O fim da terceirização da gestão da saúde pública foi a principal
reivindicação da 14ª Conferência Nacional de Saúde, que terminou ontem
(4) em Brasília. O evento reuniu mais de 3 mil representantes da
sociedade para debater o papel do Sistema Único de Saúde (SUS). A
expectativa é que as mais de 300 propostas de política pública aprovadas
na conferência sejam aproveitadas pelos três níveis de governo -
municipal, estadual e federal.
'Aprovamos contar para a sociedade
brasileira que não é verdade que a sociedade rompeu com o SUS. Os
representantes da sociedade que estavam aqui disseram que não é verdade
que a gente se cansou, e não é verdade que não queremos lutar por isso e
queremos entregar tudo para o mercado', disse a coordenadora-geral do
evento, Jurema Werneck.
Ela explicou que a ideia das propostas
aprovadas não é que o Estado deixe de comprar leitos em hospitais
privados quando não houver vagas no sistema público, mas que os
governantes não repassem às instituições privadas a responsabilidade de
administrar quando e como esses leitos serão usados.
De acordo
com a coordenadora, o sistema atual – que vem sendo adotado por alguns
estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco - permite falhas sem
que o Estado seja responsabilizado por isso. 'A gente está mantendo a
ideia de que o SUS é publico. A regra é não transferir serviços para
organizações sociais, que são empresas disfarçadas que acabam
precarizando o trabalho, acabam não entregando o serviço que a gente
comprou, e acabam não garantido o serviço à população', declarou Jurema
Werneck.
O ministro Alexandre Padilha, que participou do
encerramento do evento, disse que o SUS saiu mais fortalecido da
conferência. 'Viva o controle social', disse Padilha, ao encerrar a
última votação do dia.
FONTE: JP
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