A negritude está na pele, mas também no orgulho de uma herança
cultural milenar que cruzou o mar e construiu o Brasil com seus saberes
ancestrais. Está nos traços do rosto, mas também no conhecimento
repassado de geração a geração, na força da sua expressão antropológica,
artística e civilizatória. A negritude está na raiz do povo brasileiro,
mas infelizmente também está no centro da exclusão social e da
violência, do racismo e do preconceito religioso, de todas as mazelas
que pesam vergonhosamente sobre a população negra após os séculos de
escravidão no país.
Para refletir, celebrar e promover os direitos da população negra no
Brasil, o Governo do Maranhão realiza, entre os dias 10 e 14 de julho, a
Semana Nacional de Promoção da Igualdade Racial. O estado é o terceiro
maior representante da descendência africana no país e, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 76,2% dos seus
habitantes são negros e esta parcela da população ainda precisa
conquistar mais representação política, inclusão e acesso às políticas
públicas.
A Semana Nacional de Promoção da Igualdade Racial tem o patrocínio do
governo federal por meio da Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e Ministério dos Direitos Humanos e
será realizada pelas Secretarias de Estado Extraordinária da Igualdade
Racial (SEIR) e de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop).
O evento será realizado no auditório do curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), na Rua da
Estrela, Centro Histórico, e contará com participantes de todos os
estados do país e uma programação de palestras, oficinas e mesas
temáticas, feira negra, atrações artísticas e uma caravana cultural,
distribuídas em diferentes espaços da capital.
São esperadas mais de mil pessoas entre gestores de políticas da
igualdade racial, lideranças de povos e comunidades tradicionais de
matriz africana, lideranças de comunidades rurais, quilombolas,
pesquisadores, estudantes, professores, representantes do movimento
negro e todos demais interessados.
Os temas em debate incluem o combate ao racismo institucional no
estado e no país, a saúde da população negra, a violência e o genocídio
dos jovens negros, a resistência das religiões de matriz africana, a
questão racial nos conflitos rurais, o empreendedorismo negro e a Lei nº
10639/03, que prevê o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira nas
escolas do país.
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