Professores da Escola de Música Lilah Lisboa lançaram quatro livros didáticos voltados para a teoria musical. As publicações também retratam os ritmos e a cultura maranhense. A escola, que fica em um casarão secular, foi o cenário para o lançamento coletivo que reuniu músicos, alunos, artistas da terra.
Apesar de falarem sobre temas distintos, as quatro publicações retratam a cultura maranhense. Os livros não só imortalizam, mas, principalmente, compartilham conhecimentos. São grandes manuais para qualquer profissional ou estudante da tão envolvente arte musical.
O caderno de partituras é um museu sonoro. Trinta composições maranhenses foram selecionadas pelo flautista Zezé Alves, que é um apaixonado pelo chorinho.
O ritmo nasceu em meados do século XIX, no Rio de Janeiro. É próprio da formação da nossa gente. Não segue um compasso pré-definido, e é muito marcado pelos improvisos dos chorões, instrumentistas que tocam o choro.
O Maranhão é um celeiro de chorões, perpetuados em partituras como as que Zezé Alves transcreveu para o caderno. “O livro é uma continuidade de um trabalho que a gente já vinha fazendo, que é um CD do grupo Instrumental Pixinguinha, formado por professores e alunos da Escola de Música, que tinha 10 choros com composições próprias. Eu dei continuidade resgatando choros de outros compositores”, Zezé Alves, autor do livro
O professor de baixo elétrico e violão, Diórgenes Torres, elaborou uma espécie de guia para criações de frases em composições de jazz e ritmos que se relacionam. O livro "Na Mosca" traz um apanhado de orientações para os compositores.
“Apesar do livro ter o rótulo de jazzista, ou seja, direcionado para o jazz, por causa das harmonias, ele por extensão, pode ser usado para a música brasileira, como a bossa nova”, disse Diórgenes Torres, autor do livro.
Já o livro "Batucada Maranhense", do professor de bateria Rogério Leitão, retrata análises de vários ritmos que têm ou tiveram o instrumento como centro, ao longo da história.
Agora, quando o assunto é bumba-meu-boi, desenvolvido no livro de Joaquim Santos, o que não falta é objeto de estudo. A sonoridade tem características próprias em cada sotaque - orquestra, matraca e pandeirões, zabumba, baixada. Ou que se revela múltipla dentro de um mesmo sotaque.
Um dos maiores ícones da cultura maranhense é analisado pelo estudioso há mais de 30 anos. A pesquisa sobre os sons se juntou às análises de Tânia Ribeiro sobre os movimentos corporais do bumba-boi. O trabalho embasou o Iphan, que tornou a expressão um Patrimônio Cultural Brasileiro.
O livro, que já foi lançado em 2011, foi reapresentado ao público. A ideia é deixar sempre evidente a força que tem o bumba-meu-boi.
FONTE: Do G1 MA
0 comentários:
Postar um comentário