Ao contrário do que disse o Jornal Pequeno em seu editorial destra sexta-feira, importa sim se há 72 ou 29 hospitais, como importa também o avanço, se é que podemos chamar de avanço, a melhoria do sistema de saúde pública a partir da construção de hospitais
Em primeiro lugar, entre 72 e 29 há uma diferença mortal ainda mais quando esses números servem para a propaganda enganosa do governo, que não cumpriu sequer a metade do que prometeu.
Além de que a maioria dos hospitais inaugurados estão sem condições de funcionar, e o Estado passou a responsabilidade para as prefeituras municipais, que em muitos casos não possuem condições financeiras de mantê-los em plena atividade.
A saúde não é apenas hospitais e leitos, mas é acima de tudo a presença efetiva dos profissionais de saúde. Um exemplo é o hospital de São Félix de Balsas, onde o próprio prefeito, Félix Martins Costa Neto, reclama que foi construído um hospital de grande porte em um município de pequeno porte, e a administração municipal não tem como mantê-lo, apesar dos repasses – sempre atrasados – da Secretaria de Estado da Saúde.
Não há como negar a qualidade física dos hospitais do Ipem e do Geral. Mas é o mínimo diante das cifras milionárias que envolvem as construções e aparelhamento dessas casas de saúde.
Se por um lado se constrói hospitais, por outro, se condena a população à miséria.
Será que vale a pena pagarmos esse preço ?
O secretário Ricardo Murad
Não há no programa Saúde é Vida nenhum investimento na saúde preventiva. Até mesmo os enormes recursos investidos em propaganda não possuem a finalidade de educar.
A Comunicação é o maior aliado para se combater as doenças preveníveis, mas o que se assiste na TV e se ouve no rádio é a propaganda desses hospitais, que não resulta em nenhum benefício para a população.
É evidente que o ar-condicionado e os móveis novos impressionam e criam a ilusão de que a saúde pública está em outro patamar.
É importante a qualidade física, mas não é tudo. Como também é importante que se construa hospitais, mas não é tudo.
Acreditar nisto é “surdez, é cegueira proposital, é uma prática política assentada no poder da mentira mil vezes repetida até que vire verdade”.
E o que é pior, se não houver a intervenção do Estado ou do governo federal, esses hospitais podem se transformar em um reduto de aranhas com as teias do abandono.
Se considerarmos a construção de hospitais um avanço, é um avanço; mas um avanço que não nos leva a lugar nenhum.
Ou melhor: levam ao paraíso aqueles que lucram com esse negócio milionário.
O jeito é tomar uma injeção na testa…
FONTE: Blog do Garrone
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