e Minas Gerais para ver o show. Além de assíduos frequentadores da quadra da Mangueira, diretorias de outras escolas de samba e os baluartes da Mangueira estavam na primeira fila para homenagear a cantora.
A abertura da gravação ficou a cargo da jovem pianista e compositora Maíra Freitas, a filha mais jovem de Martinho da Vila, que interpretou "Basta de Clamares Inocência", do mestre Cartola. Ao piano, Maíra Freitas foi acompanhada pela orquestra de violinos do Centro Cultural Cartola formada por adolescentes da região. Ao entrar no palco, Alcione foi aplaudidíssima e entoou "Tem dendê/Figa de Guiné" (de Reginaldo Bessa e Nei Lopes), uma regravação da canção lançada em 1972.
Ao todo, Alcione apresentou 24 músicas. A gravação começou por volta de 23h30 e só terminou próximo das 2h, quando a cantora teve que regravar três canções. A plateia reuniu fãs da "Marrom" de muitas partes do Brasil em caravanas que vieram de Pernambuco, Rio Grande do Sul e Minas Gerais para ver o show. Além de assíduos frequentadores da quadra da Mangueira, diretorias de outras escolas de samba e os baluartes da Mangueira estavam na primeira fila para homenagear a cantora.
A abertura da gravação ficou a cargo da jovem pianista e compositora Maíra Freitas, a filha mais jovem de Martinho da Vila, que interpretou "Basta de Clamares Inocência", do mestre Cartola. Ao piano, Maíra Freitas foi acompanhada pela orquestra de violinos do Centro Cultural Cartola formada por adolescentes da região. Ao entrar no palco, Alcione foi aplaudidíssima e entoou "Tem dendê/Figa de Guiné" (de Reginaldo Bessa e Nei Lopes), uma regravação da canção lançada em 1972.
Para compor o visual, Alcione, vestida com uma túnica rosa, jogou charme para o público com um leque preto, fazendo caras e bocas. No repertório, músicas inéditas como "Beco sem saída" (Telma Tavares e Roque Ferreira), “Não me entrego a mais ninguém” (Jeferson Jr e Umberto Tavares), uma letra romântica e melancólica, e "Encontro Marcado” de Altay Veloso e Paulo César Feital, que já havia cantado em diversos shows mas não tinha ainda eternizado em sua voz. “Gosto demais dessa música e queria ter gravado no ano passado”, contou. Nas canções já conhecidas, como “Na mesma proporção” (Jorge Aragão e Nilton Barros), a cantora foi acompanhada pelo público.
Convidados muito especiais
O primeiro dueto da noite foi com a amiga mangueirense de mais de 35 anos, Leci Brandão, que levantou o público com palmas numa ode à Mangueira nos versos: “...verde e rosa são as cores da Rainha das Flores”. “Alô minha nação mangueirense! 40 anos de sucesso, parabéns! Que Deus te proteja pela sua generosidade. Salve Alcione!”, clamou Leci Brandão.
Em suas intervenções, Alcione fez agradecimentos e disse que o DVD era resultado de um trabalho com “muito sacrifício” e que queria muito fazer na quadra da Mangueira. “Se a gente não cantar com os amigos, como a gente vai fazer? Muito obrigada por virem prestigiar o nosso trabalho. Vamos lá gente, vamos cantar”, continuou.
Em seguida, Alcione cantou a inédita “Mulher Bombeiro” de Nei Lopes, uma homenagem aos bombeiros. Para dar continuidade aos duetos, ela chamou o convidado MV Bill para "Meu Ébano”, de Nenéo e Paulinho Rezende. Com MV Bill, o hit ganhou ares de novidades num rap animado composto especialmente para o projeto. “Vou chamar um amigo, sempre achei um negão de tirar o chapéu”, brincou Alcione no palco. Com um jeito de rap fazendo jus a sua história, MV Bill combinou seu estilo com o samba.
Outro convidado foi Jorge Aragão que declarou ser “uma honra trabalhar” com Alcione, “sou seu fã”. No meio da gravação, entre uma canção e outra, Alcione parou para receber um buquê de rosas e ouvir declarações dos fãs. “Como dizia Cartola: ‘me deem as flores em vida’.” No intervalo, enquanto retocava a maquiagem, ela recebia seus fãs e posava para fotos. Já na segunda metade do show, gravou "Cajueiro velho" (João Carlos) e num estilo reggae "Jamaica a São Luís" (Gerude e Ciba Carvalho) com versos que a levavam de volta a sua terra, o Maranhão. “São Luís, aqui é Jamaica, a capital brasileira do reggae”.
O seu último convidado foi Diogo Nogueira. “Vou chamar uma pessoa que eu conheço desde menino quando ia gravar na casa do pai dele”. Diogo Nogueira foi muito aplaudido e cantou junto com Alcione "Poder da Criação" (João Nogueira e Paulo César Pinheiro). De pé, o publico acompanhou “Lá, lalaiá, laia...”.
Para finalizar, sob o comando do mestre Ailton Andre Nunes, a bateria "Surdo Um" da escola de samba da Mangueira entrou no palco. A plateia foi ao delírio com as batidas do samba. Os ritmistas estavam todos vestidos com o uniforme do Carnaval deste ano e cantaram o samba enredo em homenagem ao Nelson Cavaquinho, tema do desfile de 2011. No encerramento, Alcione trocou de roupa e, com uma coroa brilhosa, cantou “Brasil de Oliveira da Silva do Samba” de Altay Veloso e Paulo César Feital. Ao final, ofereceu rosas ao público.
"Duas Faces", primeiro trabalho de Alcione pelo selo Marrom Music, é um projeto gravado em duas etapas: "Jam Session" e "Ao vivo, na Mangueira". A primeira parte foi gravada recentemente na casa da artista e, num tom mais intimista, contou com as presenças de Maria Bethânia, Emílio Santiago, Lenine, Djavan, Martinho da Vila e Áurea Martins. Além dos duetos, a 'Jam' traz solos da Marrom em músicas de sua predileção, gravadas ou não por ela anteriormente. Algumas faixas, como "Passional", de Fátima Guedes, e "Quem já esteve só", de Ivor Lancelotti e Paulo César Pinheiro, por exemplo, jamais haviam sido registradas em sua voz.
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