Em meio aos problemas encontrados no sistema, a iniciativa de alguns faz toda a diferença. É o caso do professor Assis Nobre, de 50 anos, morador do bairro Gapara, que há pouco mais de dois anos reside no local, mas que já marcou seu nome naquela comunidade, e em outras da capital e até interior. Tudo devido a um método de ensino criado ele, que promete alfabetizar em 75 aulas.
Assis é professor de matemática, mas a facilidade que sempre teve em ensinar lhe fez enveredar pela alfabetização, trabalho que realiza voluntariamente. Tudo começou em Imperatriz, na década de 1990. À época, os filhos estavam na fase de alfabetização e ele mesmo se dedicava a ensiná-los, paralelamente aos estudos regulares. Não demorou para criar seu próprio método de ensino, executado em curto espaço de tempo.
Os cinco filhos foram os primeiros alunos a experimentar o método do professor. Com o resultado positivo resolveu bater a porta das escolas e se oferecer para ajudar na alfabetização das crianças, estendendo assim os benefícios da ação. "Iniciei com uma sala e logo eram três turmas. Mas eu sentia que precisava de mais espaço e tive boa aceitação dos professores e bons resultados dos alunos", lembra ele.
As aulas são direcionadas a crianças a partir dos cinco anos e o método já foi executado em instituições públicas e privadas. Na capital, o trabalho é reconhecido nas UEBs Albérico Silva (Ciep da Alemanha), João do Vale e Orquídea Santos; no Centro de Ensino Médio Solano Rodrigues; e inclusive com detentas do Centro de Ressoacilização Feminina do Maranhão (Crisma). Cerca de 250 crianças já aprenderam a ler e escrever pelo método.
O professor atribui o baixo rendimento dos alunos à falta de compromisso das gestões. Em sua avaliação, os custos com um aluno atualmente poderiam ser reduzidos com a aplicação de modelos simples, mas, bem mais eficazes. Segundo o Ministério da Educação (MEC) são gastos cerca de R$ 2 mil por aluno na rede pública do país. "É um gasto que não traz resultado satisfatório. A forma como essa educação é passada às crianças não funciona e temos a prova nos índices", apontou.
fonte: O Imparcial
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