O jornalista, historiador e escritor imperatrizense, Adalberto Franklin, é autor de um livro que promete ser um grande sucesso no Maranhão e no Brasil assim que chegar às livrarias.
Trata-se da biografia do líder camponês maranhense Manoel da Conceição, um militante político e social histórico do Partido dos Trabalhadores e o terceiro petista a assinar a ficha de filiação do partido no ato da sua fundação, em 1980, em São Paulo.
Intitulado “Manoel da Conceição: sobrevivente do Brasil”, o livro também é um documento histórico, já que registra momentos importantes, bonitos, e em alguns casos dramáticos e tristes da vida política do Maranhão.
A obra ainda está em fase de elaboração, mas já conta com alguns capítulos já concluídos. O prefácio será assinado por dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo e um grande lutador das causas sociais e dos direitos humanos do Brasil.
“O livro é interessante porque conta histórias que nunca foram contadas publicamente nem mesmo pelo próprio Manoel da Conceição, que topou contar tudo para o autor. Trata-se da biografia de um líder popular, carismático, que possui um senso de justiça impressionante. Trata-se da história de Manoel da Conceição”, orgulha-se autor.
Adalberto Franklin, que na última quinta, 22 de novembro, tomou posse na cadeira 16 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), como membro efetivo (leia discurso de posse), concedeu gentilmente alguns trechos que o blog do Robert Lobato reproduzirá com exclusividade a partir de hoje. Veja:
(Trecho do capítulo I: A Chacina de Copaíba): Reunidos na pequena Copaíba dos Mesquitas, os lavradores discutiam uma forma de resistir ao assédio de Manacé Alves de Castro, filho de Raimundo Alves de Castro, fazendeiro e subdelegado do povoado Santa Luzia, a apenas seis quilômetros dali, no município de Bacabal. Manacé se dizia proprietário das terras de Copaíba e tentava forçar a retirada das famílias daquele e de outros povoados vizinhos.
Diante da resistência encontrada, começou a intimidá-las. Passou, então, a utilizar meios mais bruscos. Comprou algumas cabeças de gado e mandou soltá-las na área das roças dos lavradores. O prejuízo foi grande. As florescentes plantações de arroz, feijão, milho, macaxeira e verduras foram devoradas pelos animais. A subsistência das famílias ficou comprometida (…)
(…) Enquanto discutem, ouvem o barulho de um caminhão que se aproxima. Não era raro esses veículos trafegarem por aquelas paragens. Logo, o caminhão para na frente da casa. De assalto, uns vinte homens pulam da carroceria e muitos deles invadem a sala. São jagunços, pistoleiros, sob o comando de Manacé. De armas na mão — revólveres, espingardas e faca —, gritam alto, ameaçam e humilham a todos.
— Não corre ninguém, senão leva bala — gritou um deles.
Não houve reação. Nenhum lavrador está armado. Manoel da Conceição Santos, um jovem lavrador negro de 22 anos, nascido naquela mesma região, no povoado Pedra Grande, município de Coroatá, coordenador da Escola Dominical da Assembleia de Deus no povoado Santa Luzia, onde residia, era um deles.
FONTE: Blog do Robert Lobato
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