A Copa desmentiu
todos os vaticínios, alguns ingênuos, outros de má fé, sobre o
desempenho do país sede, nosso Brasil. As autocríticas da grande mídia
são elípticas e não dão o braço a torcer sobre todo o pessimismo que
procuraram estimular.
Este foi um momento onde o Brasil
abraçou e foi abraçado pelos latino-americanos. Jamais houve, em 500
anos, um tal aporte maciço de argentinos, chilenos, uruguaios,
colombianos, mexicanos e tantos mais, no país, de uma só vez. Foi a
alegria do encontro de gente que foi obrigada a se dar as costas por uma política antinacional, prevalecente por alguns séculos.
Felizmente, no futebol, os times da região estão correspondendo.
Quisera que a Copa Mundial se transformasse numa Libertadores de
América. E mais: incluir aí os EUA, cujo futebol vem evoluindo junto com
a paixão que motiva, contra o Tea Party e seu reacionarismo fanático.
Somados, esses efeitos têm alto peso simbólico para a luta que travam
esses povos e nações da américa do Sul e América Central, Caribe. Vale
mais que muitos tratados, é um encontro que não se dá nas Cúpulas ou nos
Fóruns de movimentos sociais, tão somente. A ver.
Enquanto isso, a política está em fogo de monturo. Convenções
nacionais e estaduais, uma pororoca de acordos feitos e desfeitos,
construções incongruentes à primeira vista, todas refletindo um ambiente
polarizado por cima, e extremamente pragmático por baixo.
O fato marcante é o discurso de Dilma Rousseff
na Convenção do PT. Praticamente, ela lançou as bases de seu programa e
da linha de campanha. Preciso, direto, com frases curtas e
emblemáticas, foi eficiente em transmitir a ideia de um Programa de
Transformação Nacional no segundo mandato, dado “continuidade à
mudança”. Mais que um novo ciclo de desenvolvimento, um novo ciclo
histórico a ser perseguido no país. Reforma política, federativa, nos
serviços públicos e na área da urbanidade, foram afirmados plenamente,
mantendo conquistas e ampla participação popular. Um gol de placa.
Mas a vida tem sido de agruras nas negociações de coligações
nacionais. PTB recusou apoio a Dilma, PR e PP estão em disputa. Mais que
isso, construções estaduais viram verdadeiros frankensteins, mais
vazadas que rede de pesca,
quanto aos apoios às campanhas presidenciais. O Rio é emblemático. Só
ao final se poderão fazer contas entre ganhos ou perdas, consistências
ou inconsistências dessas sustentações.
A polarização parece estabelecida em definitivo por parte de Aécio.
Os esquemas estaduais do PSB-Rede são os mais frágeis – além do exíguo
tempo de TV. Os de Dilma realmente são os mais fortes. Mas no debate
programático e político é que vão se delinear mais claramente as
tendências. Acredito que boa parte – talvez a maior – da sensação de
mal-estar existente vai ser alinhada no debate político esclarecedor de campos. Mas, para eleições proporcionais, a esfinge precisará ser decifrada.
FONTE:blog Projetos para o Brasil
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