domingo, 3 de março de 2013

Professor desenvolve em São Luís método de alfabetização em 75 aulas

A região Nordeste detém 52,7% do total de analfabetos do Brasil. O Maranhão está entre os três estados de maior percentual, com 19,31% - mais que o dobro da média nacional, de 8,6%. Os outros dois estados são Piauí e Alagoas. Os dados referem aos brasileiros com mais de 15 anos de idade que não sabem ler nem escrever, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2011. Somado a estes índices estão a falta de estrutura das escolas, precária qualificação do professor e problemas de ordem social que contribuem para evasão escolar e dificuldades no aprendizado.

Em meio aos problemas encontrados no sistema, a iniciativa de alguns faz toda a diferença. É o caso do professor Assis Nobre, de 50 anos, morador do bairro Gapara, que há pouco mais de dois anos reside no local, mas que já marcou seu nome naquela comunidade, e em outras da capital e até interior. Tudo devido a um método de ensino criado ele, que promete alfabetizar em 75 aulas. 

Assis é professor de matemática, mas a facilidade que sempre teve em ensinar lhe fez enveredar pela alfabetização, trabalho que realiza voluntariamente. Tudo começou em Imperatriz, na década de 1990. À época, os filhos estavam na fase de alfabetização e ele mesmo se dedicava a ensiná-los, paralelamente aos estudos regulares. Não demorou para criar seu próprio método de ensino, executado em curto espaço de tempo. 

Os cinco filhos foram os primeiros alunos a experimentar o método do professor. Com o resultado positivo resolveu bater a porta das escolas e se oferecer para ajudar na alfabetização das crianças, estendendo assim os benefícios da ação. "Iniciei com uma sala e logo eram três turmas. Mas eu sentia que precisava de mais espaço e tive boa aceitação dos professores e bons resultados dos alunos", lembra ele.

As aulas são direcionadas a crianças a partir dos cinco anos e o método já foi executado em instituições públicas e privadas. Na capital, o trabalho é reconhecido nas UEBs Albérico Silva (Ciep da Alemanha), João do Vale e Orquídea Santos; no Centro de Ensino Médio Solano Rodrigues; e inclusive com detentas do Centro de Ressoacilização Feminina do Maranhão (Crisma). Cerca de 250 crianças já aprenderam a ler e escrever pelo método. 

O professor atribui o baixo rendimento dos alunos à falta de compromisso das gestões. Em sua avaliação, os custos com um aluno atualmente poderiam ser reduzidos com a aplicação de modelos simples, mas, bem mais eficazes. Segundo o Ministério da Educação (MEC) são gastos cerca de R$ 2 mil por aluno na rede pública do país. "É um gasto que não traz resultado satisfatório. A forma como essa educação é passada às crianças não funciona e temos a prova nos índices", apontou.
fonte: O  Imparcial

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