quinta-feira, 26 de junho de 2014

Copa. Enquanto isso…


A Copa desmentiu todos os vaticínios, alguns ingênuos, outros de má fé, sobre o desempenho do país sede, nosso Brasil. As autocríticas da grande mídia são elípticas e não dão o braço a torcer sobre todo o pessimismo que procuraram estimular.
Este foi um momento onde o Brasil abraçou e foi abraçado pelos latino-americanos. Jamais houve, em 500 anos, um tal aporte maciço de argentinos, chilenos, uruguaios, colombianos, mexicanos e tantos mais, no país, de uma só vez. Foi a alegria do encontro de gente que foi obrigada a se dar as costas por uma política antinacional, prevalecente por alguns séculos.
Felizmente, no futebol, os times da região estão correspondendo. Quisera que a Copa Mundial se transformasse numa Libertadores de América. E mais: incluir aí os EUA, cujo futebol vem evoluindo junto com a paixão que motiva, contra o Tea Party e seu reacionarismo fanático.
Somados, esses efeitos têm alto peso simbólico para a luta que travam esses povos e nações da américa do Sul e América Central, Caribe. Vale mais que muitos tratados, é um encontro que não se dá nas Cúpulas ou nos Fóruns de movimentos sociais, tão somente. A ver.
Enquanto isso, a política está em fogo de monturo. Convenções nacionais e estaduais, uma pororoca de acordos feitos e desfeitos, construções incongruentes à primeira vista, todas refletindo um ambiente polarizado por cima, e extremamente pragmático por baixo.
O fato marcante é o discurso de Dilma Rousseff na Convenção do PT. Praticamente, ela lançou as bases de seu programa e da linha de campanha. Preciso, direto, com frases curtas e emblemáticas, foi eficiente em transmitir a ideia de um Programa de Transformação Nacional no segundo mandato, dado “continuidade à mudança”. Mais que um novo ciclo de desenvolvimento, um novo ciclo histórico a ser perseguido no país. Reforma política, federativa, nos serviços públicos e na área da urbanidade, foram afirmados plenamente, mantendo conquistas e ampla participação popular. Um gol de placa. 
Mas a vida tem sido de agruras nas negociações de coligações nacionais. PTB recusou apoio a Dilma, PR e PP estão em disputa. Mais que isso, construções estaduais viram verdadeiros frankensteins, mais vazadas que rede de pesca, quanto aos apoios às campanhas presidenciais. O Rio é emblemático. Só ao final se poderão fazer contas entre ganhos ou perdas, consistências ou inconsistências dessas sustentações.
A polarização parece estabelecida em definitivo por parte de Aécio. Os esquemas estaduais do PSB-Rede são os mais frágeis – além do exíguo tempo de TV. Os de Dilma realmente são os mais fortes. Mas no debate programático e político é que vão se delinear mais claramente as tendências. Acredito que boa parte – talvez a maior – da sensação de mal-estar existente vai ser alinhada no debate político esclarecedor de campos. Mas, para eleições proporcionais, a esfinge precisará ser decifrada.
FONTE:blog Projetos para o Brasil

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