Na Terra da Bacaba, escondido da pressa do mundo moderno,
está São Sebastião dos Pretos, um tesouro vivo da resistência afro-brasileira.
Este quilombo, onde a história, a cultura e a religião são guardiãs de uma
memória valiosa, é palco de uma história que se mescla entre o passado e o
presente, entre a luta e a esperança. O quilombo de difícil acesso, está
cercado de latifúndio, uma ilha social de mulheres e homens negros que querem
conquistar uma vida melhor, mas sem perder a identidade.
Na comunidade de São Sebastião dos Pretos, o tempo parece ter
um ritmo próprio, marcado pela ancestralidade e pela tradição presentes em cada
esquina de terra batida. Aqui, o Museu da Comunidade é mais do que um lugar de
memórias empoeiradas; é um santuário de resistência, onde cada objeto conta uma
história de luta e perseverança.
No Museu de São Sebastião dos Pretos o leitor pode encontrar
correntes do período escravagista, panelas gigantes centenárias, elementos da
cultura negra preservadas pela comunidade, numa tentativa de fortalecer e
preservar sua história. O “Divino Espírito Santo” é uma das manifestações religiosas
que registe na comunidade, em noite de Lua cheia rufam os tambores do bumba-meu-boi
sotaque de Zabumba do Mestre Gildásio. Em datas previamente planejadas, os
tambores ecoam para os orixás em manifestação religiosa com o pé na senzala e com
forte matriz africana.
Nesse contexto, surge o futebol como uma metáfora da vida
cotidiana dos quilombolas. O esporte pode ser amador, mas as jogadas são profissionais.
A participação na copa rural de futebol não é apenas uma competição esportiva;
é a afirmação de uma identidade, é a celebração de uma comunidade que se mantém
unida apesar dos desafios.
A chegada à final do campeonato contra o time de Mata Fome é
mais do que um jogo; é um confronto entre dois mundos, entre duas realidades.
Se, por um lado, Mata Fome representa a carência e a luta pela sobrevivência,
São Sebastião dos Pretos simboliza a resistência e a busca por um futuro
melhor. Mata Fome, luta para matar a fome de oportunidade, educação e cultura.
Enquanto Mata Fome luta para driblar a escassez, São
Sebastião dos Pretos luta para preservar suas raízes, sua história e sua
cultura. O futebol, nesse contexto, não é apenas um jogo; é uma ponte para o
futuro, uma maneira de mostrar ao mundo que, apesar das adversidades, o
espírito de São Sebastião dos Pretos continua vivo e forte. Para as comunidades
rurais, o futebol não é apenas uma paixão nacional, mas uma esperança ,talvez
um portal para uma vida melhor
Na final da copa rural, o campo Merecão , onde um dia jogou
Garrincha, se transforma em um palco de emoções e esperanças. O tempo
regulamentar não o bastante para o duelo, a decisão foi para os pênaltis. A cada chute, a cada defesa, a cada gol, São
Sebastião dos Pretos e Mata Fome mostram que, apesar das diferenças, são iguais
na essência: são comunidades que lutam por um lugar ao sol, que buscam
reconhecimento e dignidade.
Ao apito final, São Sebastião dos Pretos não conquistou o
título, mas o que importa é que a mensagem foi transmitida: a história, a
cultura e a religião de um povo não podem ser apagadas, e o futebol, mais do
que um esporte, mais do que uma paixão, mais de um elemento da superestrutura
de poder do sistema capitalista, pode ser uma ferramenta poderosa na luta por
um futuro melhor.
Na Terra da Bacaba, escondido da pressa do mundo moderno,
está São Sebastião dos Pretos, um tesouro vivo da resistência afro-brasileira.
Este quilombo, onde a história, a cultura e a religião são guardiãs de uma
memória valiosa, é palco de uma história que se mescla entre o passado e o
presente, entre a luta e a esperança. O quilombo de difícil acesso, está
cercado de latifúndio, uma ilha social de mulheres e homens negros que querem
conquistar uma vida melhor, mas sem perder a identidade.
Na comunidade de São Sebastião dos Pretos, o tempo parece ter
um ritmo próprio, marcado pela ancestralidade e pela tradição presentes em cada
esquina de terra batida. Aqui, o Museu da Comunidade é mais do que um lugar de
memórias empoeiradas; é um santuário de resistência, onde cada objeto conta uma
história de luta e perseverança.
No Museu de São Sebastião dos Pretos o leitor pode encontrar
correntes do período escravagista, panelas gigantes centenárias, elementos da
cultura negra preservadas pela comunidade, numa tentativa de fortalecer e
preservar sua história. O “Divino Espírito Santo” é uma das manifestações religiosas
que registe na comunidade, em noite de Lua cheia rufam os tambores do bumba-meu-boi
sotaque de Zabumba do Mestre Gildásio. Em datas previamente planejadas, os
tambores ecoam para os orixás em manifestação religiosa com o pé na senzala e com
forte matriz africana.
Nesse contexto, surge o futebol como uma metáfora da vida
cotidiana dos quilombolas. O esporte pode ser amador, mas as jogadas são profissionais.
A participação na copa rural de futebol não é apenas uma competição esportiva;
é a afirmação de uma identidade, é a celebração de uma comunidade que se mantém
unida apesar dos desafios.
A chegada à final do campeonato contra o time de Mata Fome é
mais do que um jogo; é um confronto entre dois mundos, entre duas realidades.
Se, por um lado, Mata Fome representa a carência e a luta pela sobrevivência,
São Sebastião dos Pretos simboliza a resistência e a busca por um futuro
melhor. Mata Fome, luta para matar a fome de oportunidade, educação e cultura.
Enquanto Mata Fome luta para driblar a escassez, São
Sebastião dos Pretos luta para preservar suas raízes, sua história e sua
cultura. O futebol, nesse contexto, não é apenas um jogo; é uma ponte para o
futuro, uma maneira de mostrar ao mundo que, apesar das adversidades, o
espírito de São Sebastião dos Pretos continua vivo e forte. Para as comunidades
rurais, o futebol não é apenas uma paixão nacional, mas uma esperança ,talvez
um portal para uma vida melhor
Na final da copa rural, o campo Merecão , onde um dia jogou
Garrincha, se transforma em um palco de emoções e esperanças. O tempo
regulamentar não o bastante para o duelo, a decisão foi para os pênaltis. A cada chute, a cada defesa, a cada gol, São
Sebastião dos Pretos e Mata Fome mostram que, apesar das diferenças, são iguais
na essência: são comunidades que lutam por um lugar ao sol, que buscam
reconhecimento e dignidade.
Ao apito final, São Sebastião dos Pretos não conquistou o
título, mas o que importa é que a mensagem foi transmitida: a história, a
cultura e a religião de um povo não podem ser apagadas, e o futebol, mais do
que um esporte, mais do que uma paixão, mais de um elemento da superestrutura
de poder do sistema capitalista, pode ser uma ferramenta poderosa na luta por
um futuro melhor.
Professor, Jornalista e Escritor membro da
Academia Bacabalense de letras
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