POR JULLY CAMILO-jp
Aproximadamente 300 pessoas – entre quilombolas, lideranças indígenas e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) –, que estavam acampados em frente à sede do Tribunal de Justiça do Estado (centro de São Luís), agora ocupam a sede do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), no Anil. É a segunda vez neste ano que o órgão é ocupado. Em junho, quilombolas permaneceram no local até que fosse firmado um acordo com os governos federal e estadual.
Foto: G. Ferreira
Auditório do Incra virou palco de atividades culturais
Agora, os quilombolas – fortalecidos com a presença de líderes indígenas e dos sem-terra –, afirmam que o acordo não foi cumprido. Foi prometido aos quilombolas, entre outras providências, dar mais agilidade nos processos de regularização de terras e combate à violência no campo.
De acordo com o padre Inaldo Serejo, coordenador estadual da Comissão da Pastoral da Terra (CPT), uma comissão de lavradores se reuniu, na tarde de quinta-feira, na sede do Incra, com representantes do governo estadual e do próprio instituto.
Na reunião, teria sido informado aos quilombolas que não há condições para o cumprimento do acordo por falta de verbas. “Ao cobrarmos do superintendente do Incra no Maranhão, José Inácio Rodrigues Sodré, sobre a celeridade na conclusão dos processos, visitas técnicas e emissão de relatórios, ele foi taxativo em dizer que não há condições de cumprir o acordo porque infelizmente o órgão não tem orçamento para isso”, relatou.
A líder quilombola Maria Teresa Bitencourt, de 49 anos, do povoado Cruzeiro, em Palmeirândia, declarou que os representantes do governo do estado afirmaram que a pauta não foi devolvida depois que foi levada a Brasília pelas ministras e que não teria sido repassada verba federal para dar cumprimento ao acordo.
Ela ressaltou que o contato com as autoridades federais também foi cortado, e por isso fica difícil detectar de onde está partindo a omissão.
Representantes indígenas doas etnias Krikati, Guajajara e Krenyê também aderiram ao movimento. A índia Dária Krikati, de 36 anos, explicou que a população indígena também sofre com a precariedade nas áreas da saúde e educação, além das disputas de terras provocadas pela interferência dos não-indígenas.
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