segunda-feira, 29 de agosto de 2011

29 de Agosto-Dia Nacional de Combate ao Fumo

"De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente morrem três milhões de pessoas por ano em função do cigarro. Para vencer a guerra contra o fumo e evitar as doenças por ele causadas atitudes mais enérgicas devem ser tomadas. Este é o principal tema a ser discutido no dia 29 de agosto - Dia nacional de combate ao fumo".

Fechando o Cerco ao Cigarro

O presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou uma nova lei que restringe a propaganda de cigarro e o uso de produtos derivados do tabaco. Esta lei passou a vigorar em 28 de dezembro de 2000.

De acordo com a nova Lei 10.167, a propaganda do cigarro será permitida somente na parte interna dos locais de venda do produto, por meios de pôsteres, painéis e cartazes. Ficam proibidos os anúncios nos meios de comunicação (inclusive internet), anúncios em outdoors, placas e cartazes luminosos. Fica proibida, também, a distribuição de qualquer tipo de amostra ou brinde, a venda de cigarros em estabelecimentos de saúde, o consumo de cigarros em aviões, independente do tempo e duração do vôo, a venda do produto por via postal, a realização de visita promocional ou distribuição gratuita em estabelecimento de ensino ou local público e a propaganda indireta contratada, também denominada merchandising.

Além disso, a Lei majora o valor das multas a serem aplicadas em caso de descumprimento e determina os órgãos competentes para exercer a fiscalização do cumprimento da Lei nº 9.294/96.

Quanto aos patrocínios de eventos culturais ou esportivos, a Lei estabelece um prazo de transição de dois anos. Com isso, os contratos de patrocínio já estabelecidos e os que venham a ser assinados só poderão vigorar até 1º de janeiro de 2003. Este prazo também vale para propagandas em estádios, pistas, palcos ou locais similares.

Malefícios do Fumo

Os malefícios do tabaco são provenientes, em grande parte, das minúsculas partículas de alcatrão nele incluídas. O cigarro contém substâncias cancerígenas e co/cancerígenas, portanto causadoras de câncer. A fumaça do cigarro é composta ainda de 2% a 6% de monóxido de carbono, um gás tóxico que dificulta o transporte e utilização do oxigênio. Esses compostos também alteram o funcionamento dos microscópicos cílios do sistema respiratório. Como esses cílios têm a função de limpar as vias respiratórias e livrar os pulmões de partículas indesejáveis, tais como bactérias e compostos químicos nocivos, o fumante também é mais propenso a adoecer de doenças respiratórias.

Metade dos seis tipos de câncer que mais matam no Brasil tem o cigarro como fator de risco. O fumo é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, causador de 12 mil mortes por ano no país. No pulmão, além de câncer, o uso do cigarro promove várias outras doenças graves. O enfisema e a bronquite, doenças pulmonares obstrutivas crônicas, são doenças graves causadas, na grande maioria das vezes, pelo hábito de fumar. Além disso, o cigarro está relacionado à causa de tumores malignos em vários outros órgãos como: a boca, laringe, pâncreas, rins e bexiga.

Das mortes causadas pelo fumo 25% são decorrentes de doenças coronarianas, como infarto do coração. Os fumantes correm quase o dobro do risco dos não fumantes de sofrer um infarto do miocárdio ou morte por doenças coronarianas. O cigarro causa lesões nos vasos sanguíneos de todo o corpo, propicia acidentes vasculares cerebrais, mais conhecidos como "derrames", e aumenta a concentração de LDL (colesterol "mau") e diminui a concentração de HDL (colesterol "bom") no sangue.

O fumante passivo é aquele que não fuma, porém respira a fumaça do cigarro de outras pessoas. As crianças são as maiores vítimas do fumo passivo. Os filhos de mães que fumaram durante a gravidez tendem a nascer com peso e altura inferiores aos filhos de mães não fumantes. A criança que convive com fumantes, está mais sujeita a se tornar um fumante e a fumar mais precocemente.

Quanto Custa Fumar?

A intervenção ao tabagismo é muito efetiva considerando-se os custos de tal ação. A diminuição do tabagismo está relacionada com a diminuição do número e gravidade de doenças cardiovasculares e pulmonares, do câncer, e das hospitalizações. Essa diminuição está relacionada também com menor número de recém nascidos de baixo peso e menor incidência de distúrbios físicos, cognitivos e emocionais nos filhos de mães que fumaram durante a gestação. Ou seja, é melhor e mais barato gastar com o combate ao fumo do que cuidar dos problemas por ele causado. Gastando menos com as doenças causadas pelo tabagismo o governo terá mais recursos para investir em outras áreas da saúde.

Novas Alternativas de Combate ao Fumo

O governo britânico iniciou em 1990 um programa alternativo de combate ao fumo. Esse programa era baseado na gratificação dos médicos que convencessem seus pacientes a abandonar o hábito de fumar. As autoridades responsáveis haviam concluído que tal esforço seria mais eficiente e de menor custo para o Estado do que as campanhas publicitárias antitabaco.

Os médicos do programa receberam treinamento especial prévio para a tarefa. Após o treinamento eles estavam aptos a receber os pacientes tabagistas maiores de 16 anos. O prazo de trabalho com os pacientes era de 9 meses. Para cada que paciente se abstiver de fumar por um período mínimo de três meses seu médico receberia uma gratificação de 15 libas esterlinas. Acreditava-se que o médico inscrito no programa poderia ganhar entre 285 e 1125 libras esterlinas extras por ano, caso se empenhasse para que 240 a 700 pacientes parassem de fumar.

O Dr. Coleman e colaboradores do Leicester General Hospital, de Leicester, Grã-Bretanha, entrevistaram 940 pacientes que estavam inscritos no programa. Eles concluíram que os médicos dos programas não usavam de técnicas de maior persuasão para convencer os seus pacientes a deixarem de fumar e portanto, a gratificação dada aos médicos não havia sido efetiva no combate ao tabagismo.

Novas pesquisas continuam sendo realizadas em várias partes do mundo na tentativa de encontrar a melhor forma de combater o tabagismo.
FONTE: Boa Saúde

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