O pastor Silas Malafaia voltou a atacar o vereador Ivaldo Rodrigues (PDT) em entrevista coletiva concedida ontem. A entrevista era para falar sobre o evento Cruzada Vitoriosa para Você, que será realizado hoje e amanhã (mais detalhes no caderno Urbano, página 2), mas a polêmica envolvendo Silas e Ivaldo tomou conta das discussões. Ele ainda criticou o fato da Câmara lhe ter concedido o título de "persona non grata" após declarações sobre a Casa. Mais tarde, em debate realizado na rádio Capital, os dois acabaram se reconciliando.
O pastor não economizou palavras para defender seu ponto de vista e fez questão reafirmar que Ivaldo é "bandido" e "idiota". "O cara me chamou de homofóbico. Para mim quem me chama de homofóbico é bandido, é idiota". Questionado se não teria medo de ser processado em virtude das declarações, Malafaia foi enfático. "Chumbo trocado não dói". Malafaia ironizou o pedetista. "Eu até agradeço ele (Ivaldo Rodrigues). Ele fez uma publicidade de graça para mim. A coisa só não deu certo quando ele me chamou de homofóbico".
Sobre o título de cidadão ludovicense, que teria iniciado toda esta polêmica, Malafaia disse que não era de sua competência a questão, mas já que existe a Resolução que impede o título a alguém que não morou em São Luís, não faz questão. "Alguém que diz que vai te dar um presente e não dá, não se pode fazer nada. Agora, se existe uma Lei que diz que para receber o título tem que ter morado em São Luís, eu não quero receber nada que burle a Lei".
Embora tenha dito que foi mal interpretado ao chamar a Câmara Municipal de "puleiro", o pastor afirmou que esta não poderia ter lhe dado o título de persona non grata. "Quem disse que a Câmara Municipal tem autoridade constitucional para dizer que eu sou persona non grata aqui. Eu estou no meu país gozando de todos os direitos de cidadania. Quem faz isso é um despreparado falando o que não sabe. O termo 'puleiro' tem haver com o lugar onde a pessoa tem o domínio. Eu quis dizer para o vereador sai daí onde você domina para podermos discutir. É só ver no dicionário o que é puleiro. A língua portuguesa é rica".
Perguntado sobre a posição da vereadora Rose Sales (PCdoB) que propôs o título e depois, acabou recuando, fez uma crítica em tom mais ameno. "A vereadora ligou dizendo que queriam barrar o título. Não sei se ela recuou, mas se recuou é uma pena. Acho que o evangélico tem que seguir com suas convicções até o fim".
Movimento gay
Para o pastor, o movimento homossexual é o mais intolerante da sociedade. "Você pode criticar padre, pastor, presidente, Deus e o diabo, mas não pode criticar homossexual. Podem criticar os evangélicos se quiserem. Assim como eu posso criticar a prática homossexual". Ele ainda revelou que sofre muitas ameaças desde que tem combatido a PL 122, que criminaliza a prática homofóbica no país. Malafaia disse que anda sempre com seguranças.
Ele ainda alertou que caso o movimento gay de São Luís queira realizar algum tipo de manifestação contra a Cruzada terá que se ver com a Polícia. "Eles não são malucos. Se um grupo de evangélicos fosse bagunçar a Parada gay a imprensa cairia matando. Mas não fazemos isto. A Constituição garante proteção para local de culto. Eu digo aqui que se um evangélico invadir um Centro Espírita para bagunçar pode colocá-lo na cadeia. Local de culto é inviolável".
A reconciliação nas ondas do rádio
Após todos os ataques, Ivaldo Rodrigues e Silas Malafaia finalmente confrontaram as ideias em um debate na rádio Capital AM. O vereador estava no estúdio, Silas participou por telefone direto do hotel. Foram 45 minutos de troca de farpas, onde os dois repetiram os discursos já saturados, defendendo seus pontos de vista. Depois, acabaram pedindo desculpas pela troca de ofensas. Malafaia ainda convidou Ivaldo para participar da Cruzada e ele disse que iria ao evento. Os dois ainda afirmaram que iriam retirar as ações judiciais que ambos pretendiam mover na justiça. "Eu tenho a obrigação como cristão de te pedir perdão", sacramentou Malafaia
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