sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Secretária de Cultura anuncia criação de órgão para estimular economia criativa


A partir do dia 1º de março, a estrutura administrativa da Secretaria Estadual de Cultura (Secma) vai contar com um órgão adjunto voltado ao fomento da economia criativa, segundo informou a secretária Olga Simão, em entrevista exclusiva a O Imparcial. A titular da Secma destacou que a mudança reforça o desenvolvimento econômico como prioridade das políticas culturais, agregando-se às áreas de preservação da memória e das tradições maranhenses.
Sem antecipar detalhes sobre a iniciativa da governadora Roseana Sarney, Olga Simão esclareceu que atualmente a Secma é composta de uma Secretaria Adjunta Administrativa, a qual abrange todas as ações da pasta, e a nova medida para descentralizar a gestão pública foi motivada pela necessidade de um canal específico de implementação de políticas nas quais a cultura seja tratada como fonte de crescimento econômico.
A secretária recebeu a reportagem na última quarta-feira (26), no Palácio dos Leões (sede política do governo do Estado), a fim de tratar da organização dos eventos carnavalescos pela Secma, em São Luís e no interior, além de outras ações da pasta. Administradora de formação, Olga Simão já ocupou diversos cargos no atual governo maranhense, como chefe da Casa Civil, assessora de programas especiais e secretária de educação, ciência e tecnologia. “Os secretários têm suas missões, e o chefe sabe o momento em que a missão está cumprida”, disse ela, sobre a intenção de permanecer à frente da gestão cultural do Maranhão até o fim do atual mandato administrativo.

Como a identidade do Maranhão é ressaltada no Carnaval da Secma?
“Ao longo dos anos, o governo vem procurando incentivar todas as manifestações culturais. O carnaval do Maranhão é diferente, tem uma mistura muito grande de ritmos e sons, do Tambor de Crioula às Tribos de Índios, os Grupos Afros e os Blocos Tradicionais. Todos participam dos cortejos, desfiles e apresentações em São Luís, e este ano estamos intensificando os circuitos [nos trechos ligando Praça Deodoro, Madre Deus e Cajazeiras], com uma participação muito forte de mais de cem cantores maranhenses”.

Quanto ao interior?
“Aqui em São Luís é mais visível, mas o carnaval no interior do Maranhão é muito forte, e o governo apoia os municípios com convênios, ou diretamente com atrações. Temos também as jardineiras, que são palcos móveis com estrutura completa, banda e grupos de artistas, e têm a vantagem de atender mais de um município por dia. Tem uma jardineira específica para os vários municípios da Região Tocantina, que fica em Imperatriz nos dias de Carnaval, na Beira-Rio”.

Qual o investimento total?
“Temos um Carnaval grande, [inclusive em] todo o interior, com um investimento considerável, mas ainda não fechamos porque estamos realizando parcerias com o interior. Números concretos, só quando fecharmos. Mas as mais de 950 apresentações, em torno de 100 cantores e todos os outros grupos recebem o cachê para participar das atrações. É firmado um convênio com as entidades representativas de classe, a exemplo de associações de blocos carnavalescos e cantores. É muito variado, porque temos vários tipos de grupo, [cada um] com mais ou menos componentes”.

E o cachê das atrações nacionais?
“O carnaval é realizado por uma parceria muito grande, e não é a Secma a única secretaria estadual ou instituição pública ou privada] que realiza. As atrações nacionais não são contratadas via governo, mas por um patrocínio captado pela parceria com o [São Luís] Convention [& Visitors] Bureau, que é uma entidade representativa da classe turística e viu [a parceria como] uma forma de fomento. As contratações integram o carnaval, mas esse trabalho é feito por essa ação de captação de patrocínio organizada pelo Convention Bureau”.

Como tem recebido as críticas sobre a organização do carnaval?
“As críticas são naturais, mas como coloquei, o próprio palco da Deodoro tem uma atração nacional por noite, e duas até quatro atrações locais. A prioridade do palco, que integra um circuito grande, é para os artistas maranhenses. Seria o contrário se tivéssemos vários artistas nacionais e um local”

Saindo da questão do Carnaval, qual o eixo central da política cultural maranhense?
“A área cultural é muito grande e diversificada. Temos da música às artes cênicas, a preservação da nossa memória no arquivo, as áreas de literatura e arqueologia. [Desde] Quando assumi, temos procurado trabalhar todas as áreas, com as priorizações, valorizando e interiorizando as ações, levando-as aos municípios. Mas temos como ponto central de uma reestruturação da cultura o Sistema Nacional de Cultura (SNC), que tem a participação de todos os entes: governos federal, estadual e municipais, e sociedade civil. Estamos trabalhando na implementação do sistema”
de  Imparcial

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