Cuba completou neste domingo o trâmite de suas singulares eleições, sem partidos de oposição, para renovar o Parlamento que previsivelmente ratificará dentro de algumas semanas Raúl Castro para um segundo mandato presidencial de cinco anos.
Nesta jornada também será formalizada a designição dos 1.269 delegados que integrarão as 15 assembleias provinciais do país.
Os quase 30 mil colégios eleitorais instalados em todo o país abriram às 7h local (10h, horário de Brasília) e o fechamento está previsto para às 18h local (21h, horário de Brasília).
"É um exercício soberano em defesa da revolução e de nosso socialismo. Muitas vezes nos criticam questionando se nosso sistema eleitoral é democrático ou não. Os argumentos sobram e a democracia não pode ser medida só pelo ato eleitoral", disse Miguel Díaz-Canel, vice-presidente do Conselho de Ministros.
Por sua parte, o chanceler da ilha, Bruno Rodríguez, afirmou que o sistema eleitoral cubano é "exemplo de participação, convicção e civismo" e, embora seja diferente de outros países, é "muito mais democrático".
"Em Cuba não há eleições, não é possível optar por diferentes alternativas ou programas. É semelhante aos pleitos que aconteciam no bloco soviético e na Coreia do Norte. Não se pode comparar com as eleições do resto de países da América, nem sequer com a Venezuela", apontou a opositora Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional.
A votação de hoje encerra o processo que começou em novembro com a designação de delegados municipais (vereadores) e abrirá dentro de algumas semanas uma nova legislatura quando o Parlamento for constituído, que reelegerá Raúl Castro como presidente do país.
Desse modo, o general Castro, de 81 anos, iniciará um segundo mandato presidencial que poderia ser o último se o presidente cumprir sua promessa de limitar os cargos políticos do país a um máximo de dez anos consecutivos.
Raúl Castro foi designado formalmente presidente de Cuba em fevereiro de 2008, dois anos após assumir provisoriamente a direção do país quando seu irmão Fidel, o líder da Revolução cubana, alegou por uma grave doença.
Fidel Castro, de 86 anos, continua fora do poder, embora como é tradicional também aparece como candidato a deputado nacional nestas eleições.
A data para instalar a nova Assembleia Nacional cubana será convocada oficialmente nos próximos dias apesar do chanceler cubano, Bruno Rodríguez, adiantar na televisão estatal que acontecerá em 24 de fevereiro.
Uma das novidades será a ausência do presidente do Parlamento, já que Ricardo Alarcón, de 75 anos, desde 1993 no posto e um histórico do regime cubano, não foi incluído como candidato a deputado.
De acordo com dados oficiais, a Assembleia cubana será renovada em 67% após as eleições realizadas hoje.
78,43% dos candidatos a deputados nasceram depois do triunfo da revolução, em 1959, e a média de idade dos aspirantes é de 48 anos.
Uma das caras novas de Parlamento cubano será Mariela Castro, filha de Raúl Castro e diretora do Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex) desde onde promoveu a defesa dos direitos dos homossexuais.
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