sábado, 16 de agosto de 2025

Mulheres negras de Bacabal reafirmam resistência histórica em Seminário de Formação rumo à II Marcha Nacional em Brasília

O Centro de Convivência Social de Bacabal se transformou, neste sábado (16), em um território de vozes firmes, memórias ancestrais e organização política. O Seminário de Formação do Comitê de Mulheres Negras reuniu lideranças, organizações do movimento negro e quilombola em um ato de preparação para a participação de Bacabal na II Marcha Nacional das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, marcada para acontecer em Brasília.

Mais que um encontro, o seminário foi um espaço de reafirmação histórica da luta das mulheres negras, que ao longo dos séculos carregaram nas costas o peso da exclusão social e racial, mas também erguem, com dignidade, o estandarte da resistência e da esperança.

A coordenadora da Unegro em Bacabal, Rita de Cássia, destacou que a Marcha em Brasília será um marco político e simbólico para o país:

“Este momento é fundamental para mostrar que não somos invisíveis. As mulheres negras de Bacabal, assim como de todo o Brasil, têm um papel central na luta por reparação histórica e por um modelo de sociedade baseado no bem viver, que respeite nossa cultura, nossa dignidade e nossa existência”, afirmou.

Na mesma linha, a professora Marilurdes Carvalho, do Grupo Negro Palmares Renascendo (GNPR), lembrou que a luta das mulheres negras é herança e continuidade de gerações que jamais se curvaram diante do racismo.
“Somos filhas de uma tradição de resistência que vem das quilombolas, das parteiras, das mães de santo, das trabalhadoras que sustentaram famílias inteiras. Participar da Marcha é dar continuidade a essa história e garantir que ela seja reconhecida e valorizada”, declarou.

O prefeito Roberto Costa esteve presente e reafirmou o apoio da gestão municipal à participação de Bacabal na Marcha, garantindo suporte logístico para que o município esteja representado em Brasília.

Além das falas, o seminário foi atravessado pela força da cultura. Cantos de ancestralidade ecoaram no espaço, tambores marcaram o ritmo da resistência e apresentações de dança remeteram à força das tradições afrodescendentes. A cada gesto, a cada canto, as participantes reafirmavam que a luta política das mulheres negras também se constrói na preservação da memória cultural e na celebração da identidade.

Ao final, ficou claro que a ida das mulheres negras de Bacabal à Marcha Nacional não se trata apenas de uma viagem, mas de um ato político de grande envergadura: levar ao coração do Brasil a força de quem resistiu à escravidão, enfrentou o racismo estrutural e segue lutando por reparação e por uma vida plena de dignidade.

A mobilização é também um recado: as mulheres negras de Bacabal não pedem espaço, elas o ocupam e transformam o presente em futuro.















































0 comments:

Postar um comentário