O Instituto Nacional do Câncer (Inca)
divulgou ontem sete recomendações para evitar a mortalidade por câncer
de mama. A mais importante é a que prevê que o prazo entre o diagnóstico
e o início do tratamento não pode ultrapassar três meses.
“Este intervalo não compromete a sobrevida da mulher. Pessoas que
demoram mais tempo tendem a não ter o benefício esperado da cirurgia e
podem vir a falecer”, disse Ronaldo Corrêa, da divisão de atenção do
Inca.
Segundo o instituto, cerca de 50 mil casos novos da doença surgem por
ano, matando quase 12 mil mulheres. No Rio, 88,3 entre cada 100 mil
mulheres desenvolvem a doença.
Entre as medidas recomendadas está o prazo máximo de 60 e 120 dias para
as pacientes com câncer de mama começarem a fazer os tratamentos de
quimioterapia e radioterapia, respectivamente. O Inca prevê também que a
paciente seja tratada por uma equipe médica multidisciplinar e tenha
inclusive suporte espiritual e psicológico. Além disso, a mulher deve
receber acompanhamento hormonal, para que não haja proliferação das
células cancerosas, o que poderia aumentar a gravidade da doença.
Espera por mais de 100 dias
Levantamento da Federação de Apoio à Saúde da Mama (Femama) aponta que a
espera pela cirurgia leva em média 188 dias para pacientes que utilizam
a rede pública. Um exemplo do problema foi o que aconteceu com a
aposentada Letícia Rodrigues da Silva, de 62 anos, moradora do Lins, na
Zona Norte do Rio.
Após realizar uma mamografia, que apontou a presença de um caroço, a
idosa recebeu encaminhamento para fazer uma ultrassonografia no dia 10
de julho. No entanto, ela só fez o exame no dia 20 de outubro, mais de
três meses depois do pedido.
O motivo da demora na realização do importante exame foi a falta de
vagas na rede municipal de saúde. Felizmente, o novo exame não revelou
nenhuma doença. “E se fosse um tumor e tivesse se alastrado ou
aumentado? Mesmo tendo agido com precaução, eu seria mais uma vítima”,
questionou, indignada, a paciente.
Saiba mais
PREVENÇÃO
Para o oncologista Ricardo Caponero, da Femama, toda mulher deve passar
por uma avaliação de risco. Segundo ele, as chances de desenvolver o
câncer de mama são maiores quando parentes de primeiro grau também
sofreram com a doença.
Além da avaliação, a mamografia deve ser realizada uma vez por ano em
mulheres acima dos 50 ou com mais de 40 anos e com histórico familiar de
risco.
Obesidade, tabagismo e alcoolismo também devem ser evitados.
NÃO É LEI!
A medida do Inca não tem valor de lei. Os órgãos municipais e estaduais
de saúde têm autonomia para aderirem ou não. “Não podemos obrigar, mas
esperamos que haja uma sensibilização para que estas medidas sejam
adotadas”, afirmou o oncologista do Inca Ronaldo Corrêa.
ADESÃO NO RIO
A secretaria Municipal de Saúde informou que vai aderir às recomendações
do Inca. Para receber o tratamento, a mulher deve procurar os postos de
saúde ou as clínicas da família, de onde será encaminhada para
tratamento se houver necessidade. A secretaria Estadual de Saúde não
informou se vai aderir ao protocolo do Inca.
FONTE: O Dia
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Medidas para evitar mortes por câncer de mama no País
dezembro 06, 2011
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